terça-feira, 5 de junho de 2012

Este velho oceano

Cada dia que passa penso mais sobre a vida, as linhas debaixo dos meus olhos começaram a aparecer e aparentemente eu tenho lutado contra esse desejo da velhice juvenil que atenta em me levar pro lado negro da força me fazendo confortar-me com tudo. Eu me sinto diluído, tênue, deve ser efeito desse inverno rigoroso do sul que me faz amargo quando ninguém está olhando. Em teoria eu tenho feito tudo certo, mas no fundo desta casca recentemente grossa da prática guardo uma idéia antiga de que posso fazer mais. Eu perco mais tempo com meus dramas do que com a própria realidade. Todos os meus problemas sempre me tem por culpa, eu me culpo, com a ideia de que posso mudar a realidade, mas que realidade seria essa que até eu desconheço?
Eu quero voltar pra casa, mas não posso, não existe mais casa, esse vento marinho no meu rosto, me lembra que a água está gelada, e que se eu desistir tão novo, tão cedo, posso me juntar aqueles que afundaram muito tempo atrás neste oceano de medo e dúvida. Não existe escola para o que estou vivendo e este blog de quatrocentas e nove postagens é tudo que tenho pra conversar, desabafar, e este é o motivo de tanta amargura escorrida pelas páginas azuis marinho.
Eu escrevo porque as palavras colocadas em outro lugar fora do meu peito, me faz sentir leve.

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