sábado, 28 de novembro de 2009

Someone fights for you

Existe alguém que por ti luta, e nas madrugadas caminha montanhas, serpenteia rios e batalha por teu respirar. Doce seria se eu lembrasse quem era, quem foi, quem seria aquele homem. Não, não me lembro, ele era um pouco mais alto do que imaginava e preferia tudo que fosse mais baixo que ele. Questão de ética talvez, como ele dizia, talvez sim, talvez não. Acho que por não muito saber esta era a tática defensiva, fazer de conta que tudo está sob controle. Eu acho que a verdade sobre a história é que houveram momentos em que ele poderia ter baixado a espada por causa da rapunzel, mas ele nem ao menos percebeu isso na época, e quando o fez, se deu conta de que era hora de levantar a espada mais uma vez. Acho que ele preferia viver daquela maneira, lutando.

Os dragões viviam voando tentando domá-lo, mas esqueceram de avisar aos lagartos que aquele cavaleiro não era domado, não nasceu pra isso. Então a maioria dos voos rasantes que ele secretamente fingia não enxergar acabavam tomando a forma de um desgostoso tormento. Ninguém gosta do grito de um dragão, menos ainda da morte tão próxima dos seus ouvidos, e ele, muito menos. Um bruxo do leste veio tentá-lo, dizendo que a esperança estava acabada, e que ele deveria ir embora, corrende de preferência, mas ele nem ao menos piscou. Ele sabia que a velha tapeçaria do seu castelo não lhe causava afeto algum. Melhor era continuar firme com seu barco no oceano.
Quando ele jogou os remos e gritou para o vento, hey você, me leve pra onde quiser, tudo começou a girar e nem ele mesmo sabia onde estava, então a maior das preocupações mesmo, era se haveria algum pensamento que o atormentasse no caminho, sim dragões voltaram, ele tomou a sua espada, um escudo meio antigo e deu-lhe pau nos seus inimigos. Acho que nesse ponto, ele próprio não tinha certeza se valia mesmo a pena, mas ele continuava, algo me dizia que ele sabia porque, mesmo eu não entendendo porcaria alguma.

Eu acho que no momento em que ele olhou para o passado, fitando aquela metrópole às suas costas, deu-se conta de que não havia perdido nada que lhe importasse. Ele sabia por quem lutava todos os dias, mesmo quando as feridas lhe mostravam o passar do tempo. Ele não se importava, ele sabia, e eu também que a vitória estava próxima. Um dia ele cansou, parou, pensou. E realmente em algum momento se deu conta de que o verdadeiro motivo de toda aquela alegria não era por mera luz do sol. Foi quando ele lembrou que pra tudo havia um motivo e uma solução. Foi neste dia, em um dia nublado, que ele olhou para o campo e se enxergou em cima de uma montanha, em cima de um tapete, e lá, havia muito mais. Valeu a pena.

Eu prometo, que um dia te trarei aqui...

Nenhum comentário: