domingo, 12 de abril de 2009

Camisa, terno, gravata

Como todo domingo dos últimos mêses, eu tomei um banho, coloquei um terno, gravata, e peguei a Bíblia. Fui pra igreja, e enquanto aquele monte de prédios passava pelo vidro do meu carro, eu lembrava do porquê de um terno em um domingo. Inspira confiança nas pessoas guri, dizia meu avô. As pessoas respeitam uma pessoa bem vestida, principalmente na posição que você exerce, continuava ele. Me lembrei que esse foi o primeiro conselho de uma figura masculina que me causou algum impacto, desde a morte do meu pai. Então eu segui o pedido, e coloquei o traje por todos estes domingos.

Faziam semanas que tudo estava resultando em erros, nada caminhava em função do sucesso, e eu continuava me perguntando em qual parte eu aplicava a constante errada. Me ocorreu enquanto descia um morro no interior de Marque de Souza, que eu havia deixado de dar um recado para uma pessoa. E acredite neste mundo espiritual, em que raramente se enxerga alguma coisa, apenas um recado, pode mexer com todas as coisas, prendendo tudo que você tem até o último minuto de uma batalha.
No domingo eu me sentei no último banco da igreja, de pés descalços, apenas meias socias, pra completar a ligação para alguém em uma cidade muito distante, pra dizer o que iria acontecer em sua vida, ou em parte dela. Às vezes eu me pergunto, se seguro, se estou mentindo, se é verdade ou não. E em todas as vezes, descubro que Deus age de maneiras estranhas pra me deixar feliz, e me fazer passar por algum tipo de prova. Algo relacionado à confiança, que eu realmente não compreendi ainda. Questão de tempo.

Eu subi a frente e fiz algumas perguntas sobre cura, e obtive cinco respostas, o suficiente pra trazer um brado bem forte. Caminhei no meio das pessoas, cumprimentei algumas pessoas, explicando que todos somos iguais, independente da idade, tamanho ou cor, e que se a função do brother Jesus era dizer que devíamos ser totalmente caridosos com o próximo, quem somos nós para retrucar algo assim. No fim, ganhei um presente, muitos abraços e o dia continuou, nada demais. O auge do dia, foi uma criança tirar do ninho de páscoa pra me presentear, sendo que tinha menos que eu. Me fez pensar no quão egoísta eu sou.

Não importa se você é branco, negro, índio, ou se pintou de azul na rua e entrou dentro da igreja, somos iguais...

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