quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A praia

Acho que faz muito tempo que escrevo tanto, como neste mês. Na verdade já faz muito tempo desde que tenho o blog. Tanto que já me acostumei com ele. No início ele era apenas um pedaço de programa para o qual eu contava o que sentia, minhas histórias, e algumas lembranças. Hoje, parece que mudou. Ou seja, com o tempo eu me apego com o que convivo. E assim sempre foi. Com as pessoas, com os animais, e com lugares. Sabe, existem lugares com pessoas que me fazem lembrar tudo e mais um pouco. Que me levam as histórias que valem a pena lembrar.

Às vezes até me bate uma saudade da comentarista preferida. Deve ser a quantidade de chuva. Provavelmente. Ou não, talvez não seja só aquelas gotas fazendo barulho na minha varanda. É que toda aquela areia, e aqueles pássaros, aquelas tardes quentes e nubladas em que eu corria de uma praia a outra sem parar, procurando respostas em meio a todos os meus fôlegos e respirações. Nem tudo foi como eu queria, ou pelo menos nem todas as minhas respostas foram concedidas em apenas quinze dias.
Verão chegou de novo, e com ele a minha fome de sorvete, de caminhar na calçada quente depois daquela chuva enorme de tarde. Bem, eu trabalho, e esse ano sem férias. Quem sabe o que eu posso fazer pra conseguir ir no show da Hillsong. Quem sabe, mas a verdade é que tudo está perigando a não haver um feriado, como o da praia, indo e voltando no mesmo dia. Eu estou bem, o trabalho está bem, e ultimamente eu até tenho me sentido mais do que bem. Pelo menos não preciso de prova para isso.

A locadora tem sido o que eu esperava, e espero, esperando, esperado que continue assim. Nada fora dos conformes, serviço bem elogiado. Bem feito. Com metas, com sonhos, mesmo que sejam do tamanho que eu posso comprar. Um dia eu arranjo meu próprio avião, enquanto isso, compro um carro. E no mais, é tudo questão de tempo, de respirar sossegado e dizer como estão as coisas, eu tenho tido impressões variadas, e tudo é uma maneira diferente de descobrir o quão longe estou de ser diferente.

A gente podia doar sangue na segunda não? Acho que preciso dormir mais cedo!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Estrada, timbre, lembraça

Bem, eu peguei o carro, tecnicamente foi minha mãe, enchemos ele de comida, de músicas, de pessoas, ou basicamente as que precisávamos. Eu e ela. E a estrada. Fazia tempo que eu tinha saudade de andar com ela. Fazia tempo que a gente não tirava tempo pra nós. Eu estava cansado da rotina e resolvemos pegar a estrada e sermos felizes. Que seja então. Madrugada rolando e nós na estrada, com as músicas, com a escuridão seguindo aquela velha rota conhecida por todos. Que fossem os dias assim, livres, soltos, leves. Era o nosso dia de ser o que quiséssemos.

Não que tenha demorado, mas logo amanheceu, tirei fotos tremidas daquelas paisagens desconhecidas, pra que o mês pudesse acabar belo, sem pedaços iguais descansando na calçada. E logo Porto Alegre estava alí, mas não era Porto que queríamos, a idéia éra seguir além e fazer o que pouca gente costuma fazer no final de semana. Sabe, correr, caminhar sentir aquela brisa do mar, aquele romper das ondas. E foi então que logo foi pega a auto estrada. Estávamos no refúgio, e quando me enxerguei, estava dirigindo.
Sabe, de todos os momentos, de todas as histórias, dirigir na auto estrada, ouvindo as músicas da sua vida, relembrando as suas memórias. Sabendo que tudo está bem, porque você está com quem ama, e sabe que aquele momento, aquela rua, aquelas estradas são suas. A lagoa ao seu lado é sua. Tudo ao seu redor, até mesmo aquela chuva, é sua. E não há com o que se preocupar.

Paz, sim, paz. Descando enorme para um coração cansado. Cansado da rotina, da monotonia. Pra encontrar o oceano por duas horas, para caminhar por ruas que se enchem no próximo mês. Andar por onde já caminhou muitas vezes, e lembrar da pessoa que caminhava com você alí. Bem quando alguma conhecida não lembrava de você e passava, e tudo que eu conseguia ouvir naquela rua, naquela estrada tão comum é aquele velho timbre do qual tenho tanta saudade dizendo "Vai lá guri, o que tu está esperando?". É tudo de que eu me lembro.

Oi, com licença, eu sou o David... E esta é apenas uma lembraça!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Coerente

Amar as pessoas não é fácil. Suportá-las não é fácil. Conviver com elas não é fácil. Nunca foi, nunca será. Todos gostam de substantivos diferentes, preferem sentimentos opostos, e caminhos totalmente desiguais. Até mesmo em um relacionamento amoroso, as pessoas que costumam amar-se fortemente, acabam descobrindo segredos de que não gostam, mas trabalham em conjunto para construir a relação em si. Do contrário desmorona. A verdade é que o perfeito não existe, pode até parecer que o gramado do vizinho é mais verde, vivo e até mesmo florido que o nosso, mas não é, tenha certeza.

