terça-feira, 21 de abril de 2009

The heart brings you back

Deixe o mundo ser divertido, deixe tudo girar, e deixe todas as bolhas cheias de cores explodirem nas paredes. Deixe que tudo seja pintado, vivo, amerelo, vermelho, laranja, com cores quentes sobre os quadros em branco. Deixe a vida ser, queira que a vida se encaixe no primeiro momento que eu colocar os olhos em você, ou pelo menos no segundo, em que eu descobrir o que você tanto procura descobrir em mim. Eu não preciso de palavras, pelo menos desta vez. Eu não preciso me envolver, apenas desta vez. Pelo menos desta vez.

Ontem os meus olhos se abriram apenas uma vez, e eu acordei do que eu mal lembrava ser a vida. Tudo ao meu redor era diferente, e eu conseguia sentir tudo aquilo sobre o que escrevia. Acordei pra vida, depois de tanto tempo. E foi necessário tão pouco. Eu mal precisei falar, e falei tanto, e ela falou tanto, e ao mesmo tão pouco. Eu não consegui entender muito bem o que acontecia, mas sabia onde estava me envolvendo, e ao mesmo tempo corria, pra longe pra perto, com todas as forças dividido entre jogar-se ou ser atraído. Trata-se de um acontecimento singular.
Eu sabia que a partir do momento em que o primeiro se abrisse, eu estava acabado. E se abriu, e me acabei. E sabia comigo que depois do primeiro mergulho, já estava realmente envolvido. Sem volta. Quantas notas, e quantos rascunhos, foram esboçados naquela hora, eu não tenho a mínima idéia, parecia que Bach estava ativando um velho piano metamórfico, colocando toda minha fúria sentimental avermelhada pra fora daquela caixa antes tão vazia, e agora tão cheia de cores, notas, formatos, e sorrisos. Eu realmente me perdi quando o primeiro se abriu.

Ela nem ao menos contou as palavras, e eu também não. Sou um mal contador, sempre contei as palavras erradas, talvez eu tenha escolhido as certas, mas a quantidade. Sério, sempre precisei comprar muitas letras, isso resultou na minha inacreditável e divertida tagarelice. Respirei fundo, e me interessei, e fiz interessar-se. Fiz meu mundo resumir-se a quatro paredes, e a dois sorrisos, dois olhares, e um grande clichê de inverno. Me sentia em algum dos tantos filmes que indico. A vida dá grandes viradas, e ao abrir seus olhos, deseje estar onde eu estive, a sensação é ótima, única, e muda sua vida.

Eu ia mesmo perguntar a mesma coisa...

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