terça-feira, 30 de junho de 2009

The one I miss later

Eu não troco palavras com ela faz bastante tempo. As nossas vidas nunca estiveram muito interligadas, mas ao mesmo tempo se enxergavam similares. Nós convivemos no mesmo grupo por muito tempo, e passamos algumas boas peças de teatro lado a lado. Viajamos juntos, conversamos bastante, e em certa época ela me aconselhou bastante, a sua maneira, mas ao mesmo tempo à minha. Nós não fomos melhores amigos, mas nosso laço fraterno era grande, um tipo de elo que se encontrava em tempos necessários. Eu sentia uma semelhança bem grande com ela, em mente, ideais, em sonhos. O que mais me chamava a atenção era o quanto ela puxava minhas mangas.

No meu terceiro mês de novo colégio ouviu-se o boato de que eu gostava de teatro, esta era uma arte perdida em uma escola que apoiava mais o basquete do que qualquer outra forma de entretenimento. O grupo não era tão pequeno, mas também não era tão grande. E foi nessa parte da minha vida que acompanhada pelo meu singular amigo Tiago, uma figura de baixa estatura, mas de enorme coração apareceu pra falar comigo, mesmo que tudo que tenha dito a princípio tenha sido, aham, ham, isso, claro, com certeza e outros tipos de confirmações verbais.
A primeiro contato, eu a achava estranha, até o dia em que ela se sentou em um banco azul comigo, jogando papo fora antes do ensaio, e começou a me relatar sobre um último quase relacionamento com um grande amigo meu da época. Daquela dia em diante, eu acho que criou-se uma amizade bem forte, que dura até hoje entre as risadas e as piadinhas que ela faz enquanto conversamos. Ela sem dúvida é uma figura das quais minha vida não conseguiu não perceber, e provavelmente a pessoa do grupo que eu quero guardar pra sempre na memória. Não por ser algo vital, mas por admirar tanto um alguém de noções sentimentais tão semelhantes.

Não importava quanto tempo fazia que não nos falávamos, era só sentar, se olhar e começar o papo mais uma vez. Nós não fomos os mais ligados emocionalmente, mas era só falar sobre algo e começar a rir, ou falar sério e pensar numa maneira de superar os problemas. Contar sobre dores de estômago ou de cabeça e atender com um "sim eu entendo", ou então "que barbaridade isso não?". Era simples, mesma cabeça, pensamentos parecidos, uma grande companheira pra conversar qualquer assunto, uma amiga que eu nunca citei como quase irmã, mas que hoje enxergo assim. Provavelmente uma das pessoas que me faz mais falta, mas eu sei que ela anda feliz e vai mudar o planeta. Abraço enorme Nessa.

Pardal, pardal, onde está você?

segunda-feira, 29 de junho de 2009

What a Bee doesn't know

Eu deveria ter colocado menos leite naquele liquidificador, na verdade eu acho que deveria ter comprado uma caixinha, ou não, devia ter comprado a refeição pronta, ou pagado algo em algum lugar, quem sabe um baita sorvete cheio de chocolate. Não, acho que teria acabado em algum mal estomacal. Então depois de alguém lavar a minha pia com leite, e me fazer rir por algum tempo, eu desconsiderei toda essa idéia. Não que eu seja acostumado a levantar cedo; tudo bem, eu nunca levanto cedo. Levantava na verdade, mas agora vivo o sábado por completo e não a parte que começa às onze horas matinais. Eu ativo meu cérebro por boa parte da manhã, e pelo que vejo acho que nas próximas aulas vou poder dormir enquanto ela recebe aulas via internet. Tem gente que aprende rápido.

Um conselho pra qualquer um que se preste a cozinhar, se quiser panquecas sem ferimentos, coloque menos leite. Lembre-se, leite na medida certa. Pois é, a abelha acabou aparecendo aqui em casa, e eu acabei fazendo o almoço. Não só descobri sobre um milhão de crianças com coração partido, como fiquei falando de mim umas dez horas a fio. Além disso, eu descobri que ela provavelmente vai ganhar uma vaga no Green Day, e ocasionalmente vai fazer a banda parar. Literalmente. Ainda acho que ela treine escondido em casa, mas esse mistério nunca vou desvendar.
Eu me sinto bem, e fazia tempo que eu não me sintia tão bem, mais porque a banda está feliz de novo, cheia de esperança, com vontade de lutar por tudo. Sábado de noite me parece que vai ser uma boa noite, cheia de planos na chácara da igreja. Fazia tempo que eu não sentia o povo da igreja tão alegre, e foi ótimo enxergar tantos sorrisos de uma só vez. É uma felicidade que o meu dinheiro nunca vai poder comprar, e que eu posso encontrar todos os domingos. Resumindo tudo isso, eu me sinto bem. E isso basta.

Antes que eu me esqueça, ela precisava conversar hoje, e eu não pude fazer isso, mas foi bom saber que ela voltou pra casa mais feliz do que chegou. O que me surpreende é ter aguentado duas horas e meia de carros e caminhões lutando, isso quando não tinha um casal meloso dizendo, "não morra, não morra". Eu sei que ela tem um baita futuro pela frente, e com certeza vai mudar muitas vidas pra melhor ao longo do tempo, mas me parece que neste momento, ela não consegue enxergar isso. Além disso ela tem um milhão de histórias em qualquer que seja a situação, como por exemplo ficar trancada em um banheiro pra matar aula, coisas de vida, que eu já fiz, e que não consigo esquecer.

Só pra avisar, eu não baseei o apelido no Bubble-bee!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Run and don't look back

Quando eu tinha cinco anos de idade, um colega me encheu a paciência, e todos os dias ele enchia minha cabeça com suas idéias imaturas, eu achavo chato seus empurrões e ameaças, mesmo que eu não lembre qual eram. Um dia ele me empurrou e começou a falar sobre uma surra, minha professora observou esperando o que eu iria fazer. E eu não fiz nada até que ela separou a briga, simplesmente me defendi, não levantei um braço contra ele. Com sete anos de idade, dois colegas meus resolveram dar uma surra em um grande amigo meu, e provavelmente o melhor que eu tinha na época, eu enchi o peito, tirei satisfações com eles, e nada mais aconteceu com meu pequeno camarada. Com dezenove anos, uma década e dois anos depois, o mal me afronta, e eu sei que o que sou hoje não pode vencê-lo.

Eu sempre protegi quem amo, e os indefesos. Na segunda série lembro que quase vi um menino morrer. Provavelmente desmaiaria ou algo parecido se eu não tivesse separado a briga, os dois eram pequenos e não tinham noção alguma de força, um era mirrado, quase como um pequeno rato, e outro gordo e cheio de raiva. Ele chegava a respirar mal quando eu o libertei da chave de braço. Mas quando se trata de mim, só de mim, quando as pessoas me atacam, e não a meninos mirrados, eu levanto a defensiva e não revido.
Meu pai costumava brincar de auto defesa comigo, e esta é uma das poucas memórias que eu tenho dele, ele me ensinava a revidar em casos extremos como por exemplo se alguém machucasse quem eu amo, ou xingasse minha mãe. Em casos que ocorressem comigo, ele dizia, não busque uma luta pra ti, mas evita as que puder. E quando não puder vencer, corra. Nunca com as pessoas, mas o que aprendi nestes dois últimos anos, foi a ficar mais forte do que meus inimigos.

Quando eles se levantam, quando o sol se põe como diziam as palavras do Rafael, ele tramarão contra vocês, mas vocês vencerão. Eu acho que um arsenal cheio de armaduras depois estão resolvendo o problema muito bem. O únco problema é quando seus maior inimigo começa a tornar a forma do desânimo, da indiferença e da levianidade que teu grupo principal começa a sentir. Eu tenho passado dificuldades com meus melhores companheiros, e eles tem sentido isso. Eu tenho perdido a esperança e tenho recuparado pra tratar de quem precisa. Isso é maior do que eu, e sei que sozinho não posso vencer, preciso daqueles que prenchem o meu acreditar mais do que qualquer outro sobre a terra. Então eu fugirei, eu vou buscar quem possa me fortalecer, volto no verão, e você notará.

The coldest heart can be brought to life, when it's thrown into the fire of goodbyes - The classic crime

quarta-feira, 24 de junho de 2009

The bridge

Foi no início da segunda década da minha vida que me tornei organizado. Comecei a querer fazer tudo certinho. Nos mudamos pra uma casa onde meu quarto precisou ser reorganizado, e eu o fiz com tanto empenho que acabei me tornando um chato. Um chato porque foi naquela época que me tornei uma pessoa de processos, que faz tudo por partes, seguindo uma sequência, mesmo que aleatória, mas com uma contenha uma meta por vez. Minha vida de pedaços me irrita, então eu decido ser organizado e acabo me irritando com a bagunça, então em uma e outra fase de descoberta da minha vida, eu paro, penso, reflito e começo outro texto.

Eu sigo uma vida agitada, quase uma vida comum, singular. Existem dias em que eu corro e faço todos os tipos de programas diferentes e possíveis, mas ao mesmo tempo vivo uma vida normal, com uma família normal, uma casa normal. Não existe nada de diferente em mim. Mas a verdade é que não adianta tentar descobrir que tipo de pessoa eu sou, se sou um alguém comum, normal, ou se vivo diferente das outras pessoas. A verdade é que chegarei a conclusão de que tenho dias diferentes e dias comuns e que sou as duas coisas ao mesmo tempo, mesmo sabendo que isso é impossível.
Quando eu olho pra mim, é isso que enxego, dias em que sou muito sério, dias em que sou brincalhão. Então me vem a mente de que isso na verdade é totalmente comum e ligeiramente normal porque todo ser humano é assim, por isso entro em confusão porque nem todo mundo faz o mesmo que eu. E neste momento talvez seja uma das questões da minha vida que eu quero deixar em branco, pra talvez parar e resolver mais tarde, e provavelmente encontrar a mesma solução que agora. Isso parece não querer evoluir, mas certas perguntas, não tem respostas.

Eu estou em cima de uma ponte, sem cruzar, sem saber de que lado eu vim, sem saber pra qual lado vou. Errante, leviano, perdido entre dois pilares. Me parece que um lado é névoa, mas bom, e outro de ares limpos mas mau. "Chega um tempo em que vamos precisar decidir entre o que é certo e o que é fácil". Todas as minhas decisões precisam tomar um rumo, ou ter uma base, que eu realmente não consigo entender, mas que sei estar lá me esperando. Momento este de indecisão que me deixa totalmente sem rumo. E eu luto pra encontrar uma saída, sem que precise me atirar da ponte, é a ponte quem me liga as respostas, ao caráter, ao amor. Preciso decidir andar, e é nisso que se resumem meus pensamentos.

"And I don't need to see it to believe it..."

terça-feira, 23 de junho de 2009

On the ground

Eu abro meus olhos, e vejo um céu que me corrompe com sua fúria iluminada. Eu penso em desistir em fechar meus olhos de novo, mas algo chama minha atenção, são minhas costas contra o chão. A único orgão que está ferido são meus olhos. Não se passa muito tempo até que meus ouvidos começam aos poucos, meio surdos, a escutar a multidão em silêncio dizendo meu nome. Entendo então, que neste campo de batalha, todos os homens estão mortos, e que até os horizontes outrora verdes, jazem as espadas dos antigos guerreiros de quem eu tanto escutei histórias. Eu me sento, respiro fundo, e começo a pensar, onde foi que errei na fórmula, qual foi o segundo da história que deixei passar, qual foi o momento em que perdi a chance de salvar todos?

É fim de tarde, e o ar vespertino e cortante grita contra os meus cabelos. Eu não tenho coragem de levantar a cabeça, não tenho vontade de levantar a cabeça. Eu começo a me perguntar porque sobrevivi, e por quanto tempo meu coração vai continuar na mesma frequência. Estou cansado, tudo que eu queria saber é por quanto tempo eu vou permancer fraco, cansado, abatido e oprimido neste campo de batalha. Neste lugar onde as pessoas morrem, onde as dores persistem, onde os meus heróis morreram um a um. Então eu fecho os olhos e deixo o vento passar levando meus erros.
Eu me envergonho por completo de quem eu tenho sido e do que eu não tenho feito. Seriamente eu faço planos pra mudar, mas não entendo onde a mudança começa. Fazem nove anos que eu não consigo decifrar este mapa, e eu me sinto frustrado. Eu procuro uma solução pra todos, mas quando aquela pergunta me vem a mente dizendo, como foi que aconteceu? Eu não sei responder, e é nesse momento, neste exato momento que uma espiral se forma e começa a me puxar pra dentro, quanto mais eu resisto, mais força ela ganha, e me joga no campo outraz vez.

