domingo, 9 de agosto de 2009

Father and mother

Eles sempre estiveram lá, e desde o início me amaram, como ninguém me amava. Eles sempre foram a base, tanto um quanto outro. Tinha mais facilidade de pedir brinquedos, dinheiro e assinatura em bilhetes pra minha mãe. Possuía muitas conversas longas e construtivas, viagens silenciosas e repreensões temerosas do meu pai. Ela sempre amou conversar, fazer tudo rápido, se irritar quando chegava ao limite. Ele sempre amou tocar violão, fazer quando cheio de adrenalina, se irritar só quando chegava no fim, do fim, do fim, do fim do limite. Eles se amavam muito, e isso eu podia ver não nos momentos bons, mas quando um olhava para o outro quando a gente sentava pra jantar, ou quando davam as mãos.

Se tem uma coisa que guardo pra sempre, é que um amor como o que os dois tinha é grande. Talvez bem maior do que aquele que um casal perfeito tem. Lembro uma vez de conversar com o meu pai, em uma daquela longas conversas de verão, depois de lutar com um pedaço de rodo por meia hora, que pessoas perfeitas não existiam, e que se fosse o caso tornaria-se chato. Amar é tudo numa relação, mas uma grande parte do tempero são as discussões, os problemas resolvidos junto e as tribulações que se passa. Porque é nelas que uma relação se fortalece.
Ela sempre foi de quando feliz querer me encomodar. Acho que ela ficava feliz comendo aqueles rangos que eu passva muito tempo fazendo, que acabavam sumindo em cima da minha cama, em frente a televisão na hora do meu programa favorito debaixo de um cobertor quentinho. Como minha professora, ela sempre me abraçava, esquecia que eu era aluno às vezes e acabava me fazendo passar algumas vergonhas, mas como dizia meu pai, sem as partes que à nós soa difícil, o resto perde a graça. Sabe, você acaba ficando sem histórias pra contar nas reuniões de família, e mesmo sem perceber, isso faz diferença.

Quando eu indaguei um pouco sobre a tal pessoa não ser perfeita, ele me disse, "faz o seguinte então, funciona assim, você pega todos os prós, e soma todos os contras, depois disso, pensa se vale a pena continuar, e pronto". Outra vez ele entrou na sala, sentou e disse "filho, teu pai tem uma coisa bem importante pra te dizer, aproveita os bons momentos da vida, porque os ruins, são uma porcaria". E pra finalizar quando eu tinha uns nove anos e estava pronto na mesa pra almoçar ele disse "filho, nunca faça contas". Já ela, só me ensinou a amar a vida, e a ser calmo como ele era, simples, e tudo que eu precisava. Sempre amei os dois, sempre os guardo no coração, onde quer que for.

Hoje tu convida a Sarah pra cantar contigo, avisa ela, por isso a gente vai ir pra igreja mais cedo...

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