
Não me lembrava do dia, recordava do perfume, não da voz. Os olhos eram esboçados no interior de uma foto desbotada, e a força que eu fazia pra tentar retratar a expressão mais uma vez me fazia cansado. Então eu caminhei sem parar, tomei a decisão de sair do quarto, aprontar as vestes e sair ao campo. Não havia ninguém, um frio áspero, uma madrugada escura e uma planície oculta por sua vegetação rasteira. Nada em especial. Mas eu precisava chegar lá.
Minhas vontades tornaram-se vazias. E somente aquele amor me fazia respirar, mesmo quando as rodas da eternidade paravam de girar lentamente, meu coração abria-se para uma luz irrevogável que me dizia onde ir. Sem ela, eu me sentia só. Perdido, sem lugar ou quem recorrer, e quando a noite chegava e eu não podia viajar, o que me dava esperança era a lembrança de um perfume tão suave que me fizia corar.
Verdade é que ao passar dos dias o campo tornou-se deserto. Quando eu pensava não encontrar alguém, ela me encontrou. E agora eu não sentia mais saudade, novamente nos seus braços, naquela fragrância que me dava vida. Amor que amava, que não me deixava morrer, palavras vivas dadas a quem merecer, estava eu deitado sobre o campo, mãos dadas, corações moldados. E nada podia me fazer falta. Porque a eternidade, era apenas a eternidade, e os meus dias, apenas tempo. Quando as rodas parassem de girar eu morreria, feliz. Apenas com um sorriso no rosto, sorriso aberto, alegre, vivente, vivido.
Então a gente subiu o morrinho e fomos na clareira lá em cima da montanha!
Um comentário:
*.*
(ps: nem sei o que dizer.. Oo)
tá lindo!
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