terça-feira, 23 de junho de 2009

On the ground

Eu abro meus olhos, e vejo um céu que me corrompe com sua fúria iluminada. Eu penso em desistir em fechar meus olhos de novo, mas algo chama minha atenção, são minhas costas contra o chão. A único orgão que está ferido são meus olhos. Não se passa muito tempo até que meus ouvidos começam aos poucos, meio surdos, a escutar a multidão em silêncio dizendo meu nome. Entendo então, que neste campo de batalha, todos os homens estão mortos, e que até os horizontes outrora verdes, jazem as espadas dos antigos guerreiros de quem eu tanto escutei histórias. Eu me sento, respiro fundo, e começo a pensar, onde foi que errei na fórmula, qual foi o segundo da história que deixei passar, qual foi o momento em que perdi a chance de salvar todos?

É fim de tarde, e o ar vespertino e cortante grita contra os meus cabelos. Eu não tenho coragem de levantar a cabeça, não tenho vontade de levantar a cabeça. Eu começo a me perguntar porque sobrevivi, e por quanto tempo meu coração vai continuar na mesma frequência. Estou cansado, tudo que eu queria saber é por quanto tempo eu vou permancer fraco, cansado, abatido e oprimido neste campo de batalha. Neste lugar onde as pessoas morrem, onde as dores persistem, onde os meus heróis morreram um a um. Então eu fecho os olhos e deixo o vento passar levando meus erros.
Eu me envergonho por completo de quem eu tenho sido e do que eu não tenho feito. Seriamente eu faço planos pra mudar, mas não entendo onde a mudança começa. Fazem nove anos que eu não consigo decifrar este mapa, e eu me sinto frustrado. Eu procuro uma solução pra todos, mas quando aquela pergunta me vem a mente dizendo, como foi que aconteceu? Eu não sei responder, e é nesse momento, neste exato momento que uma espiral se forma e começa a me puxar pra dentro, quanto mais eu resisto, mais força ela ganha, e me joga no campo outraz vez.

Então eu me enxergo no chão, sentindo mais uma vez aquela grama que me apanha quando eu deito, respiro fundo, e digo que vou encontrar a solução pra mim e pra todos, e começo tudo de novo. Então eu penso, qual é o sentido de salvar todo mundo? E qual é o sentido de se salvar neste campo morto, seco? Qual é o sentido de colocar sete pessoas nas costas quando ninguém quer correr para fora dos campos? É nesse momento que eu me envergonho, baixo a cabeça e começo a trabalhar de novo, tentando encontrar uma forma de salvar todos que eu conheço. Porque não importa o que você pense, o que é certo precisa ser feito, e é apenas uma escolha.

Amanhã eu compro um novo DVD pra locadora, daí tu pode levar o teu pra casa...

Um comentário:

Leticia Dutra disse...

^^ ♥