Enquanto isso, passamos nosso tempo desejando que tudo que foi dito sem pensar, recupere-se. Quanto não sai da boca de uma pessoa ciumenta, ou que não gosta de trabalhar em equipe quando irritada. Pode ter certeza, muito. E quanto eu tenho ouvido. E tem sido chato. Concordemos. Quando o que era para ser o certo se torna difícil, nem todo mundo decide pelo que você previa, e a situação vira de cabeça para baixo, deixando todos com seus braços pro ar.
Então quando tudo parece não ter mais saída, ou maneira correta de voltar ao normal, eu não encontro uma saída. Nem peço ajuda aos universitários. Eu simplesmente continuo vivendo normalmente, como se não houvesse afeto. Um simples sentimento de indiferença. As pessoas passam necessidade, mas chega um ponto em que ninguém se importa. E de que basta não se importar, se o mundo já está inundado pela sua cintura.

Não pode-se dizer que a vida é vazia. Porque bem, a respiração a vida, causa paz a quem vive. E os problemas causam, bem, problemas ao indivíduo. Ninguém merece amar e não ser amado, trabalhar duro e receber pouco, viver e nada conquistar. Mas acontece, e pra tudo há uma saída. Mesmo que pareça que não haja nenhuma. Simplesmente eu resolvi não me acostumar com o mundo, com a vida, com o silêncio. Porque eu me calei, mas quando você volta, o eco ainda não chegou onde você queria.

Eu estava pensando em dançar hoje...

domingo, 26 de outubro de 2008

Felicidade do amor

Eu costumava animar as multidões, eu costumava cantar para pessoas alegres, eu costumava divertir os tristes, e fortalecer os fracos. Eu espalhava esperança aos desiludidos e sorriso aos que choravam. Eu costumava sonhar, eu costumava viver. Eu costumava.O sentido foi esvaindo, e eu não consegui lutar contra, a batida do teclado já não me animava, e eu me via gritando no meio dos campos de flores dizendo que tudo estava cinza. Foi então que eu me perguntei em que momento eu havia perdido a vida. Aquele encanto, aqueles sorrisos, aquelas cantigas tão surradas. Onde foram parar meus sonhos?

Quem ainda sabe meu nome? e onde foi que eu coloquei meus presentes? Eu sinto saudade daqueles momentos em que eu gritava e o mundo girava. Hoje, eu fecho os olhos procurando por aqueles momentos, esperando que alguém me diga. Eu cansei de ser quem eu sou. Eu deveria pintar o cabelo, cortá-lo. Comprar novas roupas, gastar todo meu dinheiro em um só ítem. Escrever um livro, viajar enquanto escuto a trilha sonora da minha vida. Todos os sonhos pareciam ser tão fáceis de ser realizados e hoje esse muro me impede.
Eu fecho os olhos com toda a força e imagino que não estou mais aqui, que tudo foi um sonho, que ninguém se feriu, que eu não feri. Que eu nunca fui o que sou, que todos estão alegres, que aquele momento mágico nunca aconteceu, mas quando abro meus olhos, tudo é igual. Eu não consigo me livrar deste lugar, destas roupas amassadas, destes olhos esculpidos, destes anos vividos.

Eu encontrei um cartão em baixo dos meus desenhos. Mas pra tudo existe volta. Ou não, nem tudo te dá volta. E se há segunda chance pra sua vida. Não há igualdade. Mas isso é apenas da época em que eu costumava ser. Da época em que eu costumava chorar, rir, pular, dançar. Eu quero me trancar, em uma casca, bem dura, onde ninguém possa chegar. Não me machucar. Trabalhar em mim, e pensar nos outros, mas não deixar que os outros pensem em mim. Existem poucas conecções que nunca te sujam.

Hoje tu começa a tocar de baixo pra cima, essa música é simples...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Palavras para seguir

Eu estava sentado na cama rodeado de papéis, de lembranças, de cartas, lembretes e fotos. Quanta bagunça que um roupeiro consegue guardar quando você coloca a sua vida em espera e esquece do que deixou para trás. Eu enxerguei muita coisa de que nem lembrava, e das quais nem lembram mais. Tantos livros, gibis, e desenhos que eu costumava fazer e ter. Desenterrei muitos objetos que não recordava. E ainda penso em deixar alguns enterrados, porque dói em pensar. É melhor deixar enterrado aquilo que você não pode controlar. Antes que se torne algo além do que você desejava.

Às vezes, eu gostaria de um conselho. Descobrir por meio de alguém, mais do que uma palavra pra seguir. Quando acontece, eu sinto vontade de ficar sozinho, de escutar minhas músicas, me afogar nos meus desenhos enquanto imagino se virei um emo, ou se é normal do ser humano em algum momento, sentir-se mais só do que deveria. Às vezes estou bem, às vezes não, e nem por isso eu morro, apenas faz falta aquela intimidade em ser mais que um irmão. Eu tenho planos, e a espera por eles me faz pensar que eles precisam dar certo, ou terei que criar novos. Grande raciocínio.
Nem eu sei o que quero nestes dias. Porque eu ando enjoado mesmo, deveria fazer algo, acho que devo fazer algo, um dia farei algo, e nem fiz coisa nenhuma. Hoje eu descobri que isso tudo é apenas o começo de algo. Que eu nunca precisaria me desesperar por nada, e só esperar que algum ânimo me atinja. Ou capotar e morrer. Coisa que eu não espero que me aconteça. Não saber quem eu sou, é o maior motivo pra que eu queira ser diferente, e não o que todos esperam que eu seja.

Aos meus doze leitores ávidos, queria dizer que se eu quiser ser mais criança, ou mais adulto, só depende de mim. Se eu quiser ser o que eu sou. Depende de mim, e se eu quiser viver o passado. Bem, ainda assim depende de mim. Só obrigado pelo apoio. Pelos conselhos, e por dizerem que eu deveria ficar sozinho quando eu precisava, espero que tudo dê certo. Porque realmente tem sido tudo muito difícil. E sim, eu sou dramático, fleumático, talvez problemático, mas fazer o que se minha galera me ama assim mesmo. O que eu sou, sendo ou não sendo.

Liga mesmo, eu ando mais livre do que você, vai que dá certo!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

A maior de todas as faltas

Hoje eu quero que você leia meus pensamentos. Eu fiz uma lista, contendo todas as coisas que eu espero realizar até o fim da minha vida. Sou uma pessoa cheia de processos e este é o porquê da lista. Eu sentei com minha mãe, e no meio das nossas muitas conversas descobri que havia me perdido na acomodação. Em deixar os sonhos irem, e nem ao menos pensar em arranjar um alvo. Eu confesso que me senti vazio quando tudo com que eu sonhava era ser feliz, sem ao menos saber como chegar lá. Era como se eu andasse em uma longa estrada. Vazia, deserta, sozinho.

Meu primeiro passo foi pensar no que eu quero, e no que eu deveria escolher, e foi então que eu enxerguei. Eu não sei bem o que quero. Tenho esboços, e alguns sonhos bem impossíveis a olho nú. Quem olha minha fila de desejos a longo prazo logo enxerga muitos impecilhos. Deveriam me dizer isso antes de querer encontrar coisas tão preciosas. A primeira delas seria comprar uma vaca. Ninguém provavelmente entenderá o motivo, por ser tão pessoal. Mas se eu o fizesse teria certeza de ter feito a coisa certa. Talvez eu devesse escutar alguém me salve mais uma vez. Eu queria uma conexão que não existe mais. E que provavelmente nunca mais existirá.
Eu descobri que quero tudo aquilo que todos querem, mais amigos, mais dinheiro, um amor, uma vida estabilizada, um pouco de aventura na juventude. Uma vida programada. E desejar tudo isso só para que o meu plano venha a não ser como eu queria. Porque se tem algo que aprendi, é que não posso formular a vida para que siga meus resultados. Eu preciso improvisar em tudo. Eu sinto demais e escrevo demais. Ouço pouco e me alegro com o que ouço. Às vezes acho que falo com as paredes. Eu só quero o que todas as pessoas querem. Você de volta.

Eu pensei em pescar com meu vô, aulas de dança, break talvéz, dança de salão, abrir um grupo de teatro, filmar os programas da galera, e em alguma ocasião aprender a tocar um novo instrumento. Eu pensei em escrever algo que inspirasse as pessoas, eu quero mudar vidas, só com palavras. Eu quero ver multidões, por dos sóis, passear em parques, fechar os olhos sabendo que não estou só, e abrí-los da mesma maneira. Assistir filmes e ter quem olhar quando disse, viu só! Talvez seja disso que eu sinto mais falta. A maior de todas as faltas.

"...Porque é isso que as pessoas esperam de mim, é o que elas esperam que eu seja, elas esperam que eu seja assim, e é por isso que eu sou assim. Eu deveria ser o que eu sou..."

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Não entendido

Pensar enquanto tudo ao seu redor está em pleno movimento. Quando todas os objetos da vida se movem, gritam, esperneiam, giram, pulam, sussuram, cantam, brilham, rodopiam. Te deixam louco. Nesse momento você pode concentrar-se de uma maneira muito intensa no que precisa fazer, e então quando conseguir foco para tudo isso. Isso tudo estará a um passo de estender-se como pronto. Porntificado a encontrar-te a ser o que você quer que seja.

