quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ponto de partida

Meus amigos são sorrisos colados em paredes, e com um balde branco de tinta, eu pinto as paredes do meu quarto de vermelho. Sempre quis pintar o quarto de vermelho, mas sempre me deram latas brancas. Sempre, brancas, e isso me frustrava. Mas eu tomei coragem, e comprei a mais cara, aborrotei algumas sacolas, e fiz uma mistura amigável, mudei o rumo dos meus muros confortáveis que costumam me guardar durante a noite. Eu conheci a garota do vestido vermelho, e ela não demonstrou nada demais. Eu descobri que ela tinha a peça, a roupa, o tecido, mas quase gargalho quando lembro que a boca fala do que o coração está cheio. Realmente não se deve julgar o livro pela capa.

Meus amigos são sorrisos colados em paredes, nas minhas paredes, tantos deles não sabem pra onde vão, e às vezes por pensar tanto em cada um, eu recordo que é melhor cuidar da trave no meu olho. Eu acabei fazendo tantas coisas diferentes nos últimos meses que esqueci do quão sensacional era redescobrir uma sensação antiga. A de salvar alguém. Acho que ela havia se perdido no caminho, e eu acabei casualmente redescobrindo-a. Situação bastante encantadora e posso dizer que até mesmo mágica. Uma confusão que acabou me lembrando quão simples e incrível a vida pode ser.
Eu tinha esquecido de que abraçar os meus amigos(as), e dizer que são bons(as) amigos(as) era incrível, e que dizer eu te amo pra minha mãe era, uma maneira inteligente de me fazer sentir bem. Eu tinha esquecido que fazer as pessoas ao meu redor felizes era me redescobrir como humano. E por alguns meses eu esqueci que aconselhar quem se sente perdido era ser quem eu realmente sou. Minha identidade voltou num instante, as mudanças somente adaptaram-se, como se fosse algum tipo de bagagem aplicada.

Os dedos pintam um tempo de descobrir quem eu quero ser, e como quero ser. Se realmente quero medicina, ou se desejo simplesmente pintar quadros de olhos fechados. Não me importa muito o amanhã agora, porque tenho sonhado com o agora, e nem as pessoas céticas, porque quem acredita em mim sou eu. Me importa Deus que me fornece oxigênio em caixas, e às vezes o carteiro que me traz promoções mensais. Mas neste momento, eu tenho só uma vontade, descobrir para que direção eu quero ir, e se vou me esforçar por ela.

Você vai começar os vinte e um episódios da segunda temporada de One tree hill...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Can't see you

Havia uma criança sentada sobre uma pedra, esta era cheia de musgo, mas a criança não se importava. Sentada sobre aquele rochedo, imaginavam que ela pensava ser a rainha do mundo, ou alguém com grande poder. Todas as tardes ela subia a montanha e no mesmo lugar assistia ao por do sol, como uma espectadora aplaudindo aquela obra pintado com finos dedos por Deus. As pessoas ficavam imaginando o que se passava na cabeça de alguém tão pequena. A menina não se importava, ela continuava encarando toda aquela imensidão. E anos se passam como vento, como folhas, e nossos pais não gostam de pintá-los sobre as paredes da sala.

Ela tinha a idade de uma adulta, e ainda estava lá, sentada sobre a imensidão azul, laranja, rosa. Ninguém entendia se ela estava lá, ninguém gostava de palpitar sobre a garota observando o céu, ninguém ousava perguntar o que ela fazia, até o dia em que um homem, com vagarosos passos e com muitas dores fez o mesmo que ela fazia por muito tempo. E nada falou. No dia seguinte, uma criança fez o mesmo, e dias depois ninguém apareceu. Parecia que não havia motivos pra ninguém estar alí, as pessoas simplesmente tentavam descobrir por sí próprios o que aquela experiência pudesse transmitir. E isso era tudo.
Os pais da garota sempre estiveram por perto, tão perto que esqueceram de perguntar a ela o que ela pensava, onde ela se imaginava, se ela havia alguma dia pensado no futuro, nas histórias para contar antes de durmir. Mas acho que isso era apenas passado pra ela. Já havia se acostumado com a falta de pessoas, de pais, de família depois de tanto tempo. Sentada na frente do deserto de águas, ela propunha canções, palavras jogadas ao vento que moviam as tardes coloridas. Seus pais nunca souberam onde ela estivera, somente duas pessoas de idades distintas sabiam. Seu marido, sua filha.

