terça-feira, 27 de outubro de 2009

I'll find a way

Era terça pra quarta, madrugada. Eu passei muito tempo bloqueando a morte do meu pai, muito tempo me privando de sentir qualquer coisa a respeito. Eu lembro que no dia após a morte dele eu fiz um pedido, e de certa forma infeliz pra quem ouve a história, o desejo tomou forma e se concretizou. Em palavras perfeitas, eu diria que o meu pedido se tornou como um escudo e não me permitiu sentir nada sobre a minha perda, era como se eu caminhasse sobre vidro, sem saber que estava sobre ele. Então nós tomamos as providências sobre o legado, firmamos compromisso sobre a causa que ele lutava, até então tão fosca à minha visão. Eu aprendi a me virar sem a ajuda dele, aprendi a fazer todas as coisas que ele fazia, pra que eu pudesse carregar o que ele carregava, e creio ter feito bem. Graças a Deus.

No dia anterior a nossa despedida, na qual eu me lembro de que deitado na cama falei algumas palavras sonolentas com ele e ouvi o estalo da porta se fechando, jantamos cachorro quente. Ele estava cansado e fez algo que não costumava, me deu metade do dele, disse não estar com fome. Pediu que eu locasse um filme mais cedo e eu o fiz. Nós nos sentamos na sala ainda comendo e ele assistiu a alguns trailers que passaram. Em um deles notamos uma boa indicação, e meu pai no mesmo estado de espírito que eu me pediu que na próxima locação eu pegasse aquele. Concordei, mas não tinha em mente que aquela era a última vez que ele me indicava um filme. A ultima vez.
Fui sempre eu quem dei indicações, ele gostava dos filmes que eu passava pra ele, e essa era a regra. Eu me dei conta de que ele me deixou algo pra fazer, uma pendência, mas quando você bloqueia sentimentos por alguém que morreu, não pensa em acabar com os assuntos inacabados. E eu não queria assistir este filme. Eu encarei ele por alguns meses na locadora, depois que trabalhei numa indiquei pra muita gente sem nem mesmo assistir. Todos agradeceram e eu me perguntava porquê. Eu saí da locadora e depois de quarenta tentativas, peguei ele. Isso não foi o bastante, precisei relocá-lo mais cinco. E naquela madrugada de quarta feira eu o assisti.

Eu sentei no sofá e o dvd trancou, eu desisti. Loquei mais uma vez e por algum motivo fui até o fim. Eu não sei porque, mas o filme era parte da minha vida. Recordo de uma parte em que o protagonista senta em uma cadeira, e conta que tentava bloquear as memórias que tinha da esposa e das filhas falecidas porque o machucava todos os dias. Então ele continuava reformando a cozinha porque a esposa havia pedido. Ele se sentia perdido sem a família, e eu me senti perdido muito tempo sem saber o que fazer e pra onde ir. No fim do filme não sei por qual motivo ou razão, quando outro personagem tomou o patinete foi embora, antes dele virar a esquina, antes dele pensar em fazê-lo, me fugiu dos lábios um "Tchau Pai". Não sei porque, deve ser minha maneira de dizer adeus. Continuar os pedidos, os trabalhos, o que ele fazia. Achei importante dividir isto com o blog. Foi um último adeus pra alguém de quem eu nunca me despedi.

Festa country esse final de semana, não esqueçam.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Família

Eu os amo desde sempre e pra sempre. Guardo meus segredos pra mim, e conto para eles mais tarde. Sempre gostei das nossas festas de natal, porque transmitiam algum tipo de amor fraternal, em grupo, onde todos nós poderíamos nos sentir como o título explica. Não por causa de alguma reunião de domingo onde todos nós sentávamos e experimentávamos aquela comida tão boa da minha avó, mas porque a família precisa ser família. Eu não sei como será quando meu avós partiram porque eu me expelho demais neles, naquele amor, naquele carinho que eles tem por nós, e também não consigo imaginar um sem o outro. É algo que eu realmente não gosto de pensar, porque o amor é algo forte por aqui.

