
Preciso correr, e eu sei que quando levantar meu cajado não vou poder recuar, o fardo é pesado e preciso começar a me preparar, a jornada não é fácil, e se levar algumas pedras em meu bolso, posso ter certeza de que não volto vivo. Absoluta certeza. Não tenho tempo para ter medo, nem pensamentos para desistir, mas muitas pessoas dizendo que precisam do que eu não consigo enxergar. Acho que em terras escuras ouvi uma voz gritar no meio da noite, e clamei pra que não morresse, o resto permanece um mistério.
Ei vi uma sombra escura, e ela vinha contra mim, eu a deixei parada imóvel, suas feições me lembravam pesadelos que eu nunca tive. Eu o detetive e o encarei por alguns segundos, o bastante para que guardasse a face, ele não pode passar, e ficou irritado por isso, meu campo não o deixou, e eu o mandei embora. Ele foi correndo e não voltou. Em um rasgo sonoro voltei de onde havia ido. O tempo havia passado.
Houve uma noite de cerco, em que apenas meu cajado prevalecia pela luz de Deus. Todos os montes estavam cobertos, eu conseguia enxergar, eu conseguia ver, conseguia me opor e lutei, a noite inteira lutei, para que nada sobrasse, pra que de nada resultasse engano, eu bradei até o fim impondo espada e cajado a frente o tempo inteiro, por todos os lados, para que não me matassem, não me ouvissem, não me capturassem. Lutei e venci, graças Aquele que me criou. Assim escalei as montanhas, e as cascatas para agradecer a vitória dos altos montes.
Eu sei que preciso ir, preciso me organizar, me fortalecer, me envolver, manter-me forte, o que vêm é difícil, e eu vencerei!
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