Seus pais, nunca souberam onde ela passava as tardes, a noite, o dia, o amanhecer, o entardecer. Sua mãe estava sentada, tentando entender a vida, e seu pai depois de cansar-se tentando entender em livros o sentido da vida, sentou-se uma vez ao lado da esposa, e nunca mais voltou, porque morreu no momento em que entendeu o que as bibliotecas não lhe fazia sentir. A mãe não sucumbia a vida, porque nunca entendeu o sentido de nada, a filha, definhava cada dia sem mãe, sem pai, sem um cubículo no peito, gritando desanimada entre paredes, sem pais, sem vida, sem mãos, sem olhos sobre si, sentada em uma cadeira avermelhada, ao vento de outono, observando que sua mãe teria entendido tudo que sempre quis, se um dia tivesse enxergado seu sorriso.

Cuida do meu livro, eu nunca emprestei ele pra ninguém, cuida dele bem, cuida dele bem, eu disse, bem... Bem...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Twilight - Assistido

Eu estava sentado, em uma poltrona um pouco rasgada, aquela antiga vermelha de couro com o estofado amerelo aparecendo vez por outra. O som não foi dos começou dos piores, até estranhei que tudo estava perfeitamente bem, sem pipoca, sem refrigerante, sem tênis. Sozinho em uma fileira, sem algum cabeção sentado na frente, apenas um casal a metros de distância a direita. Uma quantidade relativa de pessoas, por volta de trinta naquela última sessão do domingo. Um mês e uma semana após a estréia, lá estava eu sentado no cinema local pra assistir Crepúsculo.

Um mês e uma semana depois. O que teria dado tão errado pra que eu fosse assistir algo que esperei tanto tempo, depois de muitas dias após a estréia? Acho que na semana de estréia quando cheguei em Porto Alegre, o horário de saída não coincidia com o de chegar a tempo na rodoviária. Ou na segunda semana em que houve um almoço com direito a playstation, na terceira semana em que houve um aniversário adiado pra que eu pudesse comparecer, na quarta, onde ninguém resolveu ir comigo, e na quinta em que compareci a Porto Alegre, mas o filme já não estava lá.
Sim Lajeado, o tão bem cinema falado por tantos. Clientes da locadora às vezes chegam a me perguntar brincando se as poltronas têm pulgas. Agora, aqui entre nós, eu não deprecio o cinema tanto quando dizem. Eu gosto daquele lugar, anos atrás, muitos colegas gostavam da sala de teatro porque ela tinha cheiro de mofo, sofás velhos, e cortinas empoeiradas. Aquilo nos dava um ar de, creio que a palavra seja, conforto, nostalgia ou lar. Das tantas memórias que eu tenho deste lugar chamado cinema local, acho que o estado, me leva a recebê-lo da mesma maneira que recebia a sala de teatro.

O filme foi ótimo, exatamente o que eu esperava, realmente bem fiél ao livro em muitos e quase todos os aspectos, uma rápida aparição da Stephenie, autora do livro, muitas cenas românticas, o cenário exatamente como imaginado, exceto pela casa da Bella, imaginava ser em estilo bem rústico. Enfim, o filme superou as expectativas, gostei e espero o Lua Nova logo, filme que esperamos vir ano que vem. A verdade é que às vezes vale a pena sentar em uma velha sala confortável que te traga boas lembranças, e que te alimente com novas, foi uma ótima experiência, que a gente sente apenas uma vez na vida.

