quinta-feira, 26 de março de 2009

Manhã de sábado

Há alguns anos atrás ganhei um computador, meu pai e minha mãe me esperaram, mas como era sábado eu não levantei tão cedo, eles arrumaram a casa, limparam tudo, colocaram o computador na sala, tiraram fotos, aplicaram um papel de parede com um "te amamos" em baixo em letras vermelhas photoshopeadas. E como eu não levantava meu pai veio até o quarto dizer, filho nós te compramos um cachorrinho, vem ver. Imagina, eu tinha por volta de uns quinze anos, cachorrinho não é bem o que se espera nessa idade.

E arrumadinho lá na sala, todo organizado com jogos, aplicativos e todo tipo de programa da época, descansava o meu computador. Eu fiquei meio que sem palavras, nunca fui bom em expressões quando recebo presentes. Eu costumo ficar feliz, quando ganho de um amigo, faço uma cara de agradecido e digo que gostei, mas quando seus avós te te presenteiam com algo, a expressão precisa ser maximizada, mesmo que você não queira, precisa agradá-los. Tudo que eles querem é ver um "Wow!" e muitos "Nooossa!", acho que você entende. Mas eu realmente fiquei sem palavras e agradeci bastante.
Acho que ficaram feliz na época em conseguir uma surpresa pra mim. Eu sempre reclamava que nunca ganhava algo que fosse uma surpresa. Todo presente me era dado o dinheiro e eu escolhia. Ninguém costumava pesquisar o que eu queria, e me surpreender, mas aconteceu, e foi muito bom, principalmente por sabaer que eles entenderam a mensagem na época. Bons tempos aqueles, em que eu pensava que ia ganhar um cachorrinho.

Depois de tudo aquilo, o computador se tornou um vício, que aos poucos eu precisei trabalhar para largá-lo. Se consegui ou não, é outra história, mas o que mais gosto de lembrar é que quando sento aqui me frente a ele, tenho em mãos uma surpresa, um presente dado com carinho, pensado, planejado, que talvez eu nunca mais ganhe igual. Tenho em minha frente uma lembrança, um momento, uma foto na memória do quão divertido uma manhã de sábado pode ser. E só pra saberem, não veio nenhum cachorrinho com o computador.

Filho, levanta, vem ver o cachorrinho que a gente comprou pra ti...

segunda-feira, 23 de março de 2009

Primícias

Eu tenho uma banda, uma banda que toca na igreja. E nós com nossos sons e barulhos mexemos com todas as pessoas. O grupo não é formado apenas de pessoas e ensaios, mas de uma longa jornada de vida. Nossa banda já foi composta por até catorze pessoas, e como a vida é imprevisível, hoje somos entre seis. Não sei ao certo se o número aumentará ou terá efeito contrário, mas creio que como pedimos a Deus, ele não nos deixará enquanto estivermos em sua justiça, perder o que não devíamos. O tempo muda tudo, descobri que Deus nunca muda.

A banda nunca foi construída em cima de areia, sal, e pó. Já ouvimos muitas críticas, muitas pessoas já se levantaram contra nós, e tentaram levar alguns de nós neste longo caminho, que se arrastou por mais de quinze anos. Muitos passaram por nós, e poucos ficaram. Quando meu pai faleceu, o conjunto ficou nas minhas mãos. Era estranho pensar que o mais novo fosse reger e dirigir a galera, mas aconteceu, e nós continuamos, como o grupo mais unido que conheço. Existe uma união íntima entre nós, de contar problemas e debater abertamente, e isso é bom. Ajudar a saber quem são aqueles que lutam contigo.
Me lembro de uma situação em que poderíamos ter morrido, e em que sobrevivemos por pouco, mesmo assim nos mantivemos firme, fortificando cada vez mais o grupo como amigos e irmãos de verdade. Posso olhar nos olhos de qualquer um deles e saber quando falam a verdade, ou saber quando estão preocupados com alguma coisa. Toda segunda, ou quase toda nos reunímos pra comer no Tio Hélio, e lá rola todo tipo de conversa descontraída. Lembro de muitas risadas, e acho que isso une o grupo, o que pra mim é importante.