E mesmo que não quisesse nada, não seria nada, eu seria apenas algo, apenas alguma sensação que te deixaria pensando no quão subjetivo eu posso ser. Eu queria te confundir, não saber o que dizer, ou o que você pensaria, ou o que eu seria, onde iria, sabe, rimar, encontrar as palavras, ser o que eu queria ser um dia. Mas não, não é assim, pra se chegar em algum lugar concentrado, você precisa de uma escuridão pra enxergar nada, e notar que a luz é melhor para seus olhos.
Eu nem sei o que dizer, o que disse, estou confuso e não quero pensar no momento, isso é só um blog, mas consegue mudar minha vida social, mental, física por assim dizer. Quando foi que eu dormi pela última vez, acho que fazemd dias que eu planejo isso. Que seja, eu não quero pensar em nada, só te fazer pensar em coisas que eu não penso, coisas em que eu escrevo. Você não pensaria. Nem ao menos eu pensaria.

Enfim, eu só queria pensar, e não parecer pensador, errar e não parecer um fracasso, querer sem parecer que sou um pensador fracassado, sem parecer que a auto-estima acabou e que suas gotas esvaíram de meus frascos. Eu queria ser menos dramático sem perder minha essência. Queria, queria, queria. Eu queria. Que ninguém fosse embora com pobres pretextos, só não me deixem no escuro quando fecharem a porta. Não se esqueça, porque eu já esqueci de mim.

Eu não trabalho, eu me divirto... já posso dizer, mas não era bem assim que eu deveria dizer...

sábado, 18 de outubro de 2008

Crepúsculo comprado

E como é fácil ficar preso a cama com um livro por horas. E como é difícil ficar sentado no computador sem fazer nada por séculos. Redescobri nos últimos dias a minha paixão por livros e o bem enorme que eles me causam. Nem parece que a três dias eu iria negociar uma dívida familiar pra comprar um simples livro. Pensem outra vez. Eu fiz uma ligação, e vocês podem ter certeza, eu ainda estou sentado naquela cama, coberto pelo edredom tentando descobrir como acaba a noite daquela que se apaixonou por Edward. Nada mais do que eu faria, ainda tenho mais cinco livros. Presente do dia da criança. E como eu amo isso.

Eu estou atirado por todo lugar na verdade, no ambiente de trabalho, na vida prática, até pra lavar a louça. Não no sentido da palavras, mas por dentro. Eu me sinto atirado, como aqueles relógios derretidos no sol. Arte futurista mesmo, coisa de fora da ciência. Eu não quero jogar tudo como se fosse um jogo, mas não quero esquecer por um minuto o que eu deveria estar fazendo. Eu abri um sorriso enorme, só porque comprei um livro. Entrei na livraria, peguei-o sem ajuda, fui ao caixa, enquanto uma das atendentes vinha na minha direção. Levantei o livro e disse que era só.
Ouvi o preço, joguei a grana, peguei o livro, perguntei pelo próximo, vi a capa e me mandei. Descobre-se que logo teremos alguém fugindo de lobisomens ou talvez de algum frio, não se sabe. O que eu sei, é que eu estou revivendo os bons dias, como aqueles que eu me abraça a lembrança da história e ria com os pequenos detalhes. Eu precisava de você aqui, mas não tenho, enquanto isso, uso o livro pra relembrar as lembranças amororsas daqueles que se apaixonam sem saber por quem.

A verdade está dentro de mim, e sai pelas minhas palavras, pela minha língua. E eu só preciso descobrir como não deixar que escape pelos meus olhos. Tudo agora é felicidade, redescobrir tudo. Viver a aventura escrita mais uma vez. Sorri por causa de alguns adjetivos, e abrir a boca e suspirar por algumas revelações um tanto fantasiosas. Mesmo assim, mesmo sabendo que tudo não passa de história eu me regozijo em poder sentir a alegria de juntar-me a um grupo desconhecido que traça a mesma história. E lá vou eu, rumo a Forks.

"Sem dúvida era uma boa forma de morrer, no lugar de outra pessoas..."

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

My way home is through you

Tudo que eu tinha era apenas uma chance. Eles iam destruir a única peça que eu amava, ela não poderia me enxergar. Tudo estava escuro. A jornada me pedia alguma parada. Eu não tinha tempo. E se tudo fosse como no início. E se eu não tivesse entregado-a nas mãos do inimigo. Eu deveria ter permanecido em silêncio. Poderíamos ter construído uma vida no campo como a maioria, seríamos pessoas comuns, ninguém nos encontraria, e neste momento, enquanto aquela chuva em quantidade absurda caia, eu apenas pensava no que fazer para salvá-la.

