domingo, 8 de fevereiro de 2009

Memories

Você já parou pra pensar na quantidade de momentos felizes que já viveu? Na quantidade enorme de pessoas interessantes que descobriu pelos caminhos da vida? Nas poucas vezes que disse eu te amo para alguém? Nas milhares em que pensou fazer diferente? Na meia dúzia de vezes que em que você notou que a vida mudou por causa de um simples movimento? Quantas palavras será que é necessário para que a vida mude? Será que precisamos parar os relógios pra que sejamos livres? Quantas vezes? Quantos amigos? Para quantas pessoas você já expressou serem especiais pra você hoje?

Hoje eu me lembrei que era uma criança que perguntava muitas vezes se havíamos chegado a praia, eu consigo lembrar que sentava com o Henn, Caroline, Sabrina e César no pré. Em uma mesa onde canetões coloridos eram peças preciosas. Eu lembro que aos quatro anos meu avô limpava da rua pedaços de telhas quebradas pelo último temporal. Lembro de levar meu primo pra casa da minha avó quando vimos um homem ferido pedir ajuda caindo ao chão enquanto a família dava um jeito em tudo aquilo. Eu lembro de quem eu era há muitos anos.
Eu consigo descrever as cores das paredes, e todas as salas que passei no ensino fundamental. Consigo me lembrar do dia em que me perdi na matemática passando a ignorá-la. Eu recordo, de tudo. Da merendeira, e dos dias em que tínhamos bolinho com doce de frutas. Do rapaz esfomeado que comeu nove ovos cozidos e seis laranjas, e do seu resultado. Das tardes jogando video-game na casa do Jonatan, e até mesmo do esconde-esconde na rua do meu avô. Tudo, eu consigo enxergar como se fosse ontem, ou semana passada.

Mas eu não consigo lembrar dos teus olhos, eu não consigo lembrar de todas as tuas palavras, ou do que me disse. Eu não consigo lembrar de tua voz, ou do que tentou me explicar, apenas flashes, ou segredos desvendados com o tempo. Vez por outra, eu lembro de algo, mas é com dificuldade, porque não quero me machucar. Talvez eu devesse porque eu te amo, muito mais do que eu posso demonstrar. Mas não há idéias ou constantes, e eu preciso conviver com a verdade de que não tenho mais planos pra ti. E nem você comigo. Porque eu simplesmente escolhi te esquecer. Te apagar, pra que eu não sofresse, pra que você não me fizesse sofrer. E dói, dói muito. Dói muito no coração. O maior peso do meu coração é simplesmente saber que eu não consigo te ouvir.

Boa noite senhores, bateram em um classe a do outro lado da rua, alguém é o proprietário?

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