
Agora as ruas estão calmas, depois das dez horas o ar se acalma, e tudo começa a pairar pela cidade, a areia da praia se achega as ondas, e eu caminho pensando no que você vai me contando. A estação corre para a linha de chegada, e eu aproveito cada nota que ainda consigo ouvir, parece que hoje há tão pouco a ser pintado , e tanto a ser dito. Não sei o que dizer. Acho que não o que eu gostaria, mas o que saiu na hora foi proveitoso, todas as vogais enrroladas em consoantes me enrolaram a provocar um sorriso, e o meu dia já estava ganho.
Mais ondas nos meus pés, e são geladas, são antigas, me dizendo que é hora de voltar para casa, porque de certa forma o sorriso pode estar se fechando, mas o outono está apenas por começar. Quando as folhas caírem, eu posso colá-las sobre os meus livros, ou tomar um bom café quente nesta tão pacata cidade. Não me resta muito a fazer, as cores desbotando, em algo estiloso, mesclado, que me traz euforia por fazer parte de algo.
A melhor estação está por vir, para caminhar pelas ruas, para despedir-se de seus amores, para dar um último adeus ao verão. Talvez para ouvir uma última vez sobre o crepúsculo da tarde, aquele violão acompanhado de uma voz macia que cantava sobre gratidão. Época essa de espera, de encontro, de maximizar os sorrisos e soterrar as decepções. Grandes presentes vêm por aí, e eu espero os meus trabalhando nas velhas tradições. Quero apenas um bom outono pela frente.
Seria legal se o vô gostasse da chácara, acho que não conheço alguém que construa mais que ele...
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