Eu ainda tenho muito pra te dizer. Mas isso não fará as mãos assassinas pararem, permanecer e correrem o risco de não seguir seu manual mortífero. Isso está nos matando e ninguém quer saber sobre esse som estridente sobre o prédio. Tantas pessoas estão olhando para o topo, e a cobertura é o único lugar para onde eu posso olhar. Eu subo as escadas, eu anseio por tempo, entro em um elevador, chego ao destino. Quem me espera? A vida planejada, ou a música acentuada. Eu preciso de algo pra cantar, porque estou só.
Eu quero mexer meus pés, enquanto eu te pego nos braços e caio por mil andares, é tanto vento que meus cabelos desapegam a aparência habitual. Nós simplesmente aterrisamos, o inimigo está no chão. Parado, sistemático, imóvel, desentoado. Eu sigo uma rua com você. Iremos pro campo, antes que nos encontrem, ou antes que eu te encontre nos meus sonhos. Se for preciso, salvarte-ei quantas vezes preciso for.

Agora eu posso te dizer, e manter-te nos meu braços. Flores são apenas presentes, jóias são apenas materiais, cartões são apenas memórias. Meu abraço, seu abraço, nosso abraço, é tudo neste momento. Neste momento. E como é difícil fazer o tempo parar, o calor acabar, a chuva parar. Eu queria ficar aqui, parado, deixar que nos encontrassem. Mas eu não posso, eu corro, vivo fugindo, correndo sem sair do lugar, movendo os pés como a dança daqueles que nada sabem. Estamos a sós, nada acontecerá, estamos em segurança, e no momento é tudo que você precisa saber.

Amanhã eu preciso buscar o dvd no concerto!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Olhos fechados

E se eu mechesse em apenas uma gota. Como eu sentiria pena de você, como eu gostaria que aquele sentimento corresse pelas minhas veias e sumisse como quem expira ar inanimado. Há algo preso em meus pulmões, onde estão minhas palavras, decisões? Onde está minha vida programada, meus passos calculados, meus pontos planejados? Eu costumava me conhecer, e não sentir-me amargurado pelas minhas decisões. Rapidamente eu tomo em minhas mãos, eu penso e decido, se não tomar o caminho certo, morrerei.

Eu acordo de uma mente fértil, de uma imaginação que pressuponho ser adquirida quando os olhos não mexem. Se eu olho, vejo aquele ponto, apenas um ponto, que seria apenas desfocado ao olhar de quem foca o desfocado. Nada é avaliável quando é errado. Quando julga a si mesmo, não é quem queria que fosse, ou exatamente quem se é. E quem liga? Onde imaginam que estaríamos se tudo fosse fácil demais. Perdão é fácil. Não, é fácil.
Porque é tão difícil para pessoas tão simples perdoar fatos tão complexos? Parece que ninguém está disposto a jogar a primeira pedra no chão. E por isso, cerro os olhos, para escutar teu coração. Para poder me concentrar naquela rufar exasperado que me diz que posso conseguir. Que eu sou escolhido pra tomar uma decisão só. E participar dela. Se desconhecido for, eu serei, que seja apenas com um caminho, nada mais, nada menos.

Então eu lembro do que você me disse, do conselho no lugar secreto. Das palavras de conforto e do coração quebrantado que tinha. Eu procuro a sua voz em meio a tantas que predizem objetivos inalcançados. Eu quero segurar-te antes que caia, antes que alguém o faça, antes que as máquinas nos suportem. Eu preciso disso antes que os meus olhos se fechem. E que de hoje em diante. Que este seja o dia. O dia em que eu escolhi você, somente você. Nada mais além disso. Sem trocas, sem volta, pegando o cajado sem olhar para trás. E caminhando de olhos fechados. Apenas seguindo instruções!

Hoje é o dia em que me arrependo, em que decido viver!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Twilight

O por-do-sol ia escurecendo a noite, cada pedacinho que dela desaparecia apagava um pedaço daquele momento. Sua mão apertava a minha, pressionando o coração erroneamente. E cada respirar, cada nota, cada sentimento desvendado em um sorriso aberto, é a resposta pra cada uma de minhas perguntas. Aquela fita no cabelo, aquele desespero em nunca encontrar a roupa certa pra lugares onde ninguém daria a mínima importancia. Me faz te amar tanto, tanto. Tanto os prós, quanto os contras. Porque o leão desvairado encontrou paz naquela tão simples margarida.

Às vezes, a todo instante e momento, me pego pensando em ti. Naquelas frases inventadas quando não sabíamos onde ir. E me lembram os dias daquela realidade fantasiada, do quão distante seriam as estrelas pra que eu pudesse presenteá-la. E o quão bom ser piégas é, foi, será. Eu me lembro daquele anel surrado, daquela ruazinha sem fim, e de tantas outras flores caídas sobre bancos onde ninguém ousava conversar. Alegre, destacado, nascido. Novo tempo vivo que amanheceu, assim com você sou eu.
Aquela quantidade enorme de compassos, de arcadas, de notas rasuradas. Dos seus tantos rabiscos avermelhados sobre os meus rascunhos. E o que me toca a alma é a compatibilidade de nossas vidas. Enlaçadas, misturadas e amadas. Como se fossem um tom sustenido levado pelas folhas antes amareladas. É só tocar suas mãos pra esquecer as minhas, é necessário apenas ver você sorrir pra que possa me alegrar, e só preciso é aquele doce gargalhar pra que eu possa me completar.