Sério, o filme da outra sala Os estranhos, certo que é o melhor terror que eu já assisti na minha vida...

sábado, 17 de janeiro de 2009

Desperate

Ultimamente minha casa está vazia, somos eu, o piso, o teto, os móveis, e o tempo. Tudo parece menos vivo aqui dentro, e confesso que muito silencioso. As pessoas vivem dizendo "me deixem em paz", "tudo que eu preciso é de um tempo sozinho", e na minha opinião quando eu encontrei uma casa vazia, um dia sem compromissos, um lar só meu. Foi bom, até melhor do que eu esperava, tenho me organizado, tudo ao meu redor por sinal, minha alimentação, o que eu cozinho, o que eu compro fora, o lixo, corte de cabelo, desenhos, trabalho, exercícios, enfim, boa parte da vida.

Descobri hoje que às vezes existem pessoas do nosso lado, ou poucas pessoas entre muitas que apreciam o valor que existe em uma chance dada. As pessoas que se importam, comparecem às reuniões, como hoje por exemplo, e gostaria de dizer que prefiro conversar com meia dúzia interessada, que com uma igreja cheia desatinada. Hoje na volta pra casa, enquanto pegava uma carona com o Giba, compreendi que muita gente pensa como eu, e entende o que outros falam nas entrelinhas. Bom saber que não fui o único a pegar as mensagens da última semana.
Ah, por falar nisso, nessa de organizar a vida, lembrei que nunca, sabe fazem dois anos, e neste tempo inteiro, eu nunca tomei um café com meu amigo Tiu Fiu. Anos atrás prometi, e combinamos que iríamos, e a cada vez isso se torna mais difícil, mesma quando nós dois estamos sem fazer nada a noite. Deveria fazer isso uma hora, botar o papo em dia, cumprir as antigas promessas. Seria uma boa maneira de começar a organizar a vida, pelos velhos programs não feitos.

Enfim, não sou de dizer muito que venha mostrar quem eu sou, mas a semana tem sido solitária e produtiva. No trabalho o computador estragou, e essa fonte que costuma dar conta de noventa por cento do nosso serviço ficará parada até amanhã, dia de maior movimento na loja. Ou seja, prepare seu bloquinho e paciência afiada, afinal as reservas começaram a ser feitas no excel. Grande idéias esta de tirar da antiga folha. Hora de pular fora, fiquei aqui por muito tempo, quase que vocês descobrem tudo e mais um pouco.

Ah, que beleza, eu não acredito que tu fez uma copia dos arquivos que estavam no hd, e guardou no hd. Ah é mesmo, foi o hd que pifou! Deve ser por isso que eu estou tão calmo!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Fechadura arranhada

Eu costumo guardar muitos segredos, me fecho com as pessoas, e quando me abro, deixo pedaços de quem eu sou nas mãos de vários, pra que nenhum em seus momentos de ira possa me destruir. Sempre fui desta maneira, nunca decidi mudar isto. Desde pequeno tive a necessidade de ser desta maneira, costumava me entregar, contar de quem gostava, de quem não gostava, do que fazia, ou nunca tinha feito, e assim meus amigos me batiam com minhas fraquezas. Então após algumas bofetadas, aprendi de alguma maneira que não deveria largar tudo nas mãos de uma pessoa, a menos que ela merecesse, e muito.