Então eu me enxergo no chão, sentindo mais uma vez aquela grama que me apanha quando eu deito, respiro fundo, e digo que vou encontrar a solução pra mim e pra todos, e começo tudo de novo. Então eu penso, qual é o sentido de salvar todo mundo? E qual é o sentido de se salvar neste campo morto, seco? Qual é o sentido de colocar sete pessoas nas costas quando ninguém quer correr para fora dos campos? É nesse momento que eu me envergonho, baixo a cabeça e começo a trabalhar de novo, tentando encontrar uma forma de salvar todos que eu conheço. Porque não importa o que você pense, o que é certo precisa ser feito, e é apenas uma escolha.

Amanhã eu compro um novo DVD pra locadora, daí tu pode levar o teu pra casa...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Inside your eyes

Certo dia, um amigo meu comentou a respeito do que gostava e o que notava quando conhecia um novo alguém. Ele me contou sobre como separava os bons dos maus amigos, falou sobre as pessoas, e como cada uma delas se portava. Em algum momento daquela conversa adolescente ele comentou sobre um padrão que admirava nas garotas. Foi detalhista em dizer do que gostava e do que não, me disse como ela precisava ser, e como eram aquelas que não lhe chamavam a atenção. Naquele momento, sem muito a comentar, fiquei pensando se eu tinha um padrão, e não soube me responder.

Aquilo me intrigou, e por algum bom tempo fiquei me perguntando a respeito, não só me deixou inquieto sobre saber se o ser humano busca um padrão ou se tudo em nós é aleatório, como permaneci pensativo. Mesmo assim eu nunca chegava a conclusão nenhuma, mesmo com o tempo, e mesmo conhecendo várias pessoas diferentes que eu julgava por muito bonitas ou interessantes. Não me lembro de perguntar a alguma outra pessoa, mas descobri que nem sempre o que imaginava ser atraente, tinha o mesmo resultado para meus amigos. Acabei aprendendo que a beleza não é uma constante, mas que as imperfeições tornam alguém perfeito para nossa concepção.
Existem pessoas que primeiro olham a boca, outras olham o cabelo, e outras o corpo, mas acabei me dando conta de que a primeira coisa que sempre procurava, e provavelmente a que mais me atraia, eram os olhos das pessoas. Sempre enxerguei isso, e por vezes fui o único a saber reponder a cor que alguém possuía. Como ouvi hoje, e faço minhas palavras, "ela precisa ter olhos que enxerguem a mentira e a bondade dentro das pessoas", acho que isso pode resumir a resposta para o padrão que pesquisei por tanto tempo. Nunca procurei verde, azul ou castanho, apenas verdade, sabedoria e pureza dentro deles.

Os olhos enxergam o que o corpo não pode sentir, e são eles que nos levam a fazer planos, pensar nas cores, e imaginar sabores que nunca experimentamos, até mesmo imaginar o que nunca vimos, mesmo que mesclado a algo que conheçamos. Os olhos são a janela da alma, como dizem muitos, e provavelmente a maior fraqueza de um homem, além da sua própria língua. São os olhos que cobiçam, e também os olhos quem trazem luz e verdade ao homem. Basta saber como usar os próprios olhos, saber escolher o caminho com um olhar, e caminhar uma trilha cheia de verdade. Minha resposta sempre esteve dentro dos olhos de alguém, mesmo quando eu não percebi, bastava que eu abrisse meus olhos, para que eu pudesse ver. E hoje eu posso ver.

A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; (Mateus 6 22)

sábado, 20 de junho de 2009

Once

Eu nunca me esqueço que gostava de uma menina na primeira série, ela era pequena assim como eu, tinha um cabelo longo, e isso eu não tinha. Ela tinha sardas, sentava sempre perto de mim, ou eu perto dela, e costumávamos fazer dupla sempre. Coisa de criança essa pensar que o mundo se resume à primeira série. Lembro que uma noite antes de dormir, e antes do meu pai me contar uma das poucas histórias inventadas dele, eu o perguntei como raios se pedia pra namorar com uma garota, ele disse que eu era muito novo para aquele tipo de coisa, mas eu insisti e ele acabou me relatando o curiso conto sobre o dia em que ele conversou com o meu avô a respeito da minha mãe, e seus sentimentos.

Eu lembro da história, que a minha mãe acabou repetindo pra mim mais tarde. Era uma vez um rapaz feliz da vida chamado Antonio, que sempre procurava uma moça que fosse diferente das outras, coisa que todo mundo faz, mas nega, ou não, o mundo é indeciso. Até que um dia, enquanto namorava uma perdida qualquer que não seria uma boa mãe pra mim, viu e falou com uma tal de Adriana, e essa era show de bola, boa mãe por sinal. Então depois de alguns mêses e enrolações os dois começaram a namorar, e a garota malvada caiu pra escanteio eternamente.
Mas a história mesmo é sobre o pedido, e pra começar o meu avô não era o tipo com quem se toma chá das cinco. Era o tipo de cara que se envolvia em brigas de bar, matava cachorro com facão, dava cavalinho de pau e gritava mais alto que todo mundo. Pra se ter noção, os rapazes na rua chegavam a dizer, não mexam com aquela alí, porque ela é filha do Manoel. Graças a Deus meu avô mudou. Mas um belo dia, todo apavorado ele foi lá e disse, to afim da tua filha e quero namorar. Corajoso ato acredito eu.

Nenhum namorado da minha mãe jamais foi até ele algum dia fazer o mesmo, e eu acredito que aquilo deve ter mudado por um milésimo de segundo a imagem que o meu avô tinha da vida. Ele limpou a garganta, olhou estranho e perguntou se meu pai tinha algum trabalho, a resposta foi afirmativa, e ele disse "então tá". Até hoje eu admiro meu pai por tal ato corajoso e pela total imprevisibilidade do meu avô. Mas vai saber, um dia acontece pra todo mundo, ou não, o mundo é muito indeciso. A minha pergunta mesmo, é quantas vezes se encontra o amor da sua vida?