Outrora descolorido por um vento que corroeu meus dias, agora vivo pela luz que me aquece dia a dia. Se já senti tamanha explosão em meu ser, tenha certeza foi você. Um milhão de pessoas, um milhão de notas, um milhão de por-dos-sóis não teriam importância sem você. Peças são moldadas para que se encontrem, sejam colocadas juntas e permaneçam. A única que diz o que eu preciso, de modo simples me surpreende, e me faz feliz todos os dias é você. Portanto apenas, fecha os olhos, me dê sua mão, segure firme e escute em meio ao silêncio quão singular é o som do crepúsulo.

Hoje eu realmente chorei de rir na hora da reunião, virou o catchup...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Amor e sua falta de desastres

Me vejo bobo como sinto as folhas a acompanhar o vento. Já ando pelas ruas com um sorriso aberto. Perguntam-me o motivo de tamanha singular festa. Mas a ninguém mais interessa. Com paixão eu escrevo versos, e com risos uma certa carta de cores variadas. Não são nem cinco horas da manhã e eu ouço todo tipo de pássaros na minha janela. Parece que eles tomaram a cor de azul marinho, e não o antigo azul acinzentado. Os cantares tem segundas-vozes e os pingos de chuva maior velocidade. Acho que era impressão minha, mas há uma semana o mundo parecia muito menos colorido.

Se eu pulo é mais alto, se eu enxergo é mais longe, se eu olho vejo mais detalhes, até as pobres borboletas agora podem voar enquanto piruetam várias formas geométricas no ar. Via eu o mundo desesperado e estabanado dos apaixonados. Uma semana? Sim, uma semana, tudo parece mais, melhor, fantástico. Eu tinha esquecido como era sentir isso, devido a circunstancias novas, acho que nunca senti a felicidade desta maneira. A vida sempre tem um primeiro amor que torna-se algo mais, e não demorou muito pra tornar-se.
Ah, eu esqueci, não eu lembrei dos pontos, das vontades, daquelas pessoas desesperadas correndo na rua. Eu sou uma delas agora. Uma daquelas com presentes encantadores nas mãos, e flores da melhor qualidade nos braços. Pobre daquele que ainda não encontrou um motivo vivo de esperança. Daquele que não achou amor valente, sagaz, capaz. Amor é ser amado. Amor é viver amando.

Eu lembro de ser bobo, por mais fleumático que eu seja, de ter sido bobo. Porque tempos ótimos estão vindo. Ótimas colheitas, cheias de frutas e sementes cheias para oferecer ao mundo. E eu estou com um sorriso enorme aberto, esperando que muitos venham abraçar aquilo que amam. Porque eu não vivo mais sozinho, deixei os velhos costumes, o velho modo de ser. Ser novo, ser diferente, com o que havia de essência boa em mim. Basta continuar amando, e entre todos nós neste lugar, amar é simplesmente amor amado, amado amor que ama amando.

Você vive em mim, eu vivo em você, bem, e eu te amo!

sábado, 11 de outubro de 2008

Colisão e seus sentimentos

Quando os tempos difíceis chegaram no porto, ele precisava escolher entre o que era certo e o que era fácil. Quando o amor chegou ele tinha dúvidas em escolher entre o visível e o transmissível. Não era pra ser resolvido tão fácil, ele precisava criar um drama por cima de toda a história que implicaria em uma grande história cheio de sentimentalismo e pensamentos primários. A verdade é que ele estava com medo do compromisso. Ele era o compromissado, mas tinha medo de dar o primeiro passo. Pra tudo que ele fazia, era o primeiro, porque dar a prímicia comunicativa era tão difícil. Bem, ele sempre pediu uma aventura dramática. Que o seja.

Um milhão de pessoas, suas mãos levantadas pro ar. Uma mensagem, um coração, totalmente singular e em completa harmonia com o todo. Se era singular eu não sei, mas que era um conjunto de vozes, sim, pode se dizer que sim. Houve música, houve show, houve uma promessa no meio da multidão. E enquanto milhares de pessoas diziam o mesmo que eu, eu sentia, mesmo que pareça egoísta e achista da minha parte, que apenas eu dizia. Incrível como um, só um momento, possa tocar o teu coração, melhor que isso. Tocar a alma, o espírito e todo corpo periférico. Era só fechar os olhos pra ver.
Foi então que eu colidi. Eu colidi. Eu, eu colidi. Você pensa ser forte, e em um momento apenas, vem tudo que você não imagina, ou é claro já imaginava, mas não acreditava que ia acontecer tão cedo. Aqui, agora, bem, que leve quatro anos então. Ou quatro meses. Quem disse que precisam ser quatros, eu sempre tive mais tempo do que isso. A vida é boa, assim eu diria ao Henn, ou How you doin pra Konzen. Tempo passa, e o que você não queria volta mais uma vez.