Amigos de verdade não são fáceis de serem encontrados, na verdade em toda a vida, é possível contar nos dedos de uma mão talvez a quantidade daqueles que mudaram o curso da nossa vida. Não se trata de alguém que te deu a mão para subir em uma árvora, mas daquelas pessoas que choram contigo na hora do desespero, que lutam contigo na hora da morte, daquelas que fazem o que não costumam, só pra que você se sinta alegre. Acho que esta deve ser a minha definição pra bom amigo, ou pelo menos a momentânea.
Mas para que eu não me perca, eu não conto segredos. Eu me fecho, como uma concha, pra que ninguém saiba o que se passa aqui dentro. Os problemas amarelos eu abro com uma pessoa, os vermelhos com outra, e os azuis com alguma outra. Maneira estranha esta de ser, mas que me possibilita continuar a ser eu mesmo. Conheço apenas três pessoas pra quem costumo contar todas as cores e todas elas não estão aqui. Então eu componho histórias pra quando nos encontramos, ou nos perdemos.

A verdade é que o David gosta de compartilhar a vida, quando tem certeza de que ele confia, independente da pessoa ser confiável. Mas alí está a confiança dele depositada. Ele prefere contar para muitos, porque amigos verdadeiros, que após anos não vão embora, são poucos, e prefere dividir seus segredos, porque toda vez que pensa no porquê de fazer isso, ele ouve uma voz que por muito achar dizia com todas as sílabas e com todas as vozes. Você se fecha, não conta seus segredos.

A praia está o máximo, deixa eu te contar o que tá passando no cinema...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Cubo

Existe uma garota pendurada na minha parede. É tudo que eu tenho a dizer, porque sou um escritor tagarela. Se falo demais, as pessoas me enxergam, e se falo em parábolas, nunca saberão quem realmente sou. A idéia de algo público em segredo, é que todos podem ler, mas nem metade da metade entenderá metade do que disse, ou quis dizer. Acho que agora poderia abrir um sorriso sarcástico e soltar aquela risada avassaladora de cima do castelo, de céu escuro, cheio de raios e trovões com mil e quinhentos morcegos voando pelo único caminho tortuoso que leva a mim. Sim, segredos públicos, bem vindo a vida.

Cada imagem, cada frase ou ação me leva a entender melhor algum sentimento, me dá um espaço amplo de alguma lição que eu deveria aprender. E ultimamente, confesso que há alguns mêses, ou posso confessar que há um ano e alguns mêses descobri uma figura que me chamou a atenção e que mudou a minha vida, ou pelo menos a filosofia dela. Eu posso dizer que me ensinou a ver o mundo de maneira diferente, a entender o sentimento de muita gente, ou os meus, por mais profundos ou escondidos que estejam, porque eu confesso, que às vezes, nem eu consigo me entender.
Quando eu sento, e realmente penso sobre a vida, descubro que muitas vezes sou egoísta, com meu tempo. Ou que sou irritante por motivos tão absurdos, ou inúteis. Pedaços do meu cotidiano em que me descubro como um alguém tão errado. E então eu começo a planejar como mudar esse modo frustrante de ser. Por vezes funciona, em outras, nem tanto, ou quanto eu esperava. A verdade é que tentar apagar os defeitos é um caminho longo, e por causa de uma figura, eu venho tentado apagar os meus.

Sabe, cada parte da vida pode nos dar dicas, de como tratar melhor os amigos, ou melhor os inimigos, talvez abraçar mais os primos, ou respirar fundo quando se lava a louça e os copos com água quente caem no chão. A verdade é que de tudo, eu devo dar graças. A vida é simples e complicada ao mesmo tempo, é alegre e triste ao mesmo tempo. Não existem regras pra nada, tudo é relativo, apenas depende de uma constante, que é a de que tudo depende do que você decide acreditar. Existe uma garota pendurada na minha parede. É tudo que eu tenho a dizer.

David em casa, sem ninguém, mãe na praia, e uma casa vazia pra mim.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Solto

São tantas pessoas neste mundo, tanta gente correndo, caminhando e saltando por estas ruas que metade delas eu não conheço mais. Sabe, tantos humanos, há um fluxo neles. Ninguém sabe ao certo o que causou tudo isso. Uma chuva começou a rolar na primeira esquina da cidade. Metade dos habitantes de um lado, metade do outro, uma divisão bem justa para uma cidade tão pequena. Ali não havia mentiras, joguinhos, idiotices, tapadices entre outros. Ninguém esperava nada, só contava o que queria ser, ter, fazer. Simples, curto, rápido e sincero. Tudo reinava debaixo de chuva, de água cristalina.