Eu penso na minha quantidade de tios. Tenho um casal que mora longe, mas que de certa forma nos ligamos pelo modo fleumático de ser. Outros dois que moram perto, onde dividem sua filha para ser um tipo de irmã pra mim. Mais outro casal que com seus três filhos me fazem feliz para todo tipo de aventura. Eu tenho mais um casal com quem não falo há algum tempo. Eu prometi a este meu tio que iria visitá-lo, mas agora, depois de todas estas intrigas e todas as bobagens deste mundo eu me sinto afastado da pessoa que maior intimidade tinha com meu pai.
Meu pai morreu, mas eu lembro do quanto ele gostava de cuidar das pessoas, do quanto amava minha mãe, das conversas únicas que a gente tinha por ano. Das mil e quinhentas vezes que o telefone tocou o chamando para salvar alguém no dia do jantar em família. Eu realmente sinto falta dele, mas lembro o quão cansado ele estava no final de tudo. Eu lembro como ele me olhava quando pensava na vida e o quão bobo ficava quando queria brincar. Ele era o tipo que não media esforços para te fazer rir. Momento que eu não consigo recordar de ter há anos.

A família é o meu refúgio humano. Meu abraço quando me sinto triste e abatido, e todo tipo de porto seguro quando preciso correr. Meu avô me aconselha muito bem, e os anos tem pesado sobre ele, me dando conselhos melhores. Minha avó sempre me abraça, e eu nunca vou esquecer dos abraços dela, nem daquele sussurrar "eu te amo...". Não posso esquecer da minha mãe nunca. É ela quem cuida de mim, é ela quem me entende mesmo não entendendo e é com ela que eu conto quando preciso de uma mão. Tenho amigos, tenho pessoas com quem contar, mas o seu lar, sempre será a presença familiar ao seu redor. Sua família sempre te ama, mesmo com palavras difíceis. O amor está lá, só é preciso encontrá-lo.

Eu não sei o que vou fazer quando o vô e a vó partirem...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Firme

Quantos amigos você perdeu porque não soube abrir sua boca? Ele estava do seu lado esperando uma palavra, mas você não conseguiu ser a diferença naquele momento, e alguma coisa dentro dele o forçou a acreditar que nada poderia corrigir-se novamente. Ele se perdeu em algum momento da minha vida, e eu perdi ele. Eu costumo dizer que não temos o direito de deixar pessoas para trás e não o tenho só porque digo isto as pessoas. Eu não quero ser aquele que não fazia o que falava quando contarem histórias aos meus filhos um dia, eu acredito em milagres e grandes feitos, mas sei que muitas pessoas não acreditam e prefiro deixar que os meus pedidos dentro de caixinhas acabem mudando aquela realidade "indestrutível".

Existe aquela corda, corda que pende sobre um imenso buraco sem fundo. Alí existem pessoas penduradas pela mão. Elas não estão amarradas nem nada, elas preferem se segurar na corda, na verdade em um pequeno pedaço, fiapo de barbante que ainda não rompido os mantem na linha medíocre da dúvida. Dúvida mata pessoas, todos os dias, e é nisso que creio. Eu poderia ter esfriado, poderia ter deixado que minha mão soltasse a corda entre outras coisas parecidas. Mas eu fui egoísta o suficiente naquela época de não ser forte o suficiente. Não sei, alguma coisa deu certo, e outras não saíram como eu esperava.
Agora eu tenho telas de messenger que me dizem o que fazer e o que não fazer. Fotos para as quais eu passo muito tempo olhando e me perguntando o que vai acontecer delas. Eu olho para pessoas que desconheço por tentar salvar-me em algum momento caótico. Eu quero trazê-las para onde estou, como dizia meu pai, "se você os tivesse aqui, isso nunca acabaria, essa felicidade..." Creio eu que certas partes da vida são premeditadas demais, e por isso acabam dando errado. Precisa-se de coragem para fazer o certo e apenas um suspiro para cometer o que é fácil.

Eu peço desculpas pelo que fiz, quando dei as costas, quando os ofendi. Sem alguém, sou ninguém. E tudo que posso dizer é que me arrependo, é tarde, nunca. Eu disse que acredito em milagres poucas linhas acima, e realmente o faço. É tempo de acreditar no que se fala, e fazer isto sempre. Hipócritas existem aos montes e não quero ser um deles, algumas pessoas me ama, outras me odeiam e eu deixo que isso aconteça. Eu quero o bem das pessoas, mas nem todo mundo enxerga isso da mesma forma. Às vezes estamos em lugares diferentes, crescendo de maneiras diferentes e pensando diferentemente. Simplesmente não somos iguais, mas firmes em algum fio.

