
O sol já não era visto naquele dia de inverno. As nuvens estavam por toda parte e ele sabia que seis horas não era um bom horário para visitas. Comia seu sanduíche aflito, apenas mordia os pedaços e os engolia rapidamente. Não havia gosto, não havia formato, nem paladar para ele. Tudo se resumia em chegar logo. Em falar logo, em colocar aquele grito pra fora e dizer algumas verdades. O frio tomava a cidade e tudo ia escurecendo, seus passos aumentavam de velocidade e ao ponto em que chegou ao outro lado da cidade já corria como perdido. Ele precisava se desfazer daquela dor. Corria, passava por carros, pessoas desconhecidas e a escuridão tomava a cidade cada vez mais. Ele precisava visitá-lo, ele precisava saber a verdade.
Atravessou muitas ruas com o fôlego em destaque, e quando chegou a um cruzamento deserto parou. Uma música enchia seus ouvidos com nostalgia, sorrisos e abraços. Ele queria desesperadamente se livrar da bagagem, dar sumiço a verdade e esconder seus olhos. Chegou ao destino, entrou rapidamente e sentou-se. Olhou para a visita como quem não diz com licença, mas nada lhe foi dito. Ele contou a verdade, gritou algumas palavras inaudíveis enquanto vez por outra olhava aos lados para que ninguém o atrapalhasse. Já era tarde. A noite havia chegado. O visitante foi deixado ir embora, deixando ali todos sabendo o que ele precisava dizer. O recado havia sido dado. Ele estava em paz. Prometeu o futuro, e todas as suas forças para aqueles que nem mesmo o ouviam.
Ele desceu a rua cheia de paralelepípedos. Pegou algumas balas, relembrou o que foi dito, virou a esquina, e olhou para as casas atrás de si. O que falara era segredo, ninguém deveria ter ouvido. Aliviado, colocou a mochila nas costas que agora já havia perdido peso e foi embora a passos largos. Era hora de voltar. Hora de voltar essa que lhe deixou atordoado, não sabia mais o que o esperava pela frente, somente que já tinha total convicção do que fazer.
Ele desceu a rua cheia de paralelepípedos. Pegou algumas balas, relembrou o que foi dito, virou a esquina, e olhou para as casas atrás de si. O que falara era segredo, ninguém deveria ter ouvido. Aliviado, colocou a mochila nas costas que agora já havia perdido peso e foi embora a passos largos. Era hora de voltar. Hora de voltar essa que lhe deixou atordoado, não sabia mais o que o esperava pela frente, somente que já tinha total convicção do que fazer.
Eu realmente não sei porque demorei tanto tempo pra vir aqui!
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