domingo, 15 de março de 2009

What you'll miss

Quantos verões você aproveitou, qual deles foi o melhor da sua vida, você era novo, velho? O céu brilha como em nenhuma estação, parece que existe um certo tipo de disposição nas pessoas, e tudo que antes parecia tão velho, agora nasce como novo. Não só as árvores, as cores, o sol e as noites, mas o humor de todos. O verão está acabando e estou aproveitando o que me resta dele. Cada lembrança, cada viagem, cada pensamento, cada raio de sol, os dias estão sendo contados ao contrário, e enquanto isso, eu faço o que posso com o tempo que resta, já que muito não sobrou dele. Fim de verão me lembra fim de férias, me lembra o fim de tudo, de uma época calorosa, para algo mais abrangente que está apenas começando.

Agora as ruas estão calmas, depois das dez horas o ar se acalma, e tudo começa a pairar pela cidade, a areia da praia se achega as ondas, e eu caminho pensando no que você vai me contando. A estação corre para a linha de chegada, e eu aproveito cada nota que ainda consigo ouvir, parece que hoje há tão pouco a ser pintado , e tanto a ser dito. Não sei o que dizer. Acho que não o que eu gostaria, mas o que saiu na hora foi proveitoso, todas as vogais enrroladas em consoantes me enrolaram a provocar um sorriso, e o meu dia já estava ganho.
Mais ondas nos meus pés, e são geladas, são antigas, me dizendo que é hora de voltar para casa, porque de certa forma o sorriso pode estar se fechando, mas o outono está apenas por começar. Quando as folhas caírem, eu posso colá-las sobre os meus livros, ou tomar um bom café quente nesta tão pacata cidade. Não me resta muito a fazer, as cores desbotando, em algo estiloso, mesclado, que me traz euforia por fazer parte de algo.

A melhor estação está por vir, para caminhar pelas ruas, para despedir-se de seus amores, para dar um último adeus ao verão. Talvez para ouvir uma última vez sobre o crepúsculo da tarde, aquele violão acompanhado de uma voz macia que cantava sobre gratidão. Época essa de espera, de encontro, de maximizar os sorrisos e soterrar as decepções. Grandes presentes vêm por aí, e eu espero os meus trabalhando nas velhas tradições. Quero apenas um bom outono pela frente.

Seria legal se o vô gostasse da chácara, acho que não conheço alguém que construa mais que ele...

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