"Descobri que Deus faz o seu impossível de verdade..."

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Right now

Eu acompanhei alguns homens este final de semana, entre eles muitos pais de família, trabalhadores, jovens, casados e solteiros, e todos eles se libertaram. Pastores sempre seguem as ovelhas, não importa onde elas forem no campo, são ovelhas e precisam ser cuidadas, é um fato que eu não nego. Sexta-feira aqueles onze se reuniram e foram pra cidade vizinha, ouviram muitas palavras amigas, e muitas palavras sobre tristes confissões. Naquela noite eu não tinha a mínima idéia do que aconteceria, era pra ser um final de semana como aquele que eu vivi muito tempo atrás, sobre como uma pessoa pode se tornar livre dos conceitos e de situações escuras neste mundo. Eu descobri que existe muito mais do que o absoluto, eu descobri que acreditar é apenas o começo para que grandes coisas aconteçam.

Um senhor de cinquenta e poucos anos me chamou no meio da manhã, ele tinha um problema, não conseguir bater palmas. Problema muito simples e pequeno, talvez até insignificante pra muitas pessoas, mas ele realmente não conseguia, ele disse pra mim, "eu consigo bater palmas agora", e começou a chorar como uma criança... Eu não sabia se ria ou se chorava com ele, porque aquilo me parecia bem mais do que qualquer coisas que eu pudesse ter, maior do que qualquer coisa que eu pudesse adquirir. Era um senhor de cinquenta e poucos anos me dizendo que se sentia liberto pra ser quem ele nasceu pra ser.
Em uma das reuniões daquela manhã houve um momento em que ligaram o som bem alto, e disseram pra que pulássemos e cantássemos, eu enxerguei então homens livres, meus irmãos pulando com uma felicidade que antes me parecia distante e totalmente impossível. Quando enxerguei aqueles sorrisos livres, como se fossem novas pessoas notei como os meus sonhos materiais, todos aqueles desejos bobos que eu tinha eram pequenos. Eu enxergava eles como insignificantes, totalmente pequenos sonhos. Aquilo, aquele momento era maior.

No final do domingo eu vi pessoas livres. Livres de vícios e todo tipo de corrupção que os degenerava. Um pai voltava pra casa liberto de tudo que o aprisionava, e aqueles que antes eram tímidos, foram libertos da timidez. Quem não conseguia fazer entender-se, agora conseguia. Mas o maior momento do meu final de semana, foi poder ver que se uma pessoa realmente quiser, ela consegue ir muito além em pouquíssimo tempo. Não é só para aqueles que estão há anos sentados em bancos, coisas boas acontecem principalmente com quem busca, e não com quem vive. Estou feliz, estou cheio de alegria, vazio de mim mesmo, contente com o que receberam, e com o que eu recebi. Foi ótimo.

"Velho tu tá sem relógio agora, ou tu não tem?"

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Follow you

Eu sigo porque quero. Existem aqueles que seguem porque precisam ser curados, tanto fisicamente como emocionalmente. Para muitos não importa o preço, para outros qualquer ponta de unha pode ser um bom motivo pra deixar a equipe sem o décimo segundo jogador. Existe uma linha tênue entre os fortes e os persistentes, e fazem séculos que ela vem sendo medida, rompida e apagada. Mas como eu dizia, sigo porque quero. Um bom líder deve ser seguido, uma boa causa deve ser seguida, não apenas por ser boa, correta ou equivalente a verdade, mas por ser ornada de um desejo maior por seguir. Não existe maneira de explicar. Um dia você sente vontade de lutar por uma causa e nesse dia entende qual é a sua.