A pele sente apenas o que você deixa. E o respirar transmite o que você quiser. De olhos fechados você enxerga as meninas. De olhos abertos os rapazes. Desde quando é tão difícil cruzar linhas imaginárias. Eu devia saber pra onde andar e pra onde ir. Principalmente se for verde ou marrom. Muito mais se for azul. Menos se fossemos parcialmente nublados. Tempos de colidir, de aprender, e aprender é algo que eu gosto. Gosto, mas limita muito trabalho, e trabalho é algo que eu sempre fiz. Ou operei. Basta fechar os olhos pra enxergar o que eu quis.

Eu vou fazer, eu vou fazer, eu vou ser, eu vou...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

The real thing

Eu estava cansado dos velhos motivos empoeirados, tinha cansado de ficar ali sentado, todas aquelas lembranças me dizendo o que fazer. Me sentido só dentro de um quarto tão arrumado. Dentro de mim, queria abraçar ela mais uma vez, dizer que os outros não poderiam fazer nada, e que aquele momento era precioso. Perfume tão doce era aquele, como estranhos sobre a areia esvoaçada na praia. Ela não mostrava medo, olhos cheios de água, minhas vestes amassadas, um porta aberta e um vale silencioso a minha espera. Mas eu precisava ir, antes que dessem conta de que eu não estava naquele quarto escuro. Eu queria sentir aquele abraço mais uma vez.

Não me lembrava do dia, recordava do perfume, não da voz. Os olhos eram esboçados no interior de uma foto desbotada, e a força que eu fazia pra tentar retratar a expressão mais uma vez me fazia cansado. Então eu caminhei sem parar, tomei a decisão de sair do quarto, aprontar as vestes e sair ao campo. Não havia ninguém, um frio áspero, uma madrugada escura e uma planície oculta por sua vegetação rasteira. Nada em especial. Mas eu precisava chegar lá.
Minhas vontades tornaram-se vazias. E somente aquele amor me fazia respirar, mesmo quando as rodas da eternidade paravam de girar lentamente, meu coração abria-se para uma luz irrevogável que me dizia onde ir. Sem ela, eu me sentia só. Perdido, sem lugar ou quem recorrer, e quando a noite chegava e eu não podia viajar, o que me dava esperança era a lembrança de um perfume tão suave que me fizia corar.

Verdade é que ao passar dos dias o campo tornou-se deserto. Quando eu pensava não encontrar alguém, ela me encontrou. E agora eu não sentia mais saudade, novamente nos seus braços, naquela fragrância que me dava vida. Amor que amava, que não me deixava morrer, palavras vivas dadas a quem merecer, estava eu deitado sobre o campo, mãos dadas, corações moldados. E nada podia me fazer falta. Porque a eternidade, era apenas a eternidade, e os meus dias, apenas tempo. Quando as rodas parassem de girar eu morreria, feliz. Apenas com um sorriso no rosto, sorriso aberto, alegre, vivente, vivido.

Então a gente subiu o morrinho e fomos na clareira lá em cima da montanha!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Direções opostas

Eu não sabia pra qual lado olhar, pra que direção fingir focar aquele interesse tão exasperado. Havia uma aglomeração enorme, um fluxo contínuo caminhando em direções opostas enquanto os primeiros pingos da chuva caíam. Eu estava parado de alguma maneira, que no momento me parecia inexplicável, eu não tinha motivos pra sair do conturbado movimento de pedestres, pior que isso, eu não queria sair. Eu ainda pensava naquele abraço, naquelas pessoas, no meu recém-passado findado. Então saí a caminhar.

A chuva sempre me fez bem, me lembrava que havia alguma maneira de se limpar, daquilo que não queremos resolver, dos problemas em que não desejamos pensar, e nas situações que não gostamos de imaginar. Haviam tantas peças naquela rua, tantas histórias. Talvez a minha não fosse a mais interessante como a da moça que corria com a aliança perdida, ou o garoto que não tinha pra onde ir. Mas eu estava lá, e tudo que eu fiz, foi caminhar para casa.
Quando eu caminho pela cidade, me descubro mais uma vez. Toda vez encontro respostas que me lembram das coisas que importam, e aproveito pra continuar montando aquele quadro de pensamentos aleatórios. Porque eu não tenho pra onde olhar quando todo mundo está sem rumo. Quando as pessoas andam de encontro aos seus destinos, eu lembro que não sei pra onde andar. Qual a direção, nem ao menos uma bússula tenho. Então fico parado, esperando o próximo movimento.