Passamos pelos piores tempos da história do conjunto a pouco tempo, e isso significa na minha opinião que alguma coisa deve acontecer. Como dizem, a noite fica um pouco mais escura antes de amanhecer, e se isso for verdade, o nosso dia está chegando, mesmo que alguns de nós precisem aprender o básico ainda. Algum coisa acontecerá, espero ser forte pra ajudar, e pra manter-nos firmes. São vidas combatendo os mesmos inimigos, e ajudando a vencer para o mesmo amigo. Somos um pedaço de família gigante que existe. E mais que tudo, não vivemos pra nós mesmos.

Vamos tirar aquela música... O que diremos pois, diante destas coisas...

domingo, 22 de março de 2009

Hepteto

Nós somos uma grande família, cinco caras, duas garotas, uma família. Nós rimos, choramos, brincamos, nos tiramos, jogamos, e fazemos quase tudo junto, é claro quando juntos. O Hepteto é um tipo de grupo familiar ao qual eu me apeguei há dois anos. Um dia no fim de uma gincana, meu amigo Lucas olhou pros amigos e disse quinteto, quinteto. E logo nos ligamos de que nos próximos dias éramos um grupo, após pular abraçados na frente de duas turmas gritando quinteto, acho que perdemos a vergonha de criar um grupo e um nome pra ele.

Desde então, viajamos juntos, nos feriados, é claro, quando podemos, e nos tornamos bons amigos. Criamos uma comunidade no orkut, e lá comentamos a vida. Ajudou nos tempos difíceis a manter o contato, mesmo que fosse por uma piada, tirada ou comentário infeliz. Acho que depois de um tempo nos tocamos de que o grupo continha duas garotas quase como irmãs pra nós. O nome mudou nos tornamos um Hepteto, e assim até hoje. Somos um grupo.
Eu amo cada um deles, porque nos bons momentos estiveram comigo, e nos difíceis também. Pra mim cada um deles é como um irmão que nunca tive, e cada dia que podemos fazer alguma coisa, é como nada, afinal não é tão significativo assim comer lanche e jogar algum jogo. Não quero fazer disso uma rasgação de seda, mas quero dizer que este grupo é de uma forma significativa muito importante pra mim. Hepteto, um pedaço de família pra mim.

Nós contamos com o Farias, o Henn, mais conhecido como salsicha, o Bastião, a Bina, o Franzmann, a Konzen e eu é claro. Talvez um dia, depois de muito tempo mesmo a gente perca um pouco mais o contato, mas acho que não vai importar muito quando nos encontrarmos de novo. Afinal, família não se apaga assim. E talvez o grupo cresça com namoradas, e talvez filhos, vai saber esses caras namoram desde o colegial, e se acontecer, o nome do grupo muda, mas o grupo não. Somos apenas um hepteto com seus prós e contras que vive muito bem.

Um abraço especial pro Hepteto!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Ainda há tempo

Você já se perguntou se alguma vez salvou alguém. Talvez por esbarrar em alguém e por causa deste pequeno atraso, ser quase atropelada por um carro. Ou avisar que o cadarço estava desamarrado, talvez você não seja o tipo que se atira na frente de uma bala, mas pode ter salvo alguém, e por pensar pouco imagino que podemos salvar mais que uma vez. O mundo é lotado de pessoas cheias de esperança e sonhos. Seres humanos doidos por uma grande chance, uma única chance que pode mudar suas vidas, a qual não sabemos quando chegará.

E se eu dissesse que ninguém sabe do que se trata a vida, e que todos nós vagamos, corremos e caminhamos com idéias que talvez não fossem bem a idéia. Acreditaria em mim? Acho que não. Estamos demasiado acostumados a viver caminhando atrás do material, do espiritual, do emocional, do familiar, que às vezes esquecemos que o comum, o que todo mundo quer, o que o todo deseja, talvez possa ser questionado. Ninguém sabe onde estamos, e isso não quer dizer nada.
Ninguém sabe do que fala, e quando uma pessoa opina sobre o todo, conta mais falando sobre si, do que sobre uma comunidade em comum. A pressa na sociedade causa um tipo de catalisador humano. Ninguém está exposto quando você passa pela vida correndo e olhando para os dois lados da rua. Porque ninguém está olhando pra você. A pressa tira todo prazer em viver plenamente, e se alguém decide virar lerdo, morre, perde, dorme urge das sombras inconciente sem saber o que perdeu.