Não importa qual é o motivo da sua luta. Nas favelas a luta é a vida, nas praias a luta é o sol, no campo a luta é o alimento, na zona urbana, o estacionamento, e no aglomerado de jovens, sentido. Não há nada como sentir-se no lugar que deve estar. Ou viver aquele momento pelo qual você lutou. Sendo partido político, crença religiosa ou presidência do bairro, o motivo de conquista, de provar que o seu lado está correto, que traz conteúdo, princípios, resistência contra o desespero, podem ser a principal chave para ganhar pontos, mas a maior recompensa, possa ser o esforço convergido em vitória. Sua causa ganha.
Ninguém se preocupa com a presidência, e por ninguém eu digo a maioria. Continuamos a pagar os impostos mesmo sem saber pra onde vão. Somos esfaqueados de certa forma, mas não nos preocupamos. Como diz o povo neste país: "Deixa a vida me levar". Eu não tenho vontade de fazê-lo, estou cansado e quero lutar mais, fazer o meu possível e impossível para mudar a situação desta cidade. Eu não quero ser um político, uma discenção fanática, um perdido no meio do deserto, eu quero ser uma igreja, e quero estender minhas mãos pra quem não conheço, pra quem eu não olho.

Eu comentei, nossa cidade vai mudar. Vai ser mudada. Nós vamos causar a diferença nela, porque ela precisa, e nós sabemos que nada acontece se não houver uma chama em algum lugar. Eu quero ser diferente, quero mudá-la e vou. Não me importa quanto tempo passe, não importa se caso eu morra pelo caminho, porque sei que não vou, mas estou pronto pra dar mais de minha, se não tudo, para que as pessoas possam notar que a vida é bem mais do que caminhar sozinho e deixar os filhos crescerem sem conhecimento, sem princípios, sem sentido, direção. Eu quero famílias unidas, filhos que respeitem pais, pais que amem, cidades que sejam mais. Eu quero seguir, e mostrar como seguirem junto comigo.

Nossa cidade vai mudar, a gente vai mudar a cara desta cidade!

domingo, 18 de outubro de 2009

My life makes sense

Qual teu rumo, e onde você quer estar? Quem você quer ser em quinze anos? Quem você quer ser semana que vem? Quem você quer ser agora? Quando você vai deixar entrar alguma coisa diferente nesse coração tão surrado de amarelo desconfortado? Eu estou cansado de bater nesta porta enorme me perguntando se você é meu pai? Eu nunca vou te deixar diz uma voz em minha cabeça, eu caixo ao chão, eu me rendo, eu me prosto. Estou cansado, nada dá certo, tudo dá certo. E esta mudança de pressão no meu cérebro me deixa tonto o suficiente pra acreditar em tudo que me é dito. Eu fico me perguntando se ele quer o meu bem, se meu pai quer meu bem. Pra onde eu tenho olhado? Quem eu sou? Alguma coisa faz sentido?

Eu não quero me sentir afastado. O que nos aconteceu? Em que parte da montanha eu esqueci de olhar para trás. Em qual segundo você parou e virou as costas? Na tua presença, e na presença de todos aqueles que sorriram me dizendo "confio em ti". Qual foi a fachada que te levou como incógnita? Eu acredito no amor de Deus, eu acredito em tudo quando ele fala comigo e eu ouço sua voz de maneira clara. Eu estou sobre o palco ouvindo você dizer "preciso de ti, preciso que trabalhe pra mim, preciso que seja uma equipe..." e eu digo "sim pai, eu vou". Fazia tempo que eu não usava a palavra pai numa frase com algum sentimento. Me ajudou a lembrar de algo que eu bem sei o que.
Eu sei que a minha faz sentido. Pelo menos naquele momento tudo fez sentido, enquanto eu cantava sozinho na frente de dezenas de pessoas. Os dias passam e tudo muda de novo, como se aquele momento em que eu soube o sentido de tudo, passasse, mudasse evoluísse. Eu não tenho a mínima idéia de como, mas tudo mudou e eu acredito nisso. Eu estive dentro de uma concha, por questão de um minuto e meia, e entendi minha vida, o único pezar, é que me esqueci de tudo que aprendi lá dentro.

Sentido de vida se encontra algumas vezes durante ela, para que saiba em direção a qual ponto cardeal seguir. Não é pouca fé, falta de vontade, desmotivar-se, mas ter em mente quem em algum ponto da vida se encontra sentido, e tudo faz sentido. Não como saber se você vai ser um astronauta, mas saber que a lua pode se tornar o teu destino um dia. Eu sei que não fui feito pra ser médico, mas ainda não descobri qual caminho seguir. O meu chão está em branco e como jovem, como recém adulto eu posso dizer que tenho pintado um chão à frente, com apenas uma cor, apenas um esboço cheio de idéia, mas sem nenhuma tinta em destaque pra mostrar a todos pra onde vou. Sei apenas de uma coisa, que a vida faz sentido, faz.

