segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Keep breathing

O segredo é não pensar no tempo e na quantidade de segundos que não parecem passar. O tempo anda tão rápido quanto uma lesma em câmera lenta, e os cliques do relógio que você pensava ser tão rápidos quando precisava tomar uma injeção ou falar em público, simplesmente se tornaram pesados. A questão sobre continuar respirando, com ou sem sentido de vida é interessante não com relação sobre o fazer dela, mas o que fazer enquanto se espera. Paciência não é um forte humano, principalmente quando se trata da nossa pessoa, porque ferida dos outros não fere a gente, não sangra, não machuca. Você vê a equação, e até pode saber como resolver, mas não entende como aqueles números tão engraçados podem se encaixar e resultar em algo tão complexo.

Como eu disse, a questão da sobrevivência, da espera, da igualdade de poder é totalmente despojada em frente ao tempo. Porque quando o maior inimigo de todos os humanos interfere no teu dia a dia como substantivo é porque alguma coisa importante vem te pressionando a responder. Talvez uma velha carta, um e-mail, uma amiga, um irmão esquecido, um pedido de perdão. Qualquer coisa, qualquer pendência pode se tornar o teu motivo de continuar respirando, não que você tenha perdido a vontade de viver nem nada, mas a sua preocupação se foca apenas no problema e até que o resolva, só se pensa em continuar vivo.
Quando eu trabalho, não gosto de olhar para o relógio. Hoje mesmo, meu tio comprou um bem grande e colocou em um lugar de destaque, pra infelicidade minha e de alguns funcionários. Não reclamo do meu trabalho, porque gosto dele, mas prefiro não ter a mínima idéia de quanto me falta pra sair na rua. Quando eu trabalhava na locadora, eu nem pensava no tempo até que escurecia, o que comprova que à medida que a qualidade do seu tempo aumenta, menor é o interesse no próprio tempo. Ele voa quando estamos bem, e se arrasta quando estamos mal. Questão de relatividade, peçam ao Einstein.

Enfim, o que eu quero dizer para todo mundo, é que eu aprendi a cuidar do meu tempo. Não me enrolo mais como antigamente, entro nas lojas, escolho minhas roupas, vou embora. Peço preços, convido pessoas pra passear, visito amigos longínquos, organizo viagens, me prendo ao teclado pra não responder, faço projetos, escrevo músicas, preparo um tempo pra mim. Notei que o tempo não pode ser meu inimigo, mas meu aliado, então eu usufruio dele muito bem na medida do possível enquanto posso. Em algum momento, ele passa mais rápido, mais devagar, porque se não o fizesse, eu teria deixado parte da minha humanidade que me diz estar preso a ele. Mesmo assim, eu continuo respirando, e aprendendo a controlar minha respiração, meu amadurecimento.

Eu sei que eles tem o mesmo objetivo que nós, mas nesta noite podem se tornar nossa pior barreira, porque de alguma maneira não querem que nossa oração por ele funcione!

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