Talvez eu devesse aproveitar melhor os dias, aqueles do jardim de infância, não. Os da escola, não. Os do trabalho, acho que sim. Todos os dias, eu sinto que encontrei um ótimo lugar pra trabalhar, e da mesma maneira todos os dias, eu sinto uma voz me chamar dizendo, seu lugar não é aí, nunca te pertenceu. Eu tenho ouvido alguém me dizer que estou no lugar errado por duas semanas, e não sei o que fazer. Em tese sei, em fato não posso. Não ainda, não agora, O tempo me chama, e eu assisto tudo daqui. Digo, agora não posso.

Agora não é hora, ainda não, ainda não posso te contar, o que é, ainda não chegou o tempo!

quarta-feira, 18 de março de 2009

Homecoming

Eu mal tinha sentido que ela ia cair, quando ela balançava, eu mantive as costas dela antes que fosse pro chão, mas alguém a pegou. Ela chorou, estava triste, tinha vontade de morrer. Mas estava tudo bem, agora ela estava bem, estava livre, estava tudo bem, e eu notei. Envergonhada ajudaram-na com abraços. Tudo estava bem. E eu imaginei comigo que algo normal havia acontecido, ou que simplesmente houve-se sido normal. Quando cheguei em casa, estava cansado, o dia tinha se arrastado por horas, e quando eu pensei em escrever um pouco na parede, me ligaram, me chamaram no hospital.

Eu corri cambaleando, as pernas sentiam um pouco de dor, nada importante, mas exaustivo. Já era noite, por volta de dez horas. Cheguei logo, e ela me abraçou, outra já estava em cima da cama, ele me disse que não cuidava dos remédios dela, e a menor me contou o que tinha acontecido. Eu me sentei, peguei na mão dela e disse o que me veio na cabeça, não tinha nada muito realista pra contar ali, além das minhas piadas sem graça que a fizeram rir.
Após dez minutos com o médico conversando, eu entrei de novo, me ligaram, e eu precisei sair correndo de novo. No fim da noite, eu assisti um filme, deixei a cabeça um pouco descansado deste tumulto todo. Disse pra eles no hospital que se precisassem de mim poderia me ligar a qualquer hora. E sim, eu estava assistindo aquele filme. Henn e eu rimos em algumas partes, e andamos de carro durante a madrugada, Lajeado não é uma cidade muito cheia, e os programas noturnos são apenas vagar de carro pela cidade.

Cheguei em casa às quatro da manhã, logo amanheceria e eu correria pro trabalho, naquela altura do campeonato eu não acordaria facilmente, por isso dormi à luz da noite. Bem quieto, com a luz dos postes, com a luz das estrelas, com o frio da rua. Deitei no chão e enxeguei as ruas da minha cidade. Meu apartamento estava solitário. Não havia mais ninguém em casa, simplesmente acabado por um dia corrido, deitei, puxei o edredom e fechei os olhos tentando captar as últimas idéias de um dia tão corrido.

David, a minha mãe tá no hospital, vêm pra cá agora...

terça-feira, 17 de março de 2009

Maybe away from here

Eu tenho a leve impressão de que em pouco tempo nada mais será igual. Eu tenho tantas dúvidas, e só uma certeza de que tudo vai mudar tão rápida. Parece que sei, como se tivessem me avisado de que vou viver uma virada em minha vida, algo que vai abalar a minha estrutura. Se estou com medo disso ou não, eu não sei dizer, eu só sei que vai acontecer. Isso me cansa, eu estou farto de tudo rodando, ou cambaleando, eu preciso de um tempo para me estruturar, e por mais que eu queira sei que vai mudar tudo de novo.