Um milhão de vozes se levantaram ao mesmo tempo, e dois milhões de braços também, começava mais uma gravação de um cd, debaixo de chuva. Uma água boa que nem ao menos molhava, uma água que queimava por quem passasse. Lá estavam eles, todos juntos, felizes, contentes, alegres. E uma onda de emoção passou por todos eles. Há passou por mim também, não era uma mera felicidade, era algo bonito de se ver. Há a reunião do grupo de jovens foi show, os ensaios começaram, e eu aposto muito nisso, acho que vai bombar mesmo.
A maioria de nós está calmo a respeito, nem tudo foi feito como deveria, mas estamos deixando tudo sobre panos neste momento. De maneira agradável. Tudo está indo pro devido lugar, acho que fazem alguns anos que não acontece alguma coisa assim aqui na igreja, tudo vai bem debaixo do deserto, e alguém diz que está com fome. Nossa, tanta coisa rolando, e um vocabulário tão popular. Que seja, eu quero isso, eles também querem, e eu vou pro sala. Boa tarde.

Um onda vem se levantando, milhares de pessoas apavoradas correndo, e eu não conheço nenhuma delas, todas apavoradas, todas amedrontadas, morrendo de desilusões. Eu não corro, eu observo aquela onda, porque não existe pra onde correr neste momento, ela esta perto demais. O meu lugar, os meus hábitos, as minhas ideias, minhas loucuras, eu enterrei, a onda não poderá levar, eu estou naquele lugar, correndo, parado, pensando no que valeria a pena lembrar, dizer por fim. Nada, apenas que segredos, são segredos.

O que este desenho no mural significa pra ti?

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Cartas abertas

Meu dia começou com o almoço, e depois com muitas horas de trabalho, terminou com uma boa janta, e com a mãe no sofá assistindo alguns episódios. Alguma coisa está presa, e como é horrível saber disso, saber que nem tudo está bem... Ah, antes que um alguém imagine coisas, só pra deixar claro, o "eu te amo" não era pra você. Eu disse, costumo dizer o que preciso, e Gideão pode ter esperado por resposta, mas a minha não é afirmativa. Se é que houve uma pergunta. E se quiser saber o porque de eu decidir responder, é porque nunca gostei de enrolar alguém. É horrível ser enrolado. É chato e desprezível de quem enrola, então melhor dizer logo. Porque a história que eu conto, tem outro substantivo por foco.

Amanhã começa um novo projeto, com um pessoal escolhido a dedo na igreja, e por mais que eu pense não consigo imaginar dando errado. Existe uma certeza em mim de que tudo que nós fizermos vai dar certo, automaticamente. Talvez seja apenas um começo, uma invenção, mas quando der certo, quando tudo melhorar, quando tudo começar a andar, como nós queremos, pode ter certeza, que realmente dará certo. A vida anda um pouco difícil nesses últimos dias, a banda tem passado por momentos bem difíceis, na história desse conjunto mesmo, acho que é a pior fase desde que criado. Um deserto sabe, que pra alguns parece sem fim, como se três meses fizessem tanta diferença. Hora de segurar as pontas.
Eu enxergo uma esperança nascendo com o sol, refletindo nos meus olhos. Algo está crescendo, mas espere um momento, se o conjunto está passando pela pior, se quem eu precisava do meu lado esta se curando, se tudo está fraco e frio, significa que é hora de se preparar novamente, porque alguma coisa vem por aí. Eu respiro fundo, suspiro, precisava de você do meu lado. Não é fácil resolver estes problemas, nada tem sido fácil. Acho que é hora de pegar de uma vez por todas as minhas responsabilidades e correr atrás do que eu preciso, quando eu terminar tudo isso, não terei mais respostas, nem perguntas.

