quarta-feira, 12 de agosto de 2009

I know it

Eu respiro fundo, e aquele monte de cores azuladas que antes enxergava, tornam claro o pouco que eu ainda via. Eu caminho sobre plantas em decomposição, ervas que esqueceram o que a luz do sol provocava, que não recordam como se faz a luz quando o inverno desabrocha em grandes torrentes de chuva. Eu caminho no meio da floresta em busca de um lugar onde possa me encontrar, pra talvez ouvir as respostas que eu tanto preciso. Me pergunto se estou no lugar certo, se é o meu verdadeiro lugar, ou foi apenas mais um engano que o meu coração esboçou ter. Faz algum tempo que não vejo ninguém, e é por isso que continuo caminhando.

Eu sou apenas um jovem, eu só tenho dezenove anos, e isso parece pouco aqui. Toda noite quando escurece eu penso em cada pessoa que um dia olhou fundo nos meus olhos de cabeça baixa. Ninguém queria que sua mão fosse afastada daquele monte de presentes, mas da mesma forma, nenhuma das mãos quis entrar neste lugar cheio de ervas mortas, pra buscar um ponto final nas interrogações que a falta de fé tem causado. Eu só preciso de cinco minutos, nada mais do que isso pra acabar com tudo que me perseguiu neste últimos meses. Se eu conseguir, se tiver exito, não me falta mais nada.
Eu tenho caminhado sobre rochas, e escalado algumas montanhas, meus pés estão sujos, e eu não sei te dizer até que ponto caminhei. Fui procurar água e acabei encontrando caminhos que não conhecia, caminhos que me fizeram lutar pela vida. Eu estou no meio da floresta e só uma pessoa pode me tirar daqui. Perdi a quantidade de vezes que tomei a espada pela minha vida, perdi a quantidade de palavras que disse sem saber o que dizia. Estou só, estou na floresta, estou contigo. Quando me falta fôlego, eu grito, e quando me falta coragem, eu arranjo.

Nas rochas por onde ando não há musgo, os vales por onde ando são traiçoeiros e pegajosos, a noite onde durmo é insegura, domada. É preciso desbravar o que não se viu, e dizer que mais do que se enxerga é o necessário para aquele que deseja aprender de ti. Eu não enxergo durante a noite, e a lua tem me faltado, estou forte, e este é o principal motivo da minha luta. Desde o pântano até a encosta do vale, todas as noites, todos os dias, para sempre. Sem descansar eu continuo firme, dizendo que nada pode contra mim, porque não estou sozinho quando me vem como ímpar na terra. Não há nada que me tira daqui agora. Eu sei disso.

Obrigado pelo lanche Ana, obrigado por tudo...

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