Hey galera, vamo toca nos jovens hoje aquela música do Jacó! Ah Luciano, tô dando aula para os gêmeos do meu chefe, muito engraçado!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Walk my way alone

Não sei em que momento eu me perdi, não sei em qual esquina optei pelo caminho errado, não sei em qual dos alto faltantes ouvi o que não deveria. Tudo aquilo que eu destestava, que eu tanto lutava contra foram moldando-se pelo que eu não esperava, e antes que eu pudesse fazer algo, meu melhor amigo me salvou. Chega uma hora em que os amigos te abandonam, porque seu caminho precisa ser percorrido sozinho, chega uma hora em que os pais precisam partir e te fazer mais velho, chega uma hora em que sozinho, e sem absolutamente ninguém, enquanto luta com vinte pessoas ao mesmo tempo, precisa decidir entre viver ou morrer, sem exitar, correr ou gritar.

Eu quero fazer tudo direito desta vez, não quero decepcionar aqueles que investiram em mim. Eu vou iniciar uma nova idéia, mas até lá, eu dependo de fé, eu sei que não voltarei o mesmo, eu sei que tudo mudará quando eu encontrar aquela torre enorme, cor de madeira escura que se propagava para o vasto céu escuro, e eu sei que isto vai acontecer quando ele cavar, ou quando for escuro o suficiente. Mais uma coisa eu sei, que você que está lendo, não está entendendo nada, mas eu precisava deixar meus segredos registrados aqui.
Quando eu penso em mim, na minha vida, história, plano e tudo mais, penso também na maneira como foi planejada, e se foi feito pra durar por pouco ou muito tempo, se eu sou dispensável ou não. Me envolvo em idéias que me incomodam e que me fazem ler, ler e ler até cansar. Me disseram que a minha fé aumenta pela palavra, pelas palavras, e até mesmo pelas que eu digo, e eu realmente tenho fé nisso, mesmo que realmente seja.

Eu não tenho um professor da maneira comum, em carne e osso, que pudesse me dar aulas o tempo inteiro e me dizer o que fazer ou não. Então às vezes eu me sinto sozinho nessa parte, eu preciso sentar, bater aquele papo cabeça com Deus e esperar alguma resposta, ou esperar algum tempo, ou ser respondido na hora, uma infinidade de caminhos, mas acaba sendo o mesmo de qualquer forma. A idéia mesma é que aprender assim sozinho, sem um ombro amigo que esteja bem próximo de mim é difícil, e me custa bastante. Por isso o motivo de setembro.

"Este é o melhor CD do Hillsong United, A cross the Earth, dá vontade de pular!"

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Seek the kingdon of God

Eu poderia ter sentado na cama, e pensando nos últimos acontecimentos, nas últimas dádivas imprevistas da vida, ter pensado desistir de tudo. Naquele momento, com a cabeça apoiada pelas mãos, pensando muito no que faria, lembrei-me da escolha. Eu sempre tive dois caminhos, o privilégio de decidir meus próprios passos, de escolher entre viver ou morrer, amar ou odiar, lutar ou ser vencido. Foi naquele momento que tudo mudou, porque eu sempre desisti quando o que queria era difícil, mas eu coloquei tudo em espera, e procurei o reino de longos pastos verdejantes. Ele me presenteou com o que eu mais almejava, com o que eu sempre sonhei, força pra lutar por quem amo.

Sentimento incrível este, eu sinto como se pudesse saltar por horas como um bobo, mas um bobo feliz. Tenho me sentido tão entusiasmado ultimamente que às vezes imagino estar transbordando a certeza de que tudo dará certo por todos os lados. Eu não caminho mais pelas ruas pensando no que poderia acontecer, mas sonhando com as possibilidades que estou vivendo, e é tão incrível, tão fantástico que eu começo a sorrir feito uma criança, sem vergonha das pessoas, sem vergonha do mundo. É algo que eu não posso, não consigo, que não há motivo pra conter dentro de mim.
O motivo de toda história é o amor, que começa sempre com uma paixão, um ataque de adrenalina que acaba me deixando tonto, vendo um novo eu, cheio de vida e palavras desenfreadas. Fico falante, tagarela, feliz, como se o mundo inteiro valesse mais do que deveria. Eu não enxergo apenas boas dádivas espalhadas pela minha história, enxergo tudo, todo meu ser, toda minha vida, sem sombra de dúvida colorida. Colorida como nunca, de maneira que o antigo colorido agora assemelha-se a preto e branco. Abriram meus olhos, e poder ver foi o melhor presente que recebi em dezenove anos.

Eu não estou apenas contente por ser uma das melhores fases da minha vida, mas porque estou bem com Deus. É Ele quem me dá tudo, quem me prove tudo. Toda glória é Dele, e tudo mais. Eu não sou nada sem Ele, e gostaria que Ele soubesse disso por aqui. Porque eu tenho enxergado que a rosa mais bela do mundo, a mais pura e incrivelmente amável, foi colocada na minha mão por causa Dele, e eu o agradeço por isso. Muito obrigado por não ter me escolhido como cego, mas por me permitir sentir o maior de todos os amores. Amor que não se quebra nem despedaça, que não se pode apagar, amor que dura para sempre.

The best time ever...

domingo, 14 de junho de 2009

Church fashion "WeekEnd"

Eu sempre gostei de dias alegres, nos quais a casa está cheia e a mesa também. E foi mais ou menos assim que a igreja esteve no sábado, cheia de visitas procurando um bom lugar pra se sentar à mesa. Acho que o mais importante pra mim, não é tanto a quantidade de pessoas que aparecem no dia do café mesmo, mas a alegria e força de vontade com que trabalharam os ajudantes. Haviam pessoas a semana inteira fazendo seu melhor pra que tudo pudesse dar certo, e assim, com alguns prós e contras a mais ou a menos, o final de semana pode-se chamar alegre, de casa cheia e com muitas pessoas à mesa esperando banquete, que foi além de um sorriso comum.