Eu vou fugir, e quando fugir saiam da minha frente, me dêem espaço, me deixem passar. Eu quero diferenciar as minhas mãos, da solidão, e as minhas palavras da mesmice, não quero ser um filho como todos os outros, eu quero ser diferente, quero que apostem em mim, quero que acreditem e torçam por mim, que chorem e que riam comigo. Eu não quero ser mais um boneco em série, preciso de alguém que saiba responder minhas perguntas.Preciso de alguém que tenha experiência em destruir monstros e dragões, sereias e impérios. Precuso amadurecer de outra maneira, dentro do meu coração.

Hoje a minha pergunta é, será que vou viver na mesmice, como milhares que receberam o mesmo que eu?

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Paper on the desk

Às vezes eu não sei bem sobre o que escrever, e quando encontro o tema, ele já conseguiu se transformar em algo melancólico ou sentimental. Metade das pessoas são sentimentais, metade céticas, e você precisa decidir por um lado, a primeira você decide pelo sentimentalismo, a segunda, pelo sentimentalista, a terceira pelo sentimentalista, e acaba se tornando um escritor melancólico e cheio de sentimentos manchando a ponta dos seus dedos no papel. É assim que começa o julgamento sobre o que você escreve. Se é variado ou não, se fala sobre o dia a dia, ou escreve contos, se têm um site pra escrever os desabafos, ou outro pra falar da vida privada. Eu escrevo sobre sentimentos, porque a vida já é seca, dura e cética o bastante.

Eu nunca liguei muito pra isso, sempre fui de não pensar no que os outros iriam dizer. Às vezes eu mandava as pessoas não aparecerem na foto, porque não deveriam, ou dizia a verdade na cara dura, xingava quem merecia, e cortava quem se sentia mais que os outros. Lá fora, dessa bolha enorme que os pais formam ao nosso redor através dos anos, o mundo é árduo, é frio, é silencioso, e águas paradas, são profundas. Não tenho motivos pra escrever sobre algo que não seja o que se passa dentro de mim. Às vezes eu me pergunto, de onde vem toda esta escuridão. Essa lama que escorrega as escadas da cidade.
Eu só quero me livrar deste fardo, desta vida, deste mundo. Eu tenho vontade de correr e fugir, e correr, correr, correr, de tudo, de todos, das pessoas, dos rapazes, das moças, das crianças, dos amigos, me atirar em um grande rio, e lá embaixo não ouvir barulho de nada. Apenas o silêncio absoluto. Vivo, calmo, em harmonia. Eu queria abrir os braços na chuva e gritar, e chorar, me livrar do nó preso na garganta há meses. Mas eu não posso, simplesmente não posso.

Eu não tenho mais inspiração, nem sonhos, tudo que eu tenho são folhas, pilhas de folhas borradas, riscadas, e eu não consigo encontrar no meio desta bagunça mais nada, nem sequer meus pincéis, meu lápis, minha borracha, eu quero apagar tudo isso. Me livrar de ti. Da tua dor, do meu sofrimento, dos nossos dias, do meu momento inanimado. Essa traça corroeu os nossos coração. Nenhum de nós consegue dizer 'eu te amo', porque ficamos cegos pelo orgulho e hesitação. Você nunca disse, eu nunca deveria dizer, nós erramos, tudo foi um erro. Eu vejo nos teus olhos, nunca foi capaz. Tira esta capa, abra o coração, eu não posso colocar a minha mais uma vez. Se todo meu amor não for o bastante pra ti, então eu não sou o bastante pra ti.

