quarta-feira, 24 de junho de 2009

The bridge

Foi no início da segunda década da minha vida que me tornei organizado. Comecei a querer fazer tudo certinho. Nos mudamos pra uma casa onde meu quarto precisou ser reorganizado, e eu o fiz com tanto empenho que acabei me tornando um chato. Um chato porque foi naquela época que me tornei uma pessoa de processos, que faz tudo por partes, seguindo uma sequência, mesmo que aleatória, mas com uma contenha uma meta por vez. Minha vida de pedaços me irrita, então eu decido ser organizado e acabo me irritando com a bagunça, então em uma e outra fase de descoberta da minha vida, eu paro, penso, reflito e começo outro texto.

Eu sigo uma vida agitada, quase uma vida comum, singular. Existem dias em que eu corro e faço todos os tipos de programas diferentes e possíveis, mas ao mesmo tempo vivo uma vida normal, com uma família normal, uma casa normal. Não existe nada de diferente em mim. Mas a verdade é que não adianta tentar descobrir que tipo de pessoa eu sou, se sou um alguém comum, normal, ou se vivo diferente das outras pessoas. A verdade é que chegarei a conclusão de que tenho dias diferentes e dias comuns e que sou as duas coisas ao mesmo tempo, mesmo sabendo que isso é impossível.
Quando eu olho pra mim, é isso que enxego, dias em que sou muito sério, dias em que sou brincalhão. Então me vem a mente de que isso na verdade é totalmente comum e ligeiramente normal porque todo ser humano é assim, por isso entro em confusão porque nem todo mundo faz o mesmo que eu. E neste momento talvez seja uma das questões da minha vida que eu quero deixar em branco, pra talvez parar e resolver mais tarde, e provavelmente encontrar a mesma solução que agora. Isso parece não querer evoluir, mas certas perguntas, não tem respostas.

Eu estou em cima de uma ponte, sem cruzar, sem saber de que lado eu vim, sem saber pra qual lado vou. Errante, leviano, perdido entre dois pilares. Me parece que um lado é névoa, mas bom, e outro de ares limpos mas mau. "Chega um tempo em que vamos precisar decidir entre o que é certo e o que é fácil". Todas as minhas decisões precisam tomar um rumo, ou ter uma base, que eu realmente não consigo entender, mas que sei estar lá me esperando. Momento este de indecisão que me deixa totalmente sem rumo. E eu luto pra encontrar uma saída, sem que precise me atirar da ponte, é a ponte quem me liga as respostas, ao caráter, ao amor. Preciso decidir andar, e é nisso que se resumem meus pensamentos.

"And I don't need to see it to believe it..."

Um comentário:

Leticia Dutra disse...

Não fica se preucupando TANTO com o modo de levar sua vida..
Simplesmente viva ela :D