Acho que nunca pensei na possibilidade de um desfile de moda ocorrer na igreja, mas confesso que gostei bastante, é o tipo de coisa nova que atrai atenção, que me faz pensar nas milhares de coisas que eu ainda não havia assistido, por mais simples ou complicado que pudesse parecer. Realmente fiquei mais surpreso pelo fato de que aquela que poderia ter apenas me dado um conselho, acabou se fazendo presente e domando todas aquelas mulherezinhas felizes. Um obrigado a senhorita Luana.
Acho que eu ainda vou rir por um bom tempo quando me lembrar da pequena Amanda correndo em direção às outras crianças, e tombando com elas como se nada tivesse acontecido. Como se tentar participar de uma dança pela metade fosse normalmente comum, mesmo que na frente de uma multidão que ria em conjunto da inocência que alí tudo presenciava. Inocência é algo que não dura muito nestes dias, mas eu me alegro em poder enxergar algo bonito quando o vejo, e ver o desejo de querer louvar daquelas pequenas, já me faz ganhar o dia.

No final das contas eu acabei sabendo de algumas histórias que sozinho não descobriria, e também sobre alguma falsa carne de gato que nunca foi comida. Descobri que a vida pode mudar as pessoas, pra melhor, apagando o pior, fazendo nos tomar escolhas que normalmente não tomaríamos sem pressão, ou estando longe de casa, foi uma conversa interessante, acho que deve ter me feito pensar sobre setembro. Sobre a minha idéia de setembro, e valeu muito a pena, acho que me abriu os olhos sobre o fato de se virar sozinho, sem ninguém ao alcance pra ajudar. E também sobre os amigos que nunca estiveram lá.

Tu quer torta? Porque a gente só tem um garfo...

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Never give up

Nem quando a platéia inteira te vaiar, nem quando todas os seus amigos te esquecerem, nem quando seus pais fecharem os olhos, nem quando todos negarem ajuda, nem quando todas as pessoas andarem ao contrários pelas ruas pra que possam te dar as costas, ou muito menos quando chover e tudo parecer nitidamente descolorido. Não existe um motivo concreto ou direito como o certo entender daquele que não desiste, não somente daquele que não abre mão de seus planos e maiores desejos, mas de todas as pessoas que nunca, em hipótese ou situação alguma desistem de seus sonhos.

Metas realizadas, são passagens de vida, escritas com esforço e muito sacrifício. O trabalho árduo é sempre uma constante na vida daqueles que não se dam por satisfeitos, na vida daqueles que querem mais, que se sentem incomodados a viver suas realidades de maneira diferente. Simplesmente existe aquele que nasce com idéias melhores e força de vontade maior. A pessoa que muda uma geração por expor-se pelo que acredita e pelo que luta.
Passar percebido pela história não é uma opção para aquele que quer o tudo que o mundo pode dar, e existem milhares de seres viventes dignos de tal seleção, vivendo talvez como você em algum lugar, sendo um pai solteiro, uma mãe cantora, uma criança sem estudo ou algum diplomata calculável. De alguma maneira talvez você, eu, seja igual a eles, e talvez não, mas o que não muda em ambos, é o desejo incandescente de ser diferente, e lutar pelo que precisam.

Basta querer, pra qualquer situação ou desejo na vida, basta ter vontade e esforçar-se pelo que anseia. Seja um refrigerante na geladeira ou visitar o outro lado do mundo. Tudo é possível quando se acredita em algo, e luta-se por isso, apenas acreditando, talvez nada aconteça, mas raras são as vezes em que real vontade mais crença resultam em nada. De qualquer forma, é apenas questão de lançar-se ao mar e agarrar o primeiro tesouro que conseguir, e o meu tesouro, anda muito bem guardado, onde ladrão algum pode roubar, ou homem algum possa desprezar.

"Nós estamos rasgando nossos corações, como nunca fizemos antes, não nos deixe perder a esperança..."

quarta-feira, 10 de junho de 2009

True verses

Matthew 6:33 "Seek the Kingdom of God above all else, and live righteously, and He will give you everything you need."

Eph. 2:8" "God saved you by his grace when you believed. And you can't take credit for this; it is a gift from God."

Psalm92:1 "It is good to give thanks to the Lord, to sing praises to the Most High. It is good to proclaim your unfailing love in the morning."

2Cor12:8 "Three different times I begged the Lord to take it away.Each time he said,"My grace is al you need.My power works best in weakness."

Hebrews 10:24 "Let us think of ways to motivate one another to acts of love and good works."

Psalm111:9 "He has paid a full ransom for his people.He has guaranteed his covenant with them forever.What a holy awe-inspiring name he has!"

Galations 6:7 "Do not be deceived: God cannot be mocked. A man reaps what he sows."

"Este livro fechado, é apenas um livro, mas aberto, é Deus falando contigo!"

terça-feira, 9 de junho de 2009

I hold your hand

Eu corria desesperado por corredores despedaçados, paredes pintadas com um branco velho que descascava. Eu corria a frente, seguro a procura do que ainda não tinha encontrado. Naquele labirinto de portas e paredes haviam dezenas de pessoas, cada uma permanecia guardando uma entrada, e repetiam todas as vezes que eu passava, "você não vai conseguir, você não vai...", mas naquele momento, tudo em mim dizia, "não desista, você não pode desistir", e eu continuava correndo pelos estreitos corredores, levando em uma mão fechada a razão e o motivo pelo qual eu lutava. Eu segurava sua mão com força, não podia soltar, precisava encontrar algo pra ela, o mais rápido possível.

Então eu acordei na manhã do dia oito, e me dei conta de que me chamavam pra levantar, eu não queria, meu desejo era saber como a história terminava. Ninguém gosta de ser interrompido, ainda mais quando os pensamentos sonolentos causam interesse. Acabei pensando nisso o dia inteiro, sabe, tem gente que acredita que os sonhos tenham significado, e são muitas pessoas, bom, também tem gente que acredita na loteria federal, então não devo ser tão louco assim. Tudo que divaguei hoje foi sobre como um pensamento pode preencher seu dia.
E eu não digo que o dia foi extraordinário, eu tenho aprendido a tocar violão melhor, tenho treinado sempre que possível nos ensaios, na verdade em todos os eles desde a primeira vez que o levei. Mais pessoas têm vindo assistir as passagens de som na segunda, a maioria conversa, e eu tento inventar bons motivos pros instrumentistas não ficarem tristes com seus próprios problemas. É difícil, e tudo que eu tenho a dizer agora é que de qualquer forma, se eu me sentisse triste como eles hoje, sem disposição, poderia ter dado adeus ao ensaio, e olá a desmotivação.