"Eu vou pai..."

terça-feira, 13 de outubro de 2009

I can see you

Eu tenho certeza sobre continuar firme e forte. Ontem mesmo o Luciano comentava que não tinha certeza sobre lutar pelos objetivos dele, e quando eu perguntei a ele se ainda tinha fé de que tudo iria dar certo, ele disse que era absoluta. Às vezes ele me deixa meio surpreso, com sua persistência, e eu acho isso uma boa qualidade. Não desistir dos sonhos é mais que importante e ele tem feito isso com força, mesmo que com dificuldade. Não é importante prestar atenção no que você ouve se for apenas vento soprando dentro da sua cabeça. Eu tive alguns bons momentos, sabe, algumas boas histórias, memórias... Foram boas o suficiente, e por muitas vezes eu estive sobre aquela ponte me perguntando se a dúvida era boa pra que eu largasse tudo. Descobri então que lutar faz parte da vida em que se enxerga algo de verdade.

Sentei ao lado, olhei ao meu redor, tanta gente, tantas histórias. Eu não consigo me encaixar aqui, mas eu faço um feliz esforço, e executo a tarefa tão bem que ninguém acaba percebendo. Eu estou aqui porque quero, não como queria. Pensei em deixar, pensei em não vir, mas isto foi há muitas semanas sentado em uma cama com um pensamento na mão. Foi naquele dia que comecei a perceber sobre não deixar coisas importantes secarem como folhas. Eu me sentei, me senti calmo, eu estava seguro, ninguém poderia romper meu escudo, tudo estava bem, e eu odiava com todas as minhas forças o fato disto estar acontecendo. Eu queria estar alí, e ao mesmo tempo não queria. Fiz o possível pra não fitar olhos, poderiam me fazer querer tudo mais uma vez.
Eu odiava o fato de que se eu deixasse aquele sentimento voltar, estaria trancafiado em amargas e loucas ilusões. Eu conheço meu futuro e este é o tempo de construí-lo, não há tempo a perder com segundas chances, ilusões, mentiras, paixões, amores para vida. O amor não te encontra, você não encontra ele, não se convence alguém que você é a pessoa certa, não se segue a risca algumas regras e faz-se acontecer. Acontece que o "grande esquema" aparece em alguma idade avançada da vida, em que você deixa ele entrar, e alí sentado, pensando nos muitos planos que eu tinha pela frente, me pareceu uma idéia sem sentido voltar. Triste agora saber que eu enxerguei dentro de ti e percebi o que estava lá.

Saudade. Eu quero me livrar dela, das pessoas. Enquanto não tenho, paciência, mas bom seria se eu tivesse um emprego de quatro à cinco dígitos, casa, carro e ninguém pra encher o saco, alguns amigos talvez, me manter focado no trabalho, no meu trabalho, nos meus sonhos e me lembrar todos os dias que eu sou novo e que preciso pensar bastante no meu futuro. Pra quem foi rejeitado em função de sonhos e trabalhos é melhor descobrir por sí próprio o que eles oferecem. Vou correr meus riscos, mas de todas as coisas que eu passei, posso dizer que ter a certeza de quem estava ao meu lado, foi a melhor e a pior informação que eu poderia adquirir. Com ou sem você. O bobo aqui dentro diz "com", e agora, eu digo "sem". Foco David, foco.

- Eu não quero ir, eu não quero errar, porque tu é a coisa mais importante pra mim...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

No regrets

Sabe quando você se sente feliz? Qual foi a última vez que isso aconteceu? Comigo? Ontem a noite, sábado. Felicidade pra mim não é quando você sabe que a vida é simples, que o caos tem se mantido longe e todo tipo de doença está longe de mim. Pra mim tem a ver com o momento em que você sorri e pensa, "cara, esse momento é a felicidade!". Ontem a noite nos reunimos num grupo de homens que foi convocado na igreja pra fazer alguma diferença. Eu falei um pouco, o pessoal comentou sobre a palavra e no final da noite improvisamos um coral, que por sinal, se saiu muito bem. Mas o auge da minha noite, foi o fato de que após algum tempo fomos pra Estrela numa reunião da rede jovem, no meio de um show, enquanto a Reparadores de brechas cantava, e todos pulavam no meio daquelas luzes piscantes e berros de alegria, eu sorri comigo e pensei "cara, esse momento é felicidade, e este é o momento da minha vida".