Vai dizer mãe, One Tree Hill é legal, se nós continuarmos nesse ritmo, logo acabamos esse box.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Perfect life - in love

Caminhava em ritmo tamborilado por aquela calçada, vestindo um terno de corte fino, azul marinho, camisa clara, gravata solta e último botão aberto. Vento forte, frio, que me fizesse trazer as melhores memórias dos meus dias, muitas nuvens, nada que parecesse chuva, mas que não trouxesse o sol. Clima perfeito. As pessoas por alí não dão a mínima bola pra vida, ou para minha presença, eu não me importo, porque nesse momento inevitável o momento bom da vida está preso pela minha vida. E eu estou fazendo o que mais gosto. Caminhando em uma estrada longa, cheia de prédios, ouvindo o alto som da música em um clima perfeito.

Em uma mão havia um buquê de flores, oh meu Deus, utópia again, diziam as pessoas após a esquina da floricultura. E oh que fofis diziam as velinhas na outra esquina, e te amo dizia a garota em vermelho sentada no parque. Muitos passos, um lago, um casal, assuntos mirabolantes sobre idéias inusitadas. Alguns sorrisos sobre uma vida sonhada, nos apaixonamos. Porque você estava alí naquele momento? Porque não esqueceu que nossos filhos não diriam o que fizemos para os netos? Provavelmente eles não conhecem o amor quando enxergam-o. Ah, sim. O casal, eles estão casados, moram em uma casa branca de janelas azuis. Tem dois filhos, costumam viajar nos finais de semana.
Porque perfeito, arrogante, autônomo é parte de uma liga invejosa e desacreditada de flores brancas sobre a mesa. O casal acreditava em histórias contadas, e em finais felizes, mas os vizinhos não. Eu acreditava em sorrisos, ela em risadas, nossos filhos em gargalhadas. Os vizinhos simplesmente fechavam as janelas, porque somos um quebra-cabeça montado. Formamos uma figura feliz, cheia de dentes brancos, brilhantes, empoleirados em fileiras iguais. Somos o retrato do que os netos não seriam. Mas é cedo demais pra me importar com isso.

Eu pego na mão do amor, o amor segura os dedos do carinho, e a paixão nos une em um só. Oh yeah man, in love again, mas sem o oh man. Felizes pra sempre, até que a morte nos una, ou até que a primeira discussão nos faça entender que precisamos conhecer igualdades de melhor forma, pelos próprios olhos. Sim, agora ela está sorrindo pra mim, franja ao vento, vestido branco, eu com minhas velhas vestes limpas, e os vizinhos xingam, nos amamos, os vizinhos gritam, gargalhamos, os vizinhos choram, nos abraçamos. Os vizinhos odeiam, nos amamos, eles desmoronam, suspiramos. E no fim do dia, eu chego com a pasta, ela com o abraço, e nos beijamos.

"O amor deveria ser o maior entre nós. As pessoas deveriam pensar melhor na vida, deveriam julgar a sí próprios. Se aproximar do que amam. Se aproximar do que odeiam, pra poder amar."

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Stronger

Lutar contra uma fraqueza é como tentar não respirar o próprio oxigênio. A última memória que tenho é de um garoto no chão, pedindo para que as pernas obedecessem ao seu comando. Metade das pessoas ao seu redor não conseguiam olhar para ele, e eu atrás de um vidro, preso, sem poder ajudá-lo. A lição era dele, eu não tinha o direito de interferir naquela história. Não era minha escolha, meu chamado minha decisão, a batalha era dele, e que venceria ou perderia era ele. Como é difícil não encontrar um ponto seguro em momentos como esses em que o cérebro, adornado de truques faz-nos pensar que não há escolha, e que você precisa continuar por um único caminho.

