quarta-feira, 18 de março de 2009

Homecoming

Eu mal tinha sentido que ela ia cair, quando ela balançava, eu mantive as costas dela antes que fosse pro chão, mas alguém a pegou. Ela chorou, estava triste, tinha vontade de morrer. Mas estava tudo bem, agora ela estava bem, estava livre, estava tudo bem, e eu notei. Envergonhada ajudaram-na com abraços. Tudo estava bem. E eu imaginei comigo que algo normal havia acontecido, ou que simplesmente houve-se sido normal. Quando cheguei em casa, estava cansado, o dia tinha se arrastado por horas, e quando eu pensei em escrever um pouco na parede, me ligaram, me chamaram no hospital.

Eu corri cambaleando, as pernas sentiam um pouco de dor, nada importante, mas exaustivo. Já era noite, por volta de dez horas. Cheguei logo, e ela me abraçou, outra já estava em cima da cama, ele me disse que não cuidava dos remédios dela, e a menor me contou o que tinha acontecido. Eu me sentei, peguei na mão dela e disse o que me veio na cabeça, não tinha nada muito realista pra contar ali, além das minhas piadas sem graça que a fizeram rir.
Após dez minutos com o médico conversando, eu entrei de novo, me ligaram, e eu precisei sair correndo de novo. No fim da noite, eu assisti um filme, deixei a cabeça um pouco descansado deste tumulto todo. Disse pra eles no hospital que se precisassem de mim poderia me ligar a qualquer hora. E sim, eu estava assistindo aquele filme. Henn e eu rimos em algumas partes, e andamos de carro durante a madrugada, Lajeado não é uma cidade muito cheia, e os programas noturnos são apenas vagar de carro pela cidade.

Cheguei em casa às quatro da manhã, logo amanheceria e eu correria pro trabalho, naquela altura do campeonato eu não acordaria facilmente, por isso dormi à luz da noite. Bem quieto, com a luz dos postes, com a luz das estrelas, com o frio da rua. Deitei no chão e enxeguei as ruas da minha cidade. Meu apartamento estava solitário. Não havia mais ninguém em casa, simplesmente acabado por um dia corrido, deitei, puxei o edredom e fechei os olhos tentando captar as últimas idéias de um dia tão corrido.

David, a minha mãe tá no hospital, vêm pra cá agora...

Nenhum comentário: