quarta-feira, 3 de junho de 2009

The doubt temptation

É estranhamente agradável ter a conciência de que jogar-se no conhecido é tão inversamente confortável quanto confiar no inesperado. Eu conheço alguém que jogou uma chance fora, que parecia muito boa a princípio, eu conheço alguém que lutou muito por uma paixão juvenil, que nem ao menos resultou no sentimento esperado, eu conheço alguém que hoje foi a um enterro, conheço alguém que tem problemas, conheço alguém que lê deitado na cama, conheço alguém que pensava demais na vida, e até mesmo alguém que rebate o fracasso com sarcasmo. Eu sou as pessoas, e conheço todos vocês, sei que perder uma chance que parecia importante, é tudo, mas que talvez nunca tenha significado nada.

Eu não sei o que escolher, de um lado eu tenho a decisão pronta, terminada, esperando pelo meu aval, pelo meu dedo apontado, pela minha pequena causa, que tão pouco precisa ser revogada. Me disseram que um dia eu teria de escolher entre o que é certo e o que é fácil, e que neste dia precisaria olhar pra quem tenho ao lado, lembrar de todas as boas memórias e saber que estou bem, que nada me falta. Agora, neste exato momento, eu queria muito a continuação deste conselho, mas não tenho. Ele partiu há tempos, e me deixou a vontade de descobrir por mim próprio, o que seria sábio escolher.
Meu pai gostava de aconselhar, como minha mãe diz, "ele te deixou melhores conselhos que os que me deu durante a vida", e ele deixou boas dádivas pra mim. Sabe, recebi um outro que dizia, "filho curte os bons momentos da vida, porque os ruins são uma porcaria". Eu ria, mas no meio de tantas palavras, nem me dava conta que aquilo era importante. Então quando eu começo a viver o que ouvi antes, lembro que deveria ter pedido a extensão do que ouvia antigamente, mas me atenho a tentar descobrir por mim próprio, o que fazer com as meias pistas que consegui em tempo.

Eu preciso aprender como todos. E na hora do que é fácil, não sei se ele faria o mesmo que eu. Ou se como eu, esperaria pelo certo e não brincaria com o fácil. Ele nunca foi de brincar com coisas fáceis, então acho que tenho agido bem. Eu estou feliz, de ter encontrado um bom caminho, e me alegro por faltarem apenas dois mêses e vinte sete dias pra fugir. Não tenho esperado há muito por isso, e não falta tanto tempo. Então, quando a dúvida veio, quando a tentação duvidosa perdurou, quando as duas cresceram, eu disse pra passarem mais tarde, ainda descobria o que fazer. E hoje, posso mandá-la embora, descobri que prefiro mil vezes o certo, a me confortar no que é fácil.

"Não seja bobo, eu era apaixonada por ti..."

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