Talvez tenha acontecido com toda a humanidade, com grandes estudiosos, com pequenos proprietários, com professores, ou eletrecistas, inimigos e presidentes. O mundo, as faculdades mentais, a sociedade, as escolas, os amigos, e algumas vezes até mesmo nossos pais pintam um quadro com apenas uma cor, esquecendo que o chamado é nosso, a distinta decisão é de quem quer escolher. Por um pensamento a mais, eu consigo vencer, por uma decisão amena, eu consigo continuar com a existência correta, vivendo da maneira que eu quero, e isto é tudo que eu preciso neste momento.
Eu sou o que escolho ser, o que escolho vencer, e em momentos como esse, quando venço o que antes me fazia fraco, noto um mundo necessitado. Cheio de ira e decepção, escondido, inerte na escuridão, com seus olhos brilhantes, revelando sua posição. Agora eu consigo me ver, consigo enxergar meu reflexo no espelho, perceber o que há de errado comigo. Neste mundo de gráficos eu consigo manter as constantes que desejo, a paralisação ou crescimento do que gosto. Ou permanecer com a idéia de imobilidade temporária.

Eu ouvia alguém me dizer que não deveria contar meus problemas para a fraqueza, porque ela se fortalece e me bate com minha fraqueza. O mundo está esperando por alguém que faça algo por ele, e o que hoje eu posso oferecer? Não sei bem se as pessoas estão esperando que tudo vá permanecer desta maneira. Limpo, em guerra, espalhando sementes em cima de uma mesa de vidro. É com certeza que digo que meus pés não pretendem ficar parados, esperem pela próxima quinta-feira. Algo está para acontecer. Porque hoje, eu venci minha fraqueza.

Mãe, eu te explico, esse episódio é ótimo, porque tem dois tipos de viagem no tempo...

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Hug me, I'm going to scream

Ano novo. Não penso que deveria igualar-se a vida nova. O mundo continua igual, apenas com uma motivação passageira, que pretende sumir no início do segundo dia. Mas deixemos o novo ano de lado. Eu estou sorrindo, e pensando em você, ah como isso tem se repetido ultimamente, cada situação embaraçosa para os meus pensamentos, seria mais uma das melhores crises da vida? Quem sabe, eu vivo dentro de um mundo completamente novo, quem diria que as minhas loucuras pudessem reter tamanha felicidade. Ninguém compreende a vida de ninguém, e nem ao menos deveria julgá-la. Todos nós somos tão diferentes que se colocássemos todos em frente ao mesmo espelho, veríamos a mesma pessoa.

E um milhão de cores explodem no meu rosto, aquele azul incrível, e o suave salmão, aquele amarelo distindo e um milhão de bolinhas brancas. Parecem bolhas, mas eu não consigo distinguir. Eu imagino pássaros e eles aparecem, seguidos de, elefantes, girafas, leões e golfinhos. Quem diria que eu sou aquele que está no caminho. Uma brisa leve passa, me lembra a infância que eu tinha, eu ando pela calçada de pedra, de pedras molhadas, de pedras amadas, sonhadas, projetadas. Ninguém me entende aqui. Porque sou o bobo corredor de calçadas, e eu estou ótimo.
Os prédios cheiram a doce, e a estrada a pastel, os pássaros cantam alto, mais que qualquer canção e os meus ouvidos se enchem do tom fleumático que todos eles levam. Eu estou sentado em um banco, com minha prancha azul, e surfo pela lagoa calma, com as focas, os golfinhos, as baleias, as crianças. Aqui no campo tudo é calmo, porque eu estou com você. Ah sim amor, eu esqueci de dizer, estou apaixonado, o mundo seria quadrado? Melhor respirar outra vez.

Nada se compara a quando você jura seu amor por mim, nada diz respeito ao mundo quando eu te abraço devagar. Ah sim, o mundo para, eu paro, todos paramos. Eu tenho vontade de pular, de cantar, de desenhar pássaros e baleias aos montes na areia. Quanto tempo será que as pessoas poderiam levar pra descobrir que a felicidade, o amor, sua metade, estava do seu lado o tempo inteiro, e bastava olhar e descobrir, olhar pra ela e dizer, olhar pra ela e fazer saber que você está alí. Foi simples, bastou dizer que eu era a metade.

Nothing can compare, to when you roll the dice and swear you love's for me...