quarta-feira, 8 de julho de 2009

Time

Eu tenho tempo. Cada segundo que passa eu tenho tempo, perco tempo e ganho tempo. O tempo é uma massa, suave, maleável que segura por minhas mãos pode tomar qualquer forma. Posso passar horas deitado sem nada fazer, disperdiçando-a e deixando que se alongue até o chão, sujando um grande pedaço que provavelmente será desperdiçado, ou fazer algo decente. Na minha opinião somos escravos do tempo, mas também podemos fazê-lo nosso escravo. Se ele é maleável à minhas vontades e escolhas, posso escolher usá-lo bem. Em uma hora é possível correr muito, ou correr para algum lugar, basta escolher como usar esta hora, e decidir ser um escravo do tempo, ou escravizá-lo.

A cada dia que passa, a cada vez que olho para o calendário a única palavra que ecoa em meus pensamentos, no meu intelecto totalmente louco e conturbado é "setembro". Começa cada vez mais forte, como se fosse um chamado, mas a medida que esse tempo passa, e eu espero que seja mais cedo, espero ser mais tarde também. Algo que eu desejo, mas tenho medo de querer. Eu tenho uma pequena certeza de que não volto o mesmo depois deste mês. Eu tenho o leve pressentimento de que algo que eu nunca vivi, decidirá existir na minha história.
Eu abro meus olhos, e tudo é escuro, eu ouço um barulho que não costumo ouvir, ouço promessas de morte, ouço ruídos, barulhos estranhos que eu não costumo ouvir, e eu não canso de pensar que não costumo ouvir, e todos eles vem tentar minha fé, mas eu não vou ceder, eu não vou correr, eu não vou me mexer, porque não existe ninguém pra me proteger se eu me mostrar covarde. Se eu fugir serei despedaçado, se eu liberar medo, posso ser afogado, morto, acabado. Mas se eu não mudar antes, não penso no tempo que me vem a mente, e me perco no meio do caminho.

Eu penso que todo tipo de dragão pode aparecer, todo tipo de ser que voa, e eu posso estar no meio de uma guerra. Sei que pra você que lê é difícil compreender, mas eu preciso deixar registrado aqui o que pensava antes de caminhar pro meu setembro. Existem pessoas que mudam em um ano, que amadurecem quando perdem alguém precioso, quando ganham um filho e decidem ser adultos. Mas eu não cheguei lá ainda, mas preciso, e se está idéia não funcionar, ficarei sem soluções por um bom tempo. Então eu suspiro de novo pensando "setembro", e o silêncio expande minhas ações no campo da mente.

Tá, mas tu já sabe pra onde vai, quando sair daqui do trabalho?

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