sábado, 16 de junho de 2012

Já se machucou

Que vida cheia de "se" ou "bons tempos", me anoja tudo isso. Essa relutância venenosa que foi injetada em mim há sete mil anos atrás, esse plano de tentar atravessar o muro de titânio sem capacete. Existe essa parte de mim que acreditava em chegar do outro lado uns dois anos atrás. Quarta-feita quando eu fiz aquele discurso que não era meu por trinta minutos cheguei em casa pensando se mudei, se o poder daquelas palavras me incendiou algo novo, e se posso ser capaz de incendiar a outros. Que tipo de ser humano sou eu, com estas músicas melódicas ultrapassando os ouvidos, mas com palavras que não penetram coração.
Quem sabe eu devesse me render, bem que alguém gostaria, mas eu não sou fácil, nunca fui, duro na queda, persistente, até o fim pra ter o gosto de dizer que cheguei. Será que se desistisse sentiria saudade, falta, desejo maior? Se eu fugisse, por quanto tempo poderia me esconder? É o tipo de pergunta que nunca vou descobrir, se eu o tivesse segurado pelo pulso naquela manhã de terça, se eu tivesse dito sim a todas as oportunidades. Não importa, você é suas escolhas. Escolha elas e não olhe para trás como eu fiz nas linhas anteriores. Aprenda com quem já se machucou, ele tem algo real pra lhe oferecer.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Este velho oceano

Cada dia que passa penso mais sobre a vida, as linhas debaixo dos meus olhos começaram a aparecer e aparentemente eu tenho lutado contra esse desejo da velhice juvenil que atenta em me levar pro lado negro da força me fazendo confortar-me com tudo. Eu me sinto diluído, tênue, deve ser efeito desse inverno rigoroso do sul que me faz amargo quando ninguém está olhando. Em teoria eu tenho feito tudo certo, mas no fundo desta casca recentemente grossa da prática guardo uma idéia antiga de que posso fazer mais. Eu perco mais tempo com meus dramas do que com a própria realidade. Todos os meus problemas sempre me tem por culpa, eu me culpo, com a ideia de que posso mudar a realidade, mas que realidade seria essa que até eu desconheço?
Eu quero voltar pra casa, mas não posso, não existe mais casa, esse vento marinho no meu rosto, me lembra que a água está gelada, e que se eu desistir tão novo, tão cedo, posso me juntar aqueles que afundaram muito tempo atrás neste oceano de medo e dúvida. Não existe escola para o que estou vivendo e este blog de quatrocentas e nove postagens é tudo que tenho pra conversar, desabafar, e este é o motivo de tanta amargura escorrida pelas páginas azuis marinho.
Eu escrevo porque as palavras colocadas em outro lugar fora do meu peito, me faz sentir leve.