domingo, 3 de maio de 2009

Forgotten road

Eu gosto de caminhar nas ruas de Lajeado, principalmente quando o tempo começa a esfriar. Eu gosto daquela brisa não tão fria que me faz sentir confortável. Eu gosto daquele ar agradável que tão bem me faz sentir. Eu não tenho um motivo muito concreto para o hábito, simplesmente gosto. Depois de um dia cansativo, depois de horas sobre pressão, ou de alguns problemas aparentemente impossíveis de resolver, eu abro a porta e saio a caminhar. Me refresca as idéias, os problemas parecem ter solução, a pressão se esvai, e todo o resto some. Então neste particular momento do dia, nestes vinte minutos eu me sinto, livre. E eu não abro mão destes vinte minutos.

Às vezes eu sinto saudade do meu passado, e às vezes sinto saudade do meu futuro. Eu sei que nada pode ser mudado, nem ao menos o futuro, porque no momento que o mundo passado já se tornou. Eu sinto falta de grande parte das pessoas com quem partilhei minha vida, mas não sei se todas elas podem dizer o mesmo. Se houvessem palavras que pudessem mudar esta situação eu aceitaria, um simples aperto de mão que fizesse o tempo voltar, pra que eu pudesse relembrar os seis meses que perdi. Ninguém gostaria de perder um dia, e eu tenho uma lacuna de seis meses, que não consigo preencher.
Toda vez que eu caminho, que eu penso na vida, que eu tento resolver problemas, me frustro em saber que ainda falta um pedaço que foi apagado junto com o que eu não queria lembrar. Eu sabia que as memórias seriam bloqueadas, mas não sabia que o preço era maior, e não sei de nada quando caminho pelas ruas. As árvores costumam balançar nesta época, como um muro ruindo, e eu atravesso todas as paredes verdejantes. Nada importa pra mim quando viajo sobre as ruas da minha cidade. Nada pode me encomodar, porque nestes vinte minutos, eu estou livre.

Todas as pessoas tem problemas pessoas, problemas públicos, e até mesmo problemas inexistentes. Ninguém sabe onde se encontram, mas existem mesmo não existindo em algum lugar. A idéia é perceber o quão chatos são, e o quão comoventes e astutos ainda podem ser. O grande truque é não deixá-los tomar o controle, e resolvê-los o mais cedo possível. E o mais importante é nunca deixar-se levar por pessoas levianas. A idéia enquanto caminho pela cidade é manter a calma, pegar um folha de cada vez e limpar o chão, principalmente nesta época do ano em que elas caem, e o ar frio toma seu lugar nas ruas.

Parece que estas duas horas, são as mais difíceis pra vocês, parece que todos perderam as esperanças...

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