Minha vida mudou muito depois que me mudei pela sétima vez, depois quando troquei de escola, muito mais quando perdi meu pai, totalmente quando fui ungido, e depois deste ano de lutas, eu só tenho a dizer que as mudanças poderiam começaram a acontecer com algum intervalo maior, mas eu não decido nada nesta história inteira. Tudo que eu faço é viver, sem premeditações, sem poder pensar, decidindo tudo em cima da hora, dançando a música que estão colocando neste momento.
Eu já passei por isso algumas vezes, e anda sendo muito chato. Me ajuda? Sim. Mas quando tudo começa outra vez, parece que nem me dei conta do último ensinamento, como se tudo isso fosse uma grande corrente de água me arrastando. Arrasta a sujeira junto, deixa a limpeza, mas até que eu me recomponha, outro balde vem com suas ondas em minha direção, e tudo começa outra vez. Falando coerentemente, eu prefiro do jeito que está, e por mais que eu reclame, os turbilhões me fazem bem.

Se fazem bem, é claro, me mantém ocupado, me deixam com a cabeça cheia, sem poder pensar em nada, e assim eu vivo sem pensar em coisas vãs. Em coisas que me levam pra longe do colorido. Das idéias que me levam ao perigo. Então eu acho que mesmo com tantos transtornos deveria agradecer a tantos turbilhões, se algo for mudar mais uma vez, espero que pelo menos venha com um brinde, tenho sentido falta deles. Acho que tudo muda, por mais mutante que seja. E no meu caso, só tentando encontrar a maneira certa de dizer que estou contente. Pelo menos o suficiente pra não pensar em nada desagradável. Contente.

Você vai precisar trocar de horário comigo essa semana, vêm amanhã de manhã!

segunda-feira, 16 de março de 2009

Fortificando

Eu tenho uma missão. Me foi dada a muito tempo. Nunca cumpri. Sou um caçador, um tipo diferente, caço o que as pessoas não costumam normalmente enxergar. Ando enferrujado, e ando decepcionado com isso. Quando um caçador não pode usar suas armas, ele as aperfeiçoa, e esta é a hora de fazê-lo. Desde a infância, minha mais importante instrução foi vencer, e nada além disso, não para este povo, não para esta guerra. Nunca durante a noite, e nem ao menos ao longo da manhã. Hora de vestir a armadura, hora de vestir suas roupas, hora de tomar suas armas, hora de coletar mantimentos, estou saindo em uma jornada, longa jornada, que em pouco tempo acontecerá.

Preciso correr, e eu sei que quando levantar meu cajado não vou poder recuar, o fardo é pesado e preciso começar a me preparar, a jornada não é fácil, e se levar algumas pedras em meu bolso, posso ter certeza de que não volto vivo. Absoluta certeza. Não tenho tempo para ter medo, nem pensamentos para desistir, mas muitas pessoas dizendo que precisam do que eu não consigo enxergar. Acho que em terras escuras ouvi uma voz gritar no meio da noite, e clamei pra que não morresse, o resto permanece um mistério.
Ei vi uma sombra escura, e ela vinha contra mim, eu a deixei parada imóvel, suas feições me lembravam pesadelos que eu nunca tive. Eu o detetive e o encarei por alguns segundos, o bastante para que guardasse a face, ele não pode passar, e ficou irritado por isso, meu campo não o deixou, e eu o mandei embora. Ele foi correndo e não voltou. Em um rasgo sonoro voltei de onde havia ido. O tempo havia passado.

Houve uma noite de cerco, em que apenas meu cajado prevalecia pela luz de Deus. Todos os montes estavam cobertos, eu conseguia enxergar, eu conseguia ver, conseguia me opor e lutei, a noite inteira lutei, para que nada sobrasse, pra que de nada resultasse engano, eu bradei até o fim impondo espada e cajado a frente o tempo inteiro, por todos os lados, para que não me matassem, não me ouvissem, não me capturassem. Lutei e venci, graças Aquele que me criou. Assim escalei as montanhas, e as cascatas para agradecer a vitória dos altos montes.

Eu sei que preciso ir, preciso me organizar, me fortalecer, me envolver, manter-me forte, o que vêm é difícil, e eu vencerei!

domingo, 15 de março de 2009

What you'll miss

Quantos verões você aproveitou, qual deles foi o melhor da sua vida, você era novo, velho? O céu brilha como em nenhuma estação, parece que existe um certo tipo de disposição nas pessoas, e tudo que antes parecia tão velho, agora nasce como novo. Não só as árvores, as cores, o sol e as noites, mas o humor de todos. O verão está acabando e estou aproveitando o que me resta dele. Cada lembrança, cada viagem, cada pensamento, cada raio de sol, os dias estão sendo contados ao contrário, e enquanto isso, eu faço o que posso com o tempo que resta, já que muito não sobrou dele. Fim de verão me lembra fim de férias, me lembra o fim de tudo, de uma época calorosa, para algo mais abrangente que está apenas começando.

Agora as ruas estão calmas, depois das dez horas o ar se acalma, e tudo começa a pairar pela cidade, a areia da praia se achega as ondas, e eu caminho pensando no que você vai me contando. A estação corre para a linha de chegada, e eu aproveito cada nota que ainda consigo ouvir, parece que hoje há tão pouco a ser pintado , e tanto a ser dito. Não sei o que dizer. Acho que não o que eu gostaria, mas o que saiu na hora foi proveitoso, todas as vogais enrroladas em consoantes me enrolaram a provocar um sorriso, e o meu dia já estava ganho.
Mais ondas nos meus pés, e são geladas, são antigas, me dizendo que é hora de voltar para casa, porque de certa forma o sorriso pode estar se fechando, mas o outono está apenas por começar. Quando as folhas caírem, eu posso colá-las sobre os meus livros, ou tomar um bom café quente nesta tão pacata cidade. Não me resta muito a fazer, as cores desbotando, em algo estiloso, mesclado, que me traz euforia por fazer parte de algo.

A melhor estação está por vir, para caminhar pelas ruas, para despedir-se de seus amores, para dar um último adeus ao verão. Talvez para ouvir uma última vez sobre o crepúsculo da tarde, aquele violão acompanhado de uma voz macia que cantava sobre gratidão. Época essa de espera, de encontro, de maximizar os sorrisos e soterrar as decepções. Grandes presentes vêm por aí, e eu espero os meus trabalhando nas velhas tradições. Quero apenas um bom outono pela frente.

Seria legal se o vô gostasse da chácara, acho que não conheço alguém que construa mais que ele...

sábado, 14 de março de 2009

Amor, paixão, impulso, escolha

Amor é algo verdadeiro onde tudo é medido com afeto e razão, paixão pode ser descrita por grande adrenalina e emoção, onde não se pensa com ética ou razão. O impulso é a atitude tomada sem muito pensar, e a escolha, é simplesmente o caminho que decidimos optar. O impulso é dado, o amor é oferecido, a paixão é semeada, e as escolhas são esquecidas. Acho que nunca me dei conta que decidir por um dos quatro caminhos fosse complicado, e se antes pensei, não devo ter dado bola. Por cansaço, por falta de tempo, por impaciência. Quando alguém bate a sua porta, não se descobre rapidamente quem está batendo, e para alguém como eu, a incerteza não é uma grande aliada. Quando o balanço da vida aparece, eu nunca o tomo sem saber qual deles me convida a passear. Existe uma diferença entre conhecer, e despertar.

Eu penso, e confesso que penso muito. E se você acha que eu já penso muito antes de tomar uma decisão que implica em paixão, amor, escolha e impulso, pense mais uma vez. Pra muitas pessoas é simples, pra mim, não. Cada um decide de uma maneira, e a minha é dar muito tempo para o que realmente prezo. Acho que formam-se nós em meus cabelos, um tipo de complicação simples, só pra que pareça que eu me importo muito, e no fim das contas acabo tomando a mesma decisão que teria tomado em quinze segundos. A vida é simples, costumo complicá-la.
Me disseram que sempre escolhemos um amor parecido, loira, morena, grande, pequena. Tremenda mentira. Me disseram há muito tempo que o amor bate na porta, e isso também é mentira. Disseram a pouco tempo que a paixão é ótima e eu concordei com a consequência da concordância. Escolher a paixão, me leva a não ser capaz de optar por nada pelas faculdades mentais. Então para me acalmar, eu complico minha horas pensando, pensando, sentado sobre o sofá. Muito simples, bastam quinze segundos bem posicionados, visados de fora. E não haverá motivo para arrependimento.

Quando me ofereceram uma fruta, quando me oferecerem o amor, a dor, o odio, e impulso. Eu pensei, eu optei dos quatro pela escolha. Pelo pensar direito sobre a vida, podendo colocar em vida a chance de escolher o certo ou o errado, o simples ou complicado, a decisão de caminhar por onde quiser, sendo em paixão ou em amor. Tendo a legítima chance de trilhar a vida do jeito que eu sempre quis. Sendo assim, tudo se acabou, não houve mais fruta ou árvore, e as mãos se apagaram, eu sentei, descansei, e tudo que antes incomodava, agora me traz paz. Decidi escolher.