Eu posso caminhar para qualquer direção, dizer o que eu tiver vontade, viver sem a presença quem eu quiser. Mas eu quero seguir uma direção apenas, dizer apenas o que for importante e viver com uma centena de pessoas especiais. O tempo só fica claro, e as nuvens dispersam quando eu decido uma direção. Até lá eu finjo não ter visto a menina caminhando, nem a aglomeração desesperada a caminhar sem rumo. Enquanto isso, eu tento descobrir meu caminho.

Não é que eu pense que nada conta, mas é que não é como seguir as intruções!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Tartarugas e pássaros

Vamos fingir por um momento que tudo está bem. Acho que era isso que eu pensava quando a situação era exatamente contrária. Eu lembro que quando mais jovem, procurava lugares onde eu pudesse enxergar longe, muito longe na verdade. Me levava a entender que eu não queria possuir um império, mas poder apreciar o que tinha. Enfim, as constantes idas a lugares vastos eram uma boa desculpa pra tentar escapar dos problemas diários. Nunca fui um fã de problemas, e a maioria das pessoas acredita que o tamanho deles somos nós que fazemos. Mas depois de alguns anos, alguns descobrem que a vida não é tão simples e que não existem mais lugares altos pra assistir a cidade quando tudo foge do controle.

Respirar fundo, contar até dez, tentar fechar-se no seu mundo, métodos que funcionam apenas por uma vez. O segredo é dizer pra você, pro seu espírito, que tudo está bem. E se não está, você tenta fazê-lo acreditar que está. Porque se o mundo é uma grande cozinha e as aflições são os barulhos de talheres e pratos batendo impertinentes ao redor, a solução é saber conviver com tudo isso, é fazer assim desta uma situação diária. Com o tempo alguns de nós pegam o jeito, e o que antes era algo que costumava nos aborrecer tranforma-se no comum dia a dia.
Saber tomar conta do seu eu, da sua vida, sem nem ao menos preocupar-se com o que o meu redor está dizendo. E quem conhece o amigo é aquele que com ele está. Ou aquele que com ele não está. Ninguém conhece o amigo, simplesmente o conhece. Não procura saber quem é, já sabe há muito tempo. Ninguém entende nada, nem as palavras, nem os amigos, nem os problemas, afinal, nada é de graça, nem sem esforço. Somos parte de um sistema em função. Uma função sistematizada que talvez seja resolvida por nós mesmos.

Poderíamos nós apenas respirarmos, contar até dez, dizer que tudo está bem, tentar convencermo-nos disso e um dia, talvez, com muita sorte, esperar que isso seja comum. Até lá, cuide de si, porque é a única fórmula que me vêm a mente no momento. Eu não me preocupo com você, porque existem um milhão de pássaros lá fora com fome. Nem com as meninas que dizem ser apaixonadas por pássaros, a maioria delas prefere tartarugas.

Ver o velho homem, de um novo ângulo, quebrantar a alma, deixar o espírito livre...

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Respire fundo

Eu olho para minha vida, para as minhas histórias e enxergo cores. O ontem, o agora, o depois, nada mais importa neste momento. Este momento, em que eu me deito em pensamentos vastos, coloridos, cheios de aromas interessantes, extasiantes, e me delicio em saber que você está aqui. Nenhuma ocasião precisa motivo quando você surge, nada necessita de explicação, tudo é perfeitamente planejado, e mais uma vez, eu entrego-me a este sentimento explosivo, alegre, vivo, que me faz lembrar o quão agradável é o teu olhar.

Sim, eu me lembro da primeira vez que eu enxerguei aqueles olhos, não, talvez eu lembre da expressão. Eu não precisei de um sorriso exagerado, de uma camisa com botões de madeira, nem ao menos de sapatos sociais, talvez devesse ter usado uma gravata. Não. Eu comprei o que merecia ser dito, e disse o que merecia ser gravado, mas não gravei, improvisei. A vida nunca foi um improviso, e era hora de viver uma sensação que me fizesse despertar do meu mundinho adaptado a premiditações.
Eu me sentei em um banco de madeira, um pouco sujo pelo vento com suas cores, eram tantas cores, tantos batidas do coração, tantos porquês sem sentido, e muito medo. Medo sim, medo de perder, medo de não ser, medo de não ter. Eu não sabia o que tinha, e apenas uma idéia de para onde ia. Alguém me esperava e contava os minutos, alguém não me esperava e contava as horas. O meu tempo havia acabado, diziam as ondas ao fundo.

As ondas tinham formato de som, som que agoniava, que me desencadeava, me deixava pasmo com o que aconteceu. Sim, eu usei um sorriso exagerado, um calção amarelado, mas a gravata guardei. Comprei o que havia dito, disse o que comprei, improvisei o que não sabia, e pela primeira vez me senti bem. Vivo, morto, vivo, não sabia, e até hoje nem o sei, tudo rodava e eu queria pular. Quão bobo sentia as pernas a balançar, coração não batia, via cores, e tudo que eu conseguia, era lembrar do teu olhar.

Oi, eu queria falar com você... E eu digo muitos oks...