Sem arrependimentos. Eu fui conversar com aquela moça que eu não conhecia, e por sinal, correu tudo da maneira que deveria correr. Eu fui fazer aquela carteira de auto-escola, e hoje foi o último dia de aula prática. Eu limpei meu quarto, passei minhas camisas, troquei o mural depois de dois meses. Eu convoquei uma reunião de homens e deu certo. Eu acordei pra vida, perdi um pouco dos meus medos, perdi a vergonha, no bom sentido é claro. É só questão de tempo até que eu resolva tudo, mas estou contente pelo que tenho feito, me faz pensar no momento feliz da minha vida, nos dias em que eu tenho vivido e enxergo que estes tem apenas começado a se tornar os melhores dias da minha vida.
Eu entendi que até semana passada, ou ano passado, eu era um pirralho que nem ao menos idade pra dirigir tinha. Que nem responder por mim legalmente era um direito que possuia. Então eu não deixo de ter em mente, de manter em controle que o melhor da minha vida, todas as aventuras, todas as confusões, todas as certezas e melhores histórias estão por vir em um futuro bem próximo. Os melhores dias já vivídos, conhecidos e testemunhados. Abram espaço para o melhor ano de suas vidas, os melhores anos da nossa história, porque se os medos e as confusões foram embora, é só questão de tempo até que a gente pinte esta cidade de vermelho.

Portanto, eu estou me lixando para o que der errado. Sem arrependimentos. Deixo claro que a minha intenção é saber viver sem borracha, e caminhar por aí fazendo alguma diferença, acho que isso é o mais importante. Ontem o Jonatas comentava comigo, "cara assim que nós estivermos motorisados, ninguém segura a gente, eu te ligo e pergunto "David, formô?" tu diz "Formô" a gente sai por aí e se diverte, daí que vai bombá cara!". E eu acredito. Felicidade se faz de atos não de palavras, palavras confortam, atos nos fazem livre, nos fazem sentir, e eu tenho sentido a vida de novo. Sem nenhum arrependimento, porque se der errado, eu sei que tentei, eu sei que fiz o que deveria fazer, pensamentos de dúvida já não me perseguem pelo que eu tive a chance de fazer ser o certo.

"Nosso Deus reina, nosso Deus reina, pra sempre reinará! - Reparadores de Brechas - Delirious - Our God reigns"

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Love is simple

Pra que um viciado largue seu vício, ele só precisa querer. Não me venham com frescuras de dependência, abstinência, castidade. Existe apenas uma verdade, se você quer soltar-se, largar-se, romper os velhos vínculos, tudo que tem a fazer é querer isso. Se uma ponta de dúvida se mantiver intacta, uma mancha permanecer inapagada, um feixe de luz ainda se sobressair no meio desta decisão suspensa, tudo pode ir por água abaixo. Fato: Se você realmente quiser, qualquer coisa, tanto um novo começo pra sua vida, ou a cura para aids será possível se você quiser. Certeza tenho de que milagres são reais, de que sonhos podem se tornar visíveis quando tomamos uma decisão sem olhar para os lados, sem pensar nos "se". Se quiser que algo realmente dê certo, não pense mais do que uma vez sobre decidir-se. Queira!

Meus amigos perdem boas oportunidades hoje em dia por falta de decisão. É tudo tão idiota, tão superficial, tão duvidoso. Para cada passo que dão existem mil trezentas e sete maneiras de arrependimento, saudade, desespero, insegurança enquanto apenas um sonho permanece a frente. Eu me pergunto, e mais a mim mesmo do que a qualquer pessoa. Porque perdi tanto tempo me enrolando, me sentindo inseguro, iludindo a mim mesmo, sendo quem eu era quando poderia ter simplesmente feito tudo que queria sem ressentimentos. Cento e oitenta segundos para pensar em apertar o enter. Três minutos para tomar uma decisão. Três horas para duvidar demais e nunca caminhar naquela direção. O erro é uma simples decisão, e a dúvida te priva até mesmo disso.
Um mundo firmado sobre decisões de adultos é tudo que precisamos. Esqueçam a voz das crianças em suas reuniões, elas querem brincar, não decidir o mundo. Esqueça a voz da criança na sua mente que se sente insegura e desesperada, a vida é simples, preto e branco, mas eu canso por tanto enxergar pessoas que preferem ficar sobre o preto, o branco, misturar-se e viver uma vida de "eu gostaria", "perdi minha chance", "um dia...". Eu simplesmente não consigo mais conviver com tamanha complicação. É tudo uma questão de querer. Como eu disse, só há uma necessidade para salvar-se. Querer que isto aconteça.

Amor é simples. Você não pensa, você faz. Não passa uma noite imaginando o que dizer. Você acorda, caminha até as pessoas, fala o que te passar pela cabeça e se elas gostarem, bom pra ti. Não existe pessoa certa, existem pessoas com certas caractéristicas que você encontra em algum momento da vida e dependendo do seu estado de espírito no dia, pode resultar em algo mais. A dúvida sobre o amor nos mata, mas quando você mata a dúvida tudo se torna simples. Não existe mais o drama que por algum momento foi vício, agora jaz como passado. Tudo é simples, você escolhe ser feliz, você mata a imbecilidade do medo, chuta possibilidades, e se tudo der certo: Boa sorte. Não se convence alguém de que é possível fazê-la feliz, não se convence ninguém a te amar. Não se pede que alguém te ame, como eu disse, é necessário querer amar alguém.

"...um viciado, que bate nela toda noite, e que no aniversário de namoro, mesmo atrasado, dá um pacote de fralda descartável pra ela: A realidade é que ainda gostam deste cara, estranho não? Mas se o cara for meio inseguro, comprar flores e mostrar que ama demais a ponto de lembrar a data do aniversário de namoro, será uma conquista já feita por ela, e certamente perdendo o interesse preferirá seguir com sua vida... O que se imagina, é que de certa maneira, elas gostam de sofrer um pouco, e nem todos nós somos capazes de fazer isso..." - Basta aprender!

domingo, 4 de outubro de 2009

God's happiness

Hoje eu encontrei um homem que fala com Deus. Houve uma festa romantica na igreja onde eu pastoreio, e convidaram ele pra que viesse falar sobre amor, casamento, e convivência. O lugar estava cheio de pessoas, em sua maioria casais. Toda igreja estava adornada sobre tecidos avermelhados e corações feitos de isopor. Aquele homem tomou o microfone e falou sobre a necessidade de entender a outra pessoa que te acompanha por esta vida. Muitas pessoas aplaudiram após aquela palestra, e pouco depois conversamos um pouco junto de minha mãe. Algum tempo depois continuamos a conversa apenas nós dois. Dividimos algumas coisas, sobre ministérios, igrejas, dados, projetos entre outros assuntos. Mostramos a ele a parte de cima da igreja, e tiramos uma foto. Pouco antes do momento em que ele partiu, ele olhou nos meus olhos e disse algo que eu precisava ouvir: "Rapaz, eu posso enxergar olhando pra ti, pelas tuas palavras, que teu pai fez um bom trabalho contigo".

Sobre a festa, eu acho que posso dizer que sempre me surpreendo com as pessoas. Uma vez ouvi de uma mulher que conheceu o mundo a seguinte frase: "Pessoas não são tão diferentes como pensamos, culturas são diferentes, mas pessoas não são diferentes..." É por isso que toda vez que enxergo novas vidas que se integram a igreja trabalhando, enxergo também sua alegria, e me surpreendo com isso. Um jovem de vinte e poucos anos, que antigamente fazia hemodiálise, me disse com um sorriso no rosto no final da noite: "David acho que hoje eu senti o Espírito Santo, e é muito bom!" Eu ouço isso, eu olho pra esta vida, pra um homem feito e penso comigo, Deus viver contigo me faz enxergar felicidade e esperança onde ninguém consegue ver.
Eu enxerguei alegria numa mulher de vinte e poucos anos que fez a decoração. Ela nos contou que antes se sentia triste por várias vezes. Hoje, ela entregava bombons, lembranças, e não foi um vestido diferente ou um penteado que a separou de servir mesas com um sorriso no rosto, não um sorriso torto, ou simples, mas algo que não pode ser comprado. Um sorriso que vem de Deus. Porque quando uma pessoa encontra Deus, e conhece seu amor, aprende que trabalhar pra ele, pode vir a ser uma grande realização. Então quando eu olho pra estas pessoas, eu penso comigo, Deus tu muda vidas pra melhor.