Amanhã eu vou para chácara, volto sexta-feira, te acordo para dizer tchau!

sexta-feira, 13 de março de 2009

De ouvir falar

Eu acho que eu nunca teria imaginado que uma gargalhada pudesse ter sido bem dada até que um dia gargalhei. E acho que neste dia o qual não recordo, deve ter sido algo de boa magnitude. Nem todas as boas memórias tenho guardadas, como esta da primeira vez que ri com vital vontade. Mas consigo lembrar de um momento com minha banda em que estávamos rindo, e lembro também que motivo não existiu pra tal feito, mas continuamos por muito tempo, e quando algum de nós parava, outro começava novamente fazendo todos voltarem a velha e rápida alegria que faz o diafragma doer. Um momento feliz, vale por um milhão de tristes momentos.

A alegria está no humor de que vivencia, de quem é presente. Eu poderia estar em uma ópera, e decidir que quero me alegrar, interessar, presenciar tudo de corpo e alma, ou comigo mesmo decidir que nunca quis escutar tudo aquilo, ou entender a peça. Acho que a teoria do copo meio cheio, meio vazio, é fato. Se você faz um esforço, pode aprender a gostar do que antes não gostava, pelo menos em parte do cotidiano. Quando existe algum esforço em nós, por algo que julgamos desprovido de interesse, talvez possa tornar-se interessante, basta apenas uma chance.
Eu nunca gostei de dançar, até que dancei, nunca gostei de sem-tetos, até que conheci um, nunca gostei de lugares novos, até que resolvi visitar alguns, para descobrir que nada é tão pavoroso quanto costumava ser. Existem pessoas a quem eu precisei dar uma chance, para que eu pudesse descobrir que nem tudo que se ouve sobre as pessoas é verdadeiro. Uma chance apenas pode mudar seu dia, e fazer com que uma gargalhada aconteça, basta dizer sim para algo que costumava achar-se perdido ou extravagante demais.

Imagino que o planeta onde vivo, em fronte a todos os problemas possíveis, e a todas as dificuldades é um ótimo lugar para envelhecer. Uma chance para vida é o que eu quero dar. O meu desejo como humano, é conhecer Deus. Se você gosta de algo, deve persistir nisso, e somente quem trabalha perseverante encontra bons resultados. Então o que quero é entender quem é Deus. Não como muitos conhecem, de ouvir falar sobre Ele, mas de ouvir Sua voz e caminhar ao seu lado. Uma chance, apenas uma chance para alguma coisa em sua vida, e você tem um propósito, um motivo para viver.

We're hungry, we're hungry, we're hungry! - Jesus Culture.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Red

Eu pintei a minha parede de vermelho, comprei um aerosol. Escrevi verdades sobre ela, verdades que não quiseram ser arrancadas, e que agora me assombram toda vez que as olho. Comprei um removedor, e ele não fez o serviço completo, derramei muitas gotas sobre meu muro ensaguentado, algumas feridas consegui estancar aos poucos, até que apenas as cicatrizes pudessem ser vistas. Mais uma vez, tomei a lata nas mãos, e com um simples rolo, lavei a parede em alegre vermelho. Metade da paisagem era formada por marcas, cicatrizes, e arranhões, e a outra limpa, foi violada pela primeira vez. Sobre ela eu desenhei flores, desenhei um espinheiro, desenhei um coração. Desenhei sobre minhas mãos. Desenhei e pintei.

