terça-feira, 9 de junho de 2009

I hold your hand

Eu corria desesperado por corredores despedaçados, paredes pintadas com um branco velho que descascava. Eu corria a frente, seguro a procura do que ainda não tinha encontrado. Naquele labirinto de portas e paredes haviam dezenas de pessoas, cada uma permanecia guardando uma entrada, e repetiam todas as vezes que eu passava, "você não vai conseguir, você não vai...", mas naquele momento, tudo em mim dizia, "não desista, você não pode desistir", e eu continuava correndo pelos estreitos corredores, levando em uma mão fechada a razão e o motivo pelo qual eu lutava. Eu segurava sua mão com força, não podia soltar, precisava encontrar algo pra ela, o mais rápido possível.

Então eu acordei na manhã do dia oito, e me dei conta de que me chamavam pra levantar, eu não queria, meu desejo era saber como a história terminava. Ninguém gosta de ser interrompido, ainda mais quando os pensamentos sonolentos causam interesse. Acabei pensando nisso o dia inteiro, sabe, tem gente que acredita que os sonhos tenham significado, e são muitas pessoas, bom, também tem gente que acredita na loteria federal, então não devo ser tão louco assim. Tudo que divaguei hoje foi sobre como um pensamento pode preencher seu dia.
E eu não digo que o dia foi extraordinário, eu tenho aprendido a tocar violão melhor, tenho treinado sempre que possível nos ensaios, na verdade em todos os eles desde a primeira vez que o levei. Mais pessoas têm vindo assistir as passagens de som na segunda, a maioria conversa, e eu tento inventar bons motivos pros instrumentistas não ficarem tristes com seus próprios problemas. É difícil, e tudo que eu tenho a dizer agora é que de qualquer forma, se eu me sentisse triste como eles hoje, sem disposição, poderia ter dado adeus ao ensaio, e olá a desmotivação.

Passei a tarde de hoje trabalhando sozinho, e ouvindo um milhão de vezes avisos na rádio sobre o dia dos namorados. Me dá vontade de desligar tudo aquilo, todas aquelas festas e músicas bobas, mas eu acabo não fazendo, melhor assim que sem nada. Daí eu lembrei de outro sonho durante a tarde e escrevi porque não podia esquercer, e cheguei em casa recebendo uma surpresa em função de um dever. A vida tem suas viradas, e eu tive a minha bem em tempo, ninguém deveria soltar a mão de quem ama, porque mesmo no desespero, vale a pena correr por labirintos quando se tem alguém pra salvar.

"Eu já fui atingido por raios sete vezes, estou velho e eu vivo perdendo a linha de pensamento, mas não consigo esquecer que Deus me deu uma segunda chance..."

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