Deus me perguntou noite passada se eu preferia seguir o meu coração, ou o que ele tinha preparado pra mim. Eu poderia ter corrido à uma loja, ter escolhido uma roupa diferenciada e ter ido a uma festa depois desta, mas eu sabia que este não era o desejo dele. Ele esperava que eu estivesse aqui, pronto para encontrá-lo. Pronto pra conhecer mais um pouco do que felicidade significa. Sabe, uma palavra de amor pode mudar sua vida, e oferecendo elas para as pessoas, elas acabam voltando em algum momento para você. Hoje um homem que fala com Deus olhou nos meus olhos e disse tudo que eu precisava ouvir. Que meu pai fez um bom trabalho comigo, e que eu consigo transmitir isso apenas com as minhas palavras, ou com o meu modo de ser. Então eu penso comigo, Deus tu entende tudo que eu preciso e provê tudo pra mim.

Sarah eu estou um pouco chateado, porque estou caminhando para o único lugar nesta cidade onde eu não gostaria de ir, mas caminho mais um pouco até aquela esquina contigo...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

I have to believe

"Alguns anos atrás, um dos meus melhores amigos. Ele acordou de manhã, ele estava numa reunião de oração. E ele orou esta oração ele orou: Senhor, se isso transformar a juventude... Eu acredito que ele disse a juventude de uma nação... Eu dou minha vida. Ele disse: Eu dou minha vida hoje, se isso for transformar a juventude de uma nação. E ele morreu naquela noite. Em um acidente de carro. Ele era um dos líderes da mocidade. Mais tarde eu virei um dos líderes da mocidade, todos ficaram arrasados porque todos amavam ele demais. E... Mas ao mesmo tempo, quando ele ofereceu esse precioso sacrifício, por uma coisa que nós acreditamos. Nós acreditamos que um movimento iria se levantar da morte dele. Não como Jesus ou algo assim, mas ele disse Senhor, se isso for transformar a juventude de uma nação eu dou minha vida e o Senhor aceitou isso. Então nós temos que acreditar que se o Senhor respondeu a primeira parte da oração, então ele vai responder a segunda parte da oração. Eu me tornei o líder da mocidade e por três anos eu pensava. Quando esse movimento vai começar? Quando vai acontecer? E eu trabalhei com garotos muito bons e coisas muito boas aconteceram, mas um movimento da juventude não aconteceu. E anos depois... Eu senti que todo mundo tinha esquecido. Eu pensei: Eles esqueceram dele. E eu era o único. Eu pensei: Senhor como é que é? Três anos? E nada veio da morte dele. Ele era meu melhor amigo Senhor. Então depois, vários mêses depois eu estava tocando em uma conferência e Louis estava lá. Nós estávamos tocando e ele virou pra mim e disse: Vamos cantar isso num estádio. E isso ficou na minha cabeça, "vamos cantar isso num estádio". E eu percebi, no dia depois que ele morreu, eu acordei. E eu escrevi essa música logo no dia em seguida. E essa música não é minha, mas a música tem asas. E pra todo lugar que eu vou eu recebo e-mails de garotos que foram libertos, de pessoas que foram salvas só de ouvir esta canção. E essa música não tem nada a ver comigo, talvez eu seja arrogante, mas eu não sou arrogante nisso. Porque eu realmente acredito que essa música é uma maneira de completar sua profecia. "Se isso transformar a juventude de uma nação eu dou minha vida. Então ele morreu e da sua morte eu escrevi essa música. Não é nem uma música de adoração. É a história de um cara chamado Steven que encontra Deus pela primeira vez depois que morre, mas eu canto como uma canção de adoração. Porque eu acredito que esta canção vai transformar a juventude de uma nação. E talvez transforme a juventude de uma nação hoje ou alguma outra hora, mas eu tenho que acreditar que vai transformar a juventude de uma nação. Então cante comigo para o Senhor, mas também como uma intercessção para os perdidos, e os quebrados que precisam saber da verdade. Amor real e profundo que só Jesus pode oferecer".

- A verdadeira história sobre a música How he loves us - John Mark - Jesus Culture.