sexta-feira, 5 de junho de 2009

Don't know how

Tem dias que são melhores que outros. Existem dias que você vence, e dias em que perde, dias em que chora, dias em que sorri, dias em que espera, dias em que vive, dias em que pensa, dias em que age, dias em que fala, dias em que se cala. Dias para todos os motivos e vidas, dias para cada dia. Cada vinte e quatro horas foram feitas para serem vividas de alguma maneira, seja triste, alegre, cansado, doente, saudável, venerável ou irritado. O mundo nunca para, com seu sorriso no rosto, ou com cansaço visível continua trabalhando, correndo ou fugindo em direção ao sol. Hoje, não foi um grande dia, e eu não me orgulho dele.

De repente aquela criança depois do banho começou a rir, enrolada numa toalha ela mirou-se no espelho como gente grande, passou a mão nele limpando o embaçamento, fitou fundo seus próprios olhos, e tentou espairecer sobre o que havia lá dentro. Ele queria saber onde seus olhos estiveram, quem eles viram, o que aconteceu quando eles esboçaram o que não deviam. Cuidado pequenos passos onde vão, dizia alguém atrás dele, e ele se assustou. Tudo o que sabia é que não podia mais fugir daquela voz na sua consciência. Toda vez que errava, olhava fundo nos olhos, não sabia como parar aquilo.
Ele colocou a mão na cabeça, riu levemente, e então de rompante iniciou um pranto desenfreado, que cessou em três segundos, ele se sentiu estranho, e pranteou de novo, o ato começou a seguir-se por pranto, e normalidade, até que o próprio menino pensou estar louco, pensou estar sendo falso consigo mesmo. Fechou os olhos, vestiu-se, mas o sentimento o perseguia e ele disse consigo mesmo, quantas vezes eu chorei neste lugar, e nada mudou. Nada aconteceu alí, mas tudo que ele guardava nos pensamentos era de que uma voz ecoava em sua cabeça, e um solo de cordas também.

O menino sentou no quarto, e vagarosamente fechou os olhos, ele sentia frio, e lá fora na rua, sobre as árvores e os arbustos, nada podia se ver. Alguns acordes destemidos de sua canção começaram a tocar, e ele sentiu que queria sumir. No fundo sabia que não queria, mas a culpa, o sentimento doloroso, dizia que ele precisava desejar aquilo, e mesmo não pensando, no fundo de sua mente, ele nunca foi capaz de uma loucura, nem o queria, mas queria sentir o momento triste, porque aquele dia, não era feliz, não era latejante, era sobre não saber como acabar com um problema, e se sentir mal por isso.

Quantas vezes eu chorei aqui, e nada aconteceu...

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