Passei a tarde de hoje trabalhando sozinho, e ouvindo um milhão de vezes avisos na rádio sobre o dia dos namorados. Me dá vontade de desligar tudo aquilo, todas aquelas festas e músicas bobas, mas eu acabo não fazendo, melhor assim que sem nada. Daí eu lembrei de outro sonho durante a tarde e escrevi porque não podia esquercer, e cheguei em casa recebendo uma surpresa em função de um dever. A vida tem suas viradas, e eu tive a minha bem em tempo, ninguém deveria soltar a mão de quem ama, porque mesmo no desespero, vale a pena correr por labirintos quando se tem alguém pra salvar.

"Eu já fui atingido por raios sete vezes, estou velho e eu vivo perdendo a linha de pensamento, mas não consigo esquecer que Deus me deu uma segunda chance..."

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Decision, thirst, life

Eu estava sozinho, estava no escuro. Sabia que não deveria correr, que precisava usar toda a força mental que me havia sobrado pra sobreviver aquela noite, fazendo que cada célula do meu corpo fosse forçada a permanecer firme em frente aquela ameaça. Eu estava cansado e chovia muito. Tudo que eu queria naquele momento era não estar alí, e tudo que eu podia pensar naquela hora, era na maneira como decidi escolher meu caminho. O caminho que me levou à uma floresta escura, no meio do barro, sozinho em carne e osso, lutando com tudo que possuía pra continuar respirando.

Eu conheço meu futuro, porque ele já aconteceu uma vez, e se for ele morrer com quarenta e quatro anos de idade, que sejam bem aproveitados por Aquele Deus que me ama além dos anjos e céus. Eu não tenho grandes desejos de construir um palácio pra morar, ou um carro conversível, um tênis de quatrocentos reais ou uma pulseira dourada. Tudo que eu quero, é ver a viúva sorrir, dar de comer ao faminto, vestir aquele que nada tem, ser amigo do desamparado, ser luz na escuridão.
Não vale a pena viver pra sí mesmo, não vale a pena ser egoísta enquanto uma em três crianças morre por minuto. Não há sentido em pensar que tudo está bem quando as pessoas passam frio, fome e ainda não fiz nada. Não existe sentido falar sobre isso quando as minhas mãos e pés não se mexem, quando sou apenas uma idéia. É constante e totalmente insignificante apenas despejar uma opinião se nada for feito sobre ela. É pensamento morto, frio, preso e perdido.

Todos os dias quando me sento na frente deste computador, e penso no que escrever, nada me causa maior esperança do que saber que quanto mais rápido o tempo, as semanas e os mêses passam, mais rápido terei a chance de lutar pela vida. Se for a noite, estou preparado, se for de dia, estou preoarado, se quiserem me levar, não vão, se você vier com eles, não fará diferença, quando um menino precisa se tornar homem, não existe tempo que o faça parar. E por mais que hoje o tempo posso parecer tenebroso, me mantenho firme, é hora de amadurecer, não existem mais jogos a serem jogados.

Eu me dei conta quando notei que ela fazia comentários, e eu fazia perguntas...

sábado, 6 de junho de 2009

Shakes my whole world

Ela pensou em algum programa pro final de semana, coisa que eu não iria conseguir fazer por ela, e provavelmente ela chamou, ou uma das melhores amigas dela se ofereceu pra ajudar, isso, eu também não previa. O meu dia foi cheio, daqueles em que o preço da locação muda e tudo que você faz por horas é dizer pra cada cliente novo que o preço mudou, e curtir por alguns momentos a expressão leviana ou abstrata de cada figura. No meio daquela galera toda, eu me levantei de mais uma busca por filmes, me deparei com a melhor imagem do sábado. Fui pego de surpresa, e esse foi de longe, o melhor momento do final de semana.

Parecia que não tinha passado nenhum dia, parecia que eu poderia como em um baralho de cartas juntar todos os dias, e cola-los, como se o mês passado tivesse sido ontem. Sabe, o resto não me importava muito, o resto era só passado, e tudo que eu realmente precisava estava alí. Parada na minha frente fazendo perguntas que eu com olhar altivo responderia. Tão piégas, mas real, aquilo acontece de novo, e sim, é um saco. Mesmos sintomas, mesmas idéias, mesmos problemas. Perdi a pressão, pensei o final de semana inteiro, uma intrometida em minhas dicas.
Daí então, eu escutei minha mãe me chamar, ela sente saudade do meu pai, ela chora e o meu coração aperta, permaneço parado por um momento, ela me diz o quanto sente sua falta, ela me diz que não tem graça sem ele, e eu penso, bem egoísta, confesso, que as folhas nas árvores talvez sintam menos dor que eu nestes momentos, elas não tem nada, a não ser o sol, mas nada sentem por si sós. Não invejo as folhas nas árvores, elas podem até não chorar, mas não sentem nada do que eu vivo. E viver, mesmo que triste ou alegre, é de longe melhor que pairar sobre o sol. Abraçado a ela, eu penso no quão triste tudo pode ser, quando se perde quem se ama.

E eu não aguento ver ela assim, tudo que você sente, pode mudar num piscar de olhos, tudo que você ama, sente, gosta, acredita, pode mudar quando menos espera. Então eu penso sobre o que me faz feliz, e o que me faz triste, e eu lembro que preciso me ater a realidade, que eu pulei algumas fases da vida, e que não há lavagem cerebral que me faça voltar, não é querer bancar o esperto ou coitado, mas ser realista sobre o que eu vivo, e onde eu vivo. De qualquer forma, estas duas pessoas, estes dois momentos, fazem meu mundo mudar, colidir, fazem sacudir o que vive de mais profundo em mim, seja em sentido de qualquer sentimento. Faz tremer tudo em mim.