Eu sempre vivi sobre paredes brancas, e abaixo delas eu me divertia, quando adquiri a idade de doze anos, tentava manter minha mãe ocupada limpando todo o marrom que eu conseguia fazer tentando correr contra as paredes. Eu me sentia um ninja, e quem nunca sentiu, até parece que nunca fomos inocentes e brincalhões, ou que deixamos de ser um dia? Eu criei uma canção estonteante, e conheci um tipo de tartaruga esverdeada me dizendo que eu devia ser feliz. E eu então, após algum tempo, decidi ver o mundo colorido, que existia fora das minhas paredes brancas.
O mundo é cheio de cores, e de todos os tipos você pode encontrar. Existem pessoas douradas, e inimigos prateados, crianças amarelas, e golfinhos azuis, nunca imagei, muito menos passava pela minha cabeça, que o mundo fosse tão divertido dentro da minha parede vermelha. Eu nunca imaginei que o "lá lá lá lá-lá" fosse bem mais do que uma simples canção. E quando se olha pra fora, e para um mundo tão enorme, nota-se que eu estava errado. Existe muito mais pra se viver.

E se viver for uma forma de pintar bolhas, pegar uma carona com algum cargueiro, ou escalar uma montanha, acho que pode ser uma boa maneira de iniciar a minha particular jornada por um sorriso colgate mais branco. Eu lembro que ser criança é não pensar em problemas maiores do que alcançar o sorvete no refrigerador, e ter dezoito anos, não é tão diferente, se você assim decidir. A vida é bela, os problemas aparecem, eu posso resolvê-los, e tudo basta a mim decidir, se quero acabá-los com a cara amarrada, ou um sorriso nos lábios.

O chão está vermelho, sério, está todo vermelho...

sexta-feira, 6 de março de 2009

Walk on the line

O meu nome não é importante, mas quando eu fiz vinte e quatro anos, fui assaltado, quando fiz vinte e cinco, roubaram-me novamente. Com vinte e seis, eu não tinha onde morar, e aos trinta, era apenas um pensamento esquecido na cabeça do meu filho. Ninguém mais lembra onde eu fiquei, onde me deixaram depois daquele verão na praia. E eu ainda estou caminhando no asfalto esperando que me encontrem, mas parece que nunca voltaram pra procurar. Às vezes eu chuto latas, eu vejo o sol nascer contra o meu rosto, eu vejo carros passarem.

Eu sou uma pessoa muito feliz, eu tenho sempre em mente que se perde apenas aquilo que se deseja perder. Eu sinto que vou fazer uma boa amizade, e bons laços com pessoas que não conheço, mas nunca me passou pela mente que elas pensassem em mim, como um sem-teto. Eu não sou sem-teto. Vivo pela vida, e a vida é o meu lar, é onde volto todas as noites e me deito, não nas memórias límpidas ou no som estridente dos grilos contra os ouvidos, mas no mar. No mar de gramas sorridentes que me acolheu.
Se eu pudesse dar algo importante a alguém, daria um abraço, limpo, cheiroso, daqueles que não se podem comprar. O mundo está cheio deles, em algumas famílias amavéis cheias de bom louvor. Eu por outro lado, tenho bons amigos, que eu espero por mim há vinte quatro anos. Oito mil setecentos e sessenta dias esperando por uma resposta, por uma esperança, por quatro pessoas.

Aos vinte e quatro me roubaram a infelicidade, aos vinte e cinco, o ódio, aos vinte e seis roubaram meus direitos, e aos trinta me assassinaram. Hoje eu sou apenas uma lembrança, que pousou nos sonhos de alguém que não conseguia dormir, mas que se lembrou da época em que eu sorria até a barriga doer. Eu não estou mais aqui, e já fazem vinte anos, oito mil setecentos e sessenta dias, que eu não vi o sol nascer, o sol brilhas, o sol morrer. Isso nunca me fez falta, e não faz agora.

Eu acho que ela gosta de ti...

domingo, 1 de março de 2009

I'm not bitter

Minutes turn into hours, and hours bleed into days. It's been years now since the trouble you left me and I wanna say. I'm not bitter, but I've seen better days, I'm not bitter, is it the better man that always walks away? No phone call or even a letter, no words to cause me any pain, it's been years now since anything could hurt me, and through this life I think my way. I'm not bitter, but I've seen better days, I'm not bitter is it the better man that always walks away? Watch me walk away. I'm not bitter, but I've seen better days, I'm not bitter is it the better man that always walks away? Watch me walk away. I'm not bitter, but I've seen better days. I'm not bitter I'll be the better man. Watch me walk away. Watch me walk away. I'm not bitter. Watch me walk away

No fim do mês você volta, toma mais cuidado agora, nós precisamo de ti firme!