Oi, eu preciso da tua opinião com estes aqui...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Don't know how

Tem dias que são melhores que outros. Existem dias que você vence, e dias em que perde, dias em que chora, dias em que sorri, dias em que espera, dias em que vive, dias em que pensa, dias em que age, dias em que fala, dias em que se cala. Dias para todos os motivos e vidas, dias para cada dia. Cada vinte e quatro horas foram feitas para serem vividas de alguma maneira, seja triste, alegre, cansado, doente, saudável, venerável ou irritado. O mundo nunca para, com seu sorriso no rosto, ou com cansaço visível continua trabalhando, correndo ou fugindo em direção ao sol. Hoje, não foi um grande dia, e eu não me orgulho dele.

De repente aquela criança depois do banho começou a rir, enrolada numa toalha ela mirou-se no espelho como gente grande, passou a mão nele limpando o embaçamento, fitou fundo seus próprios olhos, e tentou espairecer sobre o que havia lá dentro. Ele queria saber onde seus olhos estiveram, quem eles viram, o que aconteceu quando eles esboçaram o que não deviam. Cuidado pequenos passos onde vão, dizia alguém atrás dele, e ele se assustou. Tudo o que sabia é que não podia mais fugir daquela voz na sua consciência. Toda vez que errava, olhava fundo nos olhos, não sabia como parar aquilo.
Ele colocou a mão na cabeça, riu levemente, e então de rompante iniciou um pranto desenfreado, que cessou em três segundos, ele se sentiu estranho, e pranteou de novo, o ato começou a seguir-se por pranto, e normalidade, até que o próprio menino pensou estar louco, pensou estar sendo falso consigo mesmo. Fechou os olhos, vestiu-se, mas o sentimento o perseguia e ele disse consigo mesmo, quantas vezes eu chorei neste lugar, e nada mudou. Nada aconteceu alí, mas tudo que ele guardava nos pensamentos era de que uma voz ecoava em sua cabeça, e um solo de cordas também.

O menino sentou no quarto, e vagarosamente fechou os olhos, ele sentia frio, e lá fora na rua, sobre as árvores e os arbustos, nada podia se ver. Alguns acordes destemidos de sua canção começaram a tocar, e ele sentiu que queria sumir. No fundo sabia que não queria, mas a culpa, o sentimento doloroso, dizia que ele precisava desejar aquilo, e mesmo não pensando, no fundo de sua mente, ele nunca foi capaz de uma loucura, nem o queria, mas queria sentir o momento triste, porque aquele dia, não era feliz, não era latejante, era sobre não saber como acabar com um problema, e se sentir mal por isso.

Quantas vezes eu chorei aqui, e nada aconteceu...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Waiting is boring

Esperar é uma arte. Paciência é uma dádiva, na minha opinião um dom. Saber esperar é referencial a saber controlar a mente, controlar a mente a não pensar no esperado. A capacidade humana de concentrar-se no que não deve é incrivelmente fantástica, não é possível quando o que vem nos importante muito. Então tudo começa quando somos crianças e o almoço não está pronto, ou quando o programa de televisão passa uma vez por semana, ou o pagamente que nunca chega, ou pelo menos parece não aparecer.

Nos limitamos, ou não a uma montanha de esperas que tornam a vida válida. Quando nada se espera, tudo é monótono, chato evasivo. Colocamos algumas fotos a serem reveladas, um prato difícil de ser preparado a pedido no restaurante, uma carta tão esperada pelo corteiro e pronto, a vida ganha um pouco mais de suspense pra apimentar nossos dias novamente. Tudo gira em torno de esperas, ou pelo menos assim parece.
Esperamos crescer, fazer dezoito anos, esperamos o primeiro filho, a primeira palavra, o primeiro dia de escola. E vamos nos preparando pra viver certas experiências mais uma vez, por exemplo a volta às aulas todo ano, ou o natal, ano novo, páscoa, aniversários, e um bando mais de datas comemorativas. O sentido mesmo de tudo isso é que mesmo repetindo programas, todos eles nos interessam em função da espera. E esperar em qualquer situação, por menor que seja o tempo, é excencial.

Dizem que quando ficamos velhos, ficamos fartos de repetir a vida. Aniversários, natais, programas, e dias, tornam-se palpáveis demais, como se estivéssemos cansado de viver as mesmas coisas. Solução: Criar algo realmente divertido pra fazer com a galera que tiver noventa anos, ou esperar pelo inevitável, que seria ir desta pra melhor. Acho que vou ser um vovô bem animado, ou pelo menos vou tentar fazer meus netos pensarem o melhor de mim. Não há sentido em não saber esperar pela vida ou pela morte, o importante é se divertir no meio tempo.

Não esquece, ninguém gosta de um chato, então espera um tempo, e vê o que acontece...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

The doubt temptation

É estranhamente agradável ter a conciência de que jogar-se no conhecido é tão inversamente confortável quanto confiar no inesperado. Eu conheço alguém que jogou uma chance fora, que parecia muito boa a princípio, eu conheço alguém que lutou muito por uma paixão juvenil, que nem ao menos resultou no sentimento esperado, eu conheço alguém que hoje foi a um enterro, conheço alguém que tem problemas, conheço alguém que lê deitado na cama, conheço alguém que pensava demais na vida, e até mesmo alguém que rebate o fracasso com sarcasmo. Eu sou as pessoas, e conheço todos vocês, sei que perder uma chance que parecia importante, é tudo, mas que talvez nunca tenha significado nada.

Eu não sei o que escolher, de um lado eu tenho a decisão pronta, terminada, esperando pelo meu aval, pelo meu dedo apontado, pela minha pequena causa, que tão pouco precisa ser revogada. Me disseram que um dia eu teria de escolher entre o que é certo e o que é fácil, e que neste dia precisaria olhar pra quem tenho ao lado, lembrar de todas as boas memórias e saber que estou bem, que nada me falta. Agora, neste exato momento, eu queria muito a continuação deste conselho, mas não tenho. Ele partiu há tempos, e me deixou a vontade de descobrir por mim próprio, o que seria sábio escolher.
Meu pai gostava de aconselhar, como minha mãe diz, "ele te deixou melhores conselhos que os que me deu durante a vida", e ele deixou boas dádivas pra mim. Sabe, recebi um outro que dizia, "filho curte os bons momentos da vida, porque os ruins são uma porcaria". Eu ria, mas no meio de tantas palavras, nem me dava conta que aquilo era importante. Então quando eu começo a viver o que ouvi antes, lembro que deveria ter pedido a extensão do que ouvia antigamente, mas me atenho a tentar descobrir por mim próprio, o que fazer com as meias pistas que consegui em tempo.

Eu preciso aprender como todos. E na hora do que é fácil, não sei se ele faria o mesmo que eu. Ou se como eu, esperaria pelo certo e não brincaria com o fácil. Ele nunca foi de brincar com coisas fáceis, então acho que tenho agido bem. Eu estou feliz, de ter encontrado um bom caminho, e me alegro por faltarem apenas dois mêses e vinte sete dias pra fugir. Não tenho esperado há muito por isso, e não falta tanto tempo. Então, quando a dúvida veio, quando a tentação duvidosa perdurou, quando as duas cresceram, eu disse pra passarem mais tarde, ainda descobria o que fazer. E hoje, posso mandá-la embora, descobri que prefiro mil vezes o certo, a me confortar no que é fácil.

"Não seja bobo, eu era apaixonada por ti..."

terça-feira, 2 de junho de 2009

Like Joey and Chandler

Não há possibilidade propensa ao acerto quando o tema é a vida. Não há maneira de prever uma brisa, um sol latente na pele ou uma boa amizade. Eu estava no terceiro ano do ensino médio quando decidi nomear alguém meu melhor amigo. Sempre tive muitos amigos, mas nenhum que valesse honrar com tal nomeação, eu sempre tive vários parceiros que se mostraram muito importantes, mas que moravam longe, ou que não estavam lá quando eu precisava. Foi em um dia em que eu precisei de uma mão pra um projeto que me apareceu a figura, e acreditem, não há meios de se prever uma amizade.

O Guilherme Henn é meu best buddy por assim dizer, e há muito tempo eu descobri a figuraça por ae, foi em um dia de aula que ele virou pra classe traseira e começou a me contar segredos do nada, achei estranho, e estranho foi o início dessa história mesmo. Desde o primeiro projeto, que na época era um cartão, começamos uma baita parceria pra jogar ping pong todas as tardes, passamos pro video game, e mais tarde pra sinuca, daí passamos pra filmes engraçados e assim vai. Afinal, a vida vai passando e tudo vai mudando.
Ele não foi nomeado o melhor porque me ajudou, ou porque a gente curte as mesmas coisas, mas porque quando acontece alguma coisa, de vez em quando concordamos, e por aí vai. Não existe uma regra pra isso, ou algo do tipo. Existe gente que escolhe melhor amigo por grau de presença ou por ponto crucial da vida em que enfrentaram problemas juntos, eu realmente acho que escolhi porque somos diferentes, mas curtimos fazer as mesmas coisas, e temos um passado com histórias em comum.

Enfim, ele é show de bola, rula e mata a pau, muito bom em jogos virtuais e algumas coisas mais, e vive se gabando por isso. Ah, mas não fala muito, e eu por outro lado falo, ele não se preocupa quando o mundo está explodindo, e eu sim, e acho que o que temos em comum é a frieza em situações extremas, ou a presença de compaixão pelos pobres coitados, e a arriação por meninos que saem de consultórios cheios de anestesia se perguntando por que isso está acontecendo com eles. Piada interna. Enfim, acho que uma amizade precisa de mais contras que prós, caso contrário, não têm a mínima graça, e é por isso que somos como um tipo de amigos-irmãos, como Joey e Chandler.

Velho, que vídeo engraçado, o menininho sempre baixa a cabeça, ele chega a estar tonto...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

See what I see

Do meu amor não desisto. Dizia Thoreau que ao invés de comida, livros e sorrisos, preferia verdades, e assim também eu as prefiro. Verdades me banham na realidade, abrem meus olhos, eletrocutam meu cérebro para o real. É a realidade que me tira os pés do chão e não os sonhos, eles foram feitos para momentos em que me deito neste chão cheio de homens voadores e mulheres coloridas, sonhando como eu. Prefiro verdades, porque não mudam, descarto mentiras porque se sobrepõe sobre as constantes tão comuns na história, eu prefiro a realidade aos sonhos, mas nunca deixo de sonhar.

Eu me sinto incomodado a mudar pra melhor. Meu quarto virou uma bagunça, meus cds estão espalhados por todos os lados, e eu mal me lembro da última vez que ouvi um deles, exceto por aqueles que ouço aleatóriamente em algum programa musical. Minhas roupas foram deixadas atrás da porta, e só somem de lá, porque alguém me ama muito. Meus livros fazem algum aniversário que não são abertos, e minhas fotos, alguns meses que não são olhadas. Meu acomchegante quarto tornou-se uma passagem entre sono e trabalho, ficou esquecido.
Não há necessidade de mudança em mim. O último livro que lí foi semana passada, algo novo sobre uma linha paralela de tempo e espaço, assunto de autor moderno, muito interessante. Mandei revelar algumas fotos, só aquelas em que apareço com um sorriso no rosto ou muita gente ao redor, acho que são mais atrativas, estonteantes, avassaladoras. Meu quarto nunca pareceu tão limpo, tenho feito tudo tão rápido, que limpar ele nas horas vagas tornou-se um prazer. Tenho lavado roupas diariamente, todas dobradas e cheirando bem. Tudo está bem do jeito que está, não é hora para algo novo.

Eu não sou o amiguinho. Mentiras e verdades contrastadas em cada parágrafo da vida, esperando serem desvendados, ou não. Há necessidade de ouvir a verdade ser dita, e desejo de ouvir a mentira também. Fronte a ameaça de tornar-se pó, o homem rende-se as verdades, tentado pela mentira, atira-se ao lodo, voltando ao que luta para não ser. Tudo pelo que vivemos é decidido pelo caminho que você toma, pelo parágrafo que você assume escrever, pelos sorrisos, ou verdades escolhidas. A única verdade que permance em mim é a de que do meu amor não desisto.

Então quer dizer que estou por